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03/03/2006
-
21h18
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
Cerca de um terço da população mundial, o equivalente a dois bilhões de pessoas, não tem acesso à energia elétrica. Metade deste total está localizada no continente africano. O dado faz parte de estudo apresentado hoje no Rio pelo Conselho Mundial de Energia.
Segundo a diretora do Conselho Mundial de Energia Elena Nekhaeze a distribuição do uso da energia no mundo é muito desigual e concentrado na América do Norte. Os norte-americanos consomem de 15 a 20 vezes mais do que os chineses ou indianos. Neste caso, ela afirma que os preços deveriam aumentar para desestimular o desperdício de energia.
Na avaliação da diretora, a solução para uma oferta mais igualitária de energia depende do acordo entre governos e indústria. O preço da energia deveria ser definido pelo mercado e pela competição a fim de que as companhias conseguissem cobrir custos, ter lucros e financiar a expansão do setor.
Nekhaeze citou o exemplo do apagão de 2001 no Brasil. Segundo ela, o consumo brasileiro caiu 20% mas o potencial da região permite uma redução na faixa de 50%.
Uma pesquisa desenvolvida pelo conselho nas cidades do Rio de Janeiro, Buenos Aires e Caracas mostrou que o problema para as pessoas de baixa renda não está na oferta de energia e sim na capacidade de pagar por ela. Das três cidades, apenas em Caracas, onde a energia é subsidiada, o consumo é elevado entre os mais pobres.
Os cariocas comprometem 15,57% de sua renda para cobrir os gastos com energia. Em Buenos Aires esse percentual é de 7,6%. Nos EUA, de 5,2%. Os impostos também são maiores no Brasil. Eles representam 45% do valor da conta. Na Argentina, o percentual é de 35%.
De acordo com o estudo, no Rio de Janeiro os mais pobres consomem 103,19 KWh/ mês. Em Buenos Aires o total é de 97 KWh/mês e em Caracas, de 220,00 KWh/mês com energia subsidiada.
"A energia sozinha não resolve o problema da pobreza, mas melhora a exclusão social", afirmou Norberto Medeiros, presidente do Comitê Brasileiro do Conselho Mundial de Energia.
O estudo mostrou que o denominador comum entre as três cidades é que os subsídios para a população carente são insuficientes, embora constituam um passo importante na mitigação da pobreza urbana. A ênfase deveria estar relacionada a políticas educacionais que aumentassem a independência econômica dos mais pobres por meio de treinamento e de melhores empregos, de acordo com a pesquisa.
A pesquisa afirma que há uma relação direta entre a falta de empregos estáveis e o aumento das perdas de energia. No caso do Rio de Janeiro, o estudo menciona que as perdas da Light na favela do Caju chegam a 40%. O nível de perdas da companhia na cidade é de 25%, de acordo com o estudo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre acesso à energia elétrica
1/3 da população mundial não tem acesso à energia elétrica
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da Folha Online, no Rio
Cerca de um terço da população mundial, o equivalente a dois bilhões de pessoas, não tem acesso à energia elétrica. Metade deste total está localizada no continente africano. O dado faz parte de estudo apresentado hoje no Rio pelo Conselho Mundial de Energia.
Segundo a diretora do Conselho Mundial de Energia Elena Nekhaeze a distribuição do uso da energia no mundo é muito desigual e concentrado na América do Norte. Os norte-americanos consomem de 15 a 20 vezes mais do que os chineses ou indianos. Neste caso, ela afirma que os preços deveriam aumentar para desestimular o desperdício de energia.
Na avaliação da diretora, a solução para uma oferta mais igualitária de energia depende do acordo entre governos e indústria. O preço da energia deveria ser definido pelo mercado e pela competição a fim de que as companhias conseguissem cobrir custos, ter lucros e financiar a expansão do setor.
Nekhaeze citou o exemplo do apagão de 2001 no Brasil. Segundo ela, o consumo brasileiro caiu 20% mas o potencial da região permite uma redução na faixa de 50%.
Uma pesquisa desenvolvida pelo conselho nas cidades do Rio de Janeiro, Buenos Aires e Caracas mostrou que o problema para as pessoas de baixa renda não está na oferta de energia e sim na capacidade de pagar por ela. Das três cidades, apenas em Caracas, onde a energia é subsidiada, o consumo é elevado entre os mais pobres.
Os cariocas comprometem 15,57% de sua renda para cobrir os gastos com energia. Em Buenos Aires esse percentual é de 7,6%. Nos EUA, de 5,2%. Os impostos também são maiores no Brasil. Eles representam 45% do valor da conta. Na Argentina, o percentual é de 35%.
De acordo com o estudo, no Rio de Janeiro os mais pobres consomem 103,19 KWh/ mês. Em Buenos Aires o total é de 97 KWh/mês e em Caracas, de 220,00 KWh/mês com energia subsidiada.
"A energia sozinha não resolve o problema da pobreza, mas melhora a exclusão social", afirmou Norberto Medeiros, presidente do Comitê Brasileiro do Conselho Mundial de Energia.
O estudo mostrou que o denominador comum entre as três cidades é que os subsídios para a população carente são insuficientes, embora constituam um passo importante na mitigação da pobreza urbana. A ênfase deveria estar relacionada a políticas educacionais que aumentassem a independência econômica dos mais pobres por meio de treinamento e de melhores empregos, de acordo com a pesquisa.
A pesquisa afirma que há uma relação direta entre a falta de empregos estáveis e o aumento das perdas de energia. No caso do Rio de Janeiro, o estudo menciona que as perdas da Light na favela do Caju chegam a 40%. O nível de perdas da companhia na cidade é de 25%, de acordo com o estudo.
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