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28/03/2006
-
13h07
DEISE DE OLIVEIRA
da Folha Online
A Bolsa de Valores opera em queda de 0,66%, com o Ibovespa aos 37.389 pontos. O risco-país sobe 3,43%, para 241 pontos (ante dos 215 registrados em fevereiro), e o dólar avança 2,62%, cotado a R$ 2,22.
A indicação de Guido Mantega ao Ministério da Fazenda gera incertezas e o mercado respondeu negativamente no início das operações --que chegaram a registrar queda supeior a 1%. No entanto, analistas afirmam que o cenário tende a se acomodar.
"No curtíssimo prazo, o mercado vai reagir negativamente até que se tenha sinais mais claros de que [Mantega] não fará nenhuma loucura. E acreditamos que ele seguirá a cartilha deixada por Palocci", diz Alessandra Ribeiro, economista da corretora Tendências.
Nas próximas duas semanas, diz Ribeiro, o mercado se acomodará em patamares de preços melhores.
A surpresa, segundo os analistas, não foi a saída de Palocci que já se anunciava, mas a nomeação de Guido Mantega, um dos menos cotados pelo mercado. As incertezas têm origem no distanciamento das idéias de Mantega da postura ortodoxa da atual política econômica. Segundo analistas, Mantega é reconhecido por defender "idéias com viés mais desenvolvimentistas".
Para Marcelo Voss, da corretora Liquidez, as últimas declarações do ministro Mantega reforçam a instabilidade do mercado.
"Ele diz que vai manter a política monetária e em seguida declara que, agora, tem poder de voto sobre a meta de inflação. Também deixou dúvidas sobre a manutenção da equipe do Banco Central. Hoje, já fez críticas ao excesso de zelo do BC. O mercado fica instável", diz Voss.
A confiança dos analistas de que a política econômica não sofrerá abalos e que o estresse do mercado terá fim se concentra no presidente Luiz Inácio da Silva.
"O grande suporte dessa estrutura é o Lula, que aprendeu com o Palocci. E contra fatos não há argumentos: Lula viu a melhora da economia", diz Alessandra Ribeiro, da Tendências.
Para Voss, "o presidente não se lançará em uma aventura com grandes chances de dar errado". "Mudanças precisam de um plano de governo e não podem ser feitas em um mandato-tampão. O Lula não daria uma guinada sem base. Ele sabe que a inflação alta é pior que taxas de juros em ano eleitoral", diz Voss.
A desvalorização do real - com o dólar subindo 2,62% às 12h40, cotado a R$ 2,22, os DIs acalmando-se (o DI 8 de janeiro chegou a 15,28% e agora opera na mínima de 15,09%) são indícios que o mercado se acomoda.
Passada a reunião do Federal Reserve e o anúncio do comunicado sobre o futuro dos juros dos Estados Unidos, o mercado também deverá se acalmar nos próximos dias - a menos que a estréia de Beb Bernanke à frente do Fed traga surpresas.
Quanto ao dólar, a moeda deve permanecer em torno de R$ 2,20. "O mercado já vê crescimento maior para o próximo ano e o dólar não voltará mais aos R$ 2,10", diz Voz.
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A indicação de Guido Mantega ao Ministério da Fazenda gera incertezas e o mercado respondeu negativamente no início das operações --que chegaram a registrar queda supeior a 1%. No entanto, analistas afirmam que o cenário tende a se acomodar.
"No curtíssimo prazo, o mercado vai reagir negativamente até que se tenha sinais mais claros de que [Mantega] não fará nenhuma loucura. E acreditamos que ele seguirá a cartilha deixada por Palocci", diz Alessandra Ribeiro, economista da corretora Tendências.
Nas próximas duas semanas, diz Ribeiro, o mercado se acomodará em patamares de preços melhores.
A surpresa, segundo os analistas, não foi a saída de Palocci que já se anunciava, mas a nomeação de Guido Mantega, um dos menos cotados pelo mercado. As incertezas têm origem no distanciamento das idéias de Mantega da postura ortodoxa da atual política econômica. Segundo analistas, Mantega é reconhecido por defender "idéias com viés mais desenvolvimentistas".
Para Marcelo Voss, da corretora Liquidez, as últimas declarações do ministro Mantega reforçam a instabilidade do mercado.
"Ele diz que vai manter a política monetária e em seguida declara que, agora, tem poder de voto sobre a meta de inflação. Também deixou dúvidas sobre a manutenção da equipe do Banco Central. Hoje, já fez críticas ao excesso de zelo do BC. O mercado fica instável", diz Voss.
A confiança dos analistas de que a política econômica não sofrerá abalos e que o estresse do mercado terá fim se concentra no presidente Luiz Inácio da Silva.
"O grande suporte dessa estrutura é o Lula, que aprendeu com o Palocci. E contra fatos não há argumentos: Lula viu a melhora da economia", diz Alessandra Ribeiro, da Tendências.
Para Voss, "o presidente não se lançará em uma aventura com grandes chances de dar errado". "Mudanças precisam de um plano de governo e não podem ser feitas em um mandato-tampão. O Lula não daria uma guinada sem base. Ele sabe que a inflação alta é pior que taxas de juros em ano eleitoral", diz Voss