Publicidade
Publicidade
02/02/2006
-
13h13
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
A Petrobras e o governo do Estado de Goiás assinaram hoje um protocolo de intenções para viabilizar a construção de um alcoolduto que ligará a refinaria de Paulínia em São Paulo ao terminal de Senador Canedo, em Goiás. A medida faz parte da estratégia da Petrobras de se consolidar no segmento de exportação de álcool.
Durante a solenidade, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, chegou a afirmar que a empresa está "construindo internacionalmente um mercado mundial de etanol". Segundo Gabrielli, a Petrobras quer focar em logística e exportação de álcool, sem atuar em produção ou no mercado interno.
No ano passado, a estatal iniciou as exportações de álcool com um volume de 50 milhões de litros para a Venezuela. Em 2006, ela começa também a exportar para a Nigéria. A perspectiva é de que as exportações quintupliquem neste ano e somem 250 milhões de litros. Apesar do crescimento, o montante ainda é tímido se comparado às exportações totais brasileiras do combustível, que chegam a 2,5 bilhões de litros por ano.
"No plano estratégico da Petrobras ficou decidido que vamos ser uma empresa de energia. Não estamos focando apenas em petróleo e gás, mas em outras energias renováveis, como álcool e biodiesel", afirmou o diretor da área de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
Segundo Costa, a Petrobras já está observando novos mercados potenciais para o álcool brasileiro, como EUA, China, Coréia e Índia. A Petrobras criou no ano passado uma joint venture com uma estatal japonesa para avaliar a logística de exportações de álcool para o Japão. Se o país decidir adicionar à gasolina algo como 5% de álcool --no Brasil, o percentual adicionado é de 25%-- as exportações triplicariam.
O álcool brasileiro definitivamente entrou na moda. O presidente dos EUA, George Bush, afirmou em discurso, citado pelo presidente da Petrobras, que até 2025 uma parte significativa do combustível americano será substituído pelo etanol. Até mesmo os fundadores e donos do Google visitaram uma das principais usinas de álcool em Piracicaba (SP) nesta semana. A popularidade do combustível coincide com o aumento da preocupação mundial com o fornecimento de energia --o petróleo tem sido vendido acima de US$ 60 o barril-- e com os efeitos sobre o meio ambiente.
Para que o projeto de criação de um mercado mundial de etanol saia do papel, a Petrobras já iniciou conversas com usineiros para o fechamento de contratos de longo prazo. A empresa ainda avalia o cenário de aumento de área plantada e de criação de usinas adicionais para que os preços no mercado interno não sejam pressionados.
A companhia também estuda projetos no Nordeste, nos Estados de Alagoas e Pernambuco, e no Sul do país, no Paraná. "Hoje 80% da produção de álcool está concentrada no Estado de São Paulo, mas é viável ter outros Estados com produção significativa", afirmou Costa.
Goiás é o quinto maior produtor do país, com produção de 760 milhões de litros por ano. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Álcool de Goiás, Igor Montenegro, o protocolo fechado com a Petrobras pode dar competitividade ao Estado para exportar. "O custo de transporte até o porto com o alcoolduto chega a ser 16 vezes menor do que o transporte rodoviário, o único disponível no momento", disse.
A construção do alcoolduto, no entanto, dependerá das conclusões dos estudos da companhia, que devem durar um ano. De olho na expansão da produção, o governador do Estado, Marconi Perillo, afirmou que Goiás tem 20 milhões de hectares de área de pastagem que poderão ser transformados em área de produção de cana-de-açúcar.
Superávit
Se no futuro, a Petrobras vai se consolidar como empresa de energia, no presente é o petróleo bruto que vai impulsionar as contas da estatal. Segundo o diretor de Abastecimento da estatal, em 2006 a Petrobras vai registrar o primeiro superávit nas contas de importação e exportação de petróleo e derivados. A previsão é de um saldo positivo de US$ 3 bilhões.
