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29/01/2006 - 10h57

Crescimento da China ofusca América Latina em Davos

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da France Presse, em Davos

O Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), realizado em Davos (Suíça), que chegou ao fim neste domingo, foi dominado pela emergente China e seu forte crescimento, o que ofuscou a América Latina, continente que nas edições anteriores foi uma das estrelas do evento.

Provavelmente para amenizar a situação, o WEF anunciou neste domingo que celebrará uma reunião em São Paulo nos dias 5 e 6 de abril, com a participação de 250 autoridades políticas, empresariais e da sociedade civil.

"Construindo uma América Latina mais forte na Economia Global" será o tema central do evento. Entre as personalidades convidadas ao WEF de São Paulo estão José Miguel Insulza (secretário-geral da OEA), Henrique Meirelles (presidente do Banco Central do Brasil), Luiz Fernando Furlan (ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil) e Luis Moreno (presidente do BID).

No entanto, em Davos os destaques dos 240 seminários organizados foram a China, o lançamento de iniciativas de combate à Aids e à tuberculose, as ameaças naturais ou militares, o petróleo e as incertezas no Oriente Médio.

Na quarta-feira, primeiro dia do WEF, a China anunciou um crescimento espetacular do PIB, de 9,9% em 2005.

Com o resultado, o gigante asiático se tornou provavelmente a quarta maior economia mundial, à frente de Reino Unido e França, perdendo apenas para EUA, Japão e Alemanha.

A notícia não poderia ser mais oportuna para um evento dedicado justamente aos grandes países emergentes, com a China à frente e a Índia logo atrás.

O destaque das grandes potências emergentes asiáticas prejudicou, talvez injustamente, Brasil e México, as duas forças econômicas da América Latina.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, reconheceu que Brasil e México estão perdendo o estrelato entre os emergentes, apesar dos países oferecerem vantagens indiscutíveis: estabilidade, um idioma nacional único, auto-suficiência energética e um sistema democrático.

No entanto, o Brasil não pode competir com China ou Índia em termos de custos trabalhistas, muito menores nos gigantes asiáticos.

Segundo o comunicado de anúncio do evento do WEF em São Paulo, o crescimento médio da América Latina foi de 5,6% em 2004. Segundo as previsões foi de aproximadamente 4% em 2005. Bons números, mas longe dos quase dois dígitos da China.

No entanto, segundo dois estudos divulgados em Davos, o Brasil integra com China, Rússia e Índia um grupo de países emergentes que terá importância crescente na futura economia mundial. Os investidores consideram estas quatro nações os territórios mais atraentes.

Os quatro países, conhecidos pela sigla BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China), devem ser protagonistas inquestionáveis na economia mundial do século 21, segundo os especialistas do WEF.

Outro destaque de Davos foram as estrelas, tanto do esporte como do mundo do entretenimento.

Pelé passou pelo evento para defender o futebol como instrumento de paz e integração social. A bela atriz Angelina Jolie teve um momento de indignação ao afirmar que se sentia envergonhada por seu país, Estados Unidos, não ter ratificado a Convenção da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre os direitos da criança.

O astro do rock Bono lançou, com quatro grandes empresas mundiais, uma iniciativa para que estas concedam parte dos lucros à luta contra a Aids na África.

Bill Gates mostrou seu lado filantrópico e, ao lado da Reino Unido e da Nigéria, anunciou um ambicioso plano de US$ 56 bilhões para impedir a morte de 14 milhões de pessoas por tuberculose durante a próxima década.

No sábado, outra lenda do esporte, o ex-boxeador Muhammad Ali, recebeu uma homenagem na presença do ator Michael Douglas.

Este ano, o evento teve a presença de quase 2.400 participantes de 87 nacionalidades diferentes. Entre as autoridades políticas o destaque ficou com Angela Merkel, chanceler alemã, que foi a única representante importante da União Européia.

Também marcaram presença o premier turco Recep Tayyip Erdogan, o presidente paquistanês Pervez Musharraf, o afegão Hamid Karzai e o ex-presidente americano Bill Clinton.

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