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01/02/2006 - 15h30

Veja as principais mudanças na TV com o sistema digital

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da Folha Online, em Brasília

Muito mais do que uma imagem mais limpa, definida e colorida, a TV digital deverá trazer à população brasileira a possibilidade real de interatividade, ou seja, de comunicação em uma via de mão dupla entre telespectador e emissora. Essa oportunidade tem sido classificada nas discussões do governo, no Congresso e no meio tecnológico como uma nova mídia, um novo meio de comunicação.

Para definir a tecnologia que será usada para que o país entre nessa era de inovações, no entanto, o governo terá que conciliar interesses diversos dos donos das redes de TV, que terão que fazer os investimentos mais pesados na compra de equipamentos para as transmissões digitais; dos produtores de conteúdo, que podem ter oportunidades de ampliação do seu público com a criação de novos canais que a TV digital vai permitir; da indústria, que poderá ou não produzir e exportar mais com a inovação; das teles, cujas redes serão usadas para permitir a interatividade, e da população, que ainda pouco conhece sobre todos os benefícios que essa nova TV pode oferecer, como a educação à distância e comércio eletrônico.

Na disputa pelo mercado brasileiro, que pode significar uma tendência para a América do Sul, estão os japoneses, com o padrão ISDB, os europeus (DVB) e os americanos (ATSC), que negociam agora com o governo contrapartidas do ponto de vista comercial, político e tecnológico.

A rigor, as diferenças entre os três padrões são pequenas.

O ponto forte do sistema americano é a alta definição, mas a tecnologia ATSC ainda não desenvolveu um sistema que permita a mobilidade (recepção em ônibus, por exemplo) e portabilidade (como em um celular). O sistema também permite a interatividade.

Já os europeus privilegiaram a multiprogramação, mas com transmissão standard (de qualidade inferior à alta definição, mas melhor que a atual analógica). Essa multiprogramação, entretanto, permitiria a entrada de novas emissoras no mercado, ampliando a oportunidade de produção de conteúdo e a disputa no mercado, o que não agrada às grandes emissoras.

Esse sistema também permite a mobilidade e a portabilidade, mas a tecnologia ainda está em fase de testes. A interatividade também é possível nesse sistema, mas para isso, seria preciso usar uma faixa de freqüência maior que os 6 MHz que o governo pretende conceder a cada emissora, espaço semelhante ao atual.

A tecnologia japonesa, apontada como a mais completa pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, permite a transmissão em alta definição, mobilidade, portabilidade e também interatividade. A recepção pelos celulares seria gratuita, e apenas a interatividade paga. O sinal não precisaria passar pela rede de telefonia, pois o celular se transformaria em um receptor de TV apenas com a instalação de um chip.

Durante os últimos 12 meses cerca de 1.200 pesquisadores brasileiros estudaram cada padrão e também maneiras de adaptar os sistemas estrangeiros às necessidades e prioridades brasileiras, inclusive com a possibilidade de inclusão de tecnologias nacionais no sistema que for escolhido pelo Brasil.

A definição sobre a TV digital envolve várias etapas do ponto de vista tecnológico: a primeira será a escolha do sistema de modulação, que estabelece o padrão de transmissão das TVs.

Também serão discutidas as tecnologias de compressão de áudio, compressão de vídeo, middleware (sistema de softwares de comunicação e interatividade) e aplicativos.

No chamado 'modelo de negócios' da TV digital, o governo deverá definir o prazo de migração da tecnologia analógica para a digital, para o fim das transmissões analógicas. Esse prazo pode levar de dez a 15 anos.

Durante esse período, as emissoras atuais receberão do governo um canal adicional (6 MHz), que será emprestado para que seja possível a manutenção de transmissões digitais e analógicas. Ao final da transição, as redes de TV terão que devolver os canais, que poderão ser licitados, a critério do governo.

Para assistir às transmissões digitais, o consumidor terá que adquirir um aparelho conversor, chamado set top box, ou uma TV nova com o sistema digital.

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