Leia mais
Petrobras compra termelétrica no Rio por US$ 358 milhões
Erramos: Petrobras estuda construir alcoolduto entre Goiás e SP
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Petrobras
Petrobras estuda construir alcoolduto entre Goiás e São Paulo
Publicidade
da Folha Online, no Rio
A Petrobras e o governo do Estado de Goiás assinaram hoje um protocolo de intenções para viabilizar a construção de um alcoolduto que ligará a refinaria de Paulínia em São Paulo ao terminal de Senador Canedo, em Goiás. A medida faz parte da estratégia da Petrobras de se consolidar no segmento de exportação de álcool.
Durante a solenidade, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, chegou a afirmar que a empresa está "construindo internacionalmente um mercado mundial de etanol". Segundo Gabrielli, a Petrobras quer focar em logística e exportação de álcool, sem atuar em produção ou no mercado interno.
No ano passado, a estatal iniciou as exportações de álcool com um volume de 50 milhões de litros para a Venezuela. Em 2006, ela começa também a exportar para a Nigéria. A perspectiva é de que as exportações quintupliquem neste ano e somem 250 milhões de litros. Apesar do crescimento, o montante ainda é tímido se comparado às exportações totais brasileiras do combustível, que chegam a 2,5 bilhões de litros por ano.
"No plano estratégico da Petrobras ficou decidido que vamos ser uma empresa de energia. Não estamos focando apenas em petróleo e gás, mas em outras energias renováveis, como álcool e biodiesel", afirmou o diretor da área de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
Segundo Costa, a Petrobras já está observando novos mercados potenciais para o álcool brasileiro, como EUA, China, Coréia e Índia. A Petrobras criou no ano passado uma joint venture com uma estatal japonesa para avaliar a logística de exportações de álcool para o Japão. Se o país decidir adicionar à gasolina algo como 5% de álcool --no Brasil, o percentual adicionado é de 25%-- as exportações triplicariam.
O álcool brasileiro definitivamente entrou na moda. O presidente dos EUA, George Bush, afirmou em discurso, citado pelo presidente da Petrobras, que até 2025 uma parte significativa do combustível americano será substituído pelo etanol. Até mesmo os fundadores e donos do Google visitaram uma das principais usinas de álcool em Piracicaba (SP) nesta semana. A popularidade do combustível coincide com o aumento da preocupação mundial com o fornecimento de energia --o petróleo tem sido vendido acima de US$ 60 o barril-- e com os efeitos sobre o meio ambiente.
Para que o projeto de criação de um mercado mundial de etanol saia do papel, a Petrobras já iniciou conversas com usineiros para o fechamento de contratos de longo prazo. A empresa ainda avalia o cenário de aumento de área plantada e de criação de usinas adicionais para que os preços no mercado interno não sejam pressionados.
A companhia também estuda projetos no Nordeste, nos Estados de Alagoas e Pernambuco, e no Sul do país, no Paraná. "Hoje 80% da produção de álcool está concentrada no Estado de São Paulo, mas é viável ter outros Estados com produção significativa", afirmou Costa.
Goiás é o quinto maior produtor do país, com produção de 760 milhões de litros por ano. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Álcool de Goiás, Igor Montenegro, o protocolo fechado com a Petrobras pode dar competitividade ao Estado para exportar. "O custo de transporte até o porto com o alcoolduto chega a ser 16 vezes menor do que o transporte rodoviário, o único disponível no momento", disse.
A construção do alcoolduto, no entanto, dependerá das conclusões dos estudos da companhia, que devem durar um ano. De olho na expansão da produção, o governador do Estado, Marconi Perillo, afirmou que Goiás tem 20 milhões de hectares de área de pastagem que poderão ser transformados em área de produção de cana-de-açúcar.
Superávit
Se no futuro, a Petrobras vai se consolidar como empresa de energia, no presente é o petróleo bruto que vai impulsionar as contas da estatal. Segundo o diretor de Abastecimento da estatal, em 2006 a Petrobras vai registrar o primeiro superávit nas contas de importação e exportação de petróleo e derivados. A previsão é de um saldo positivo de US$ 3 bilhões.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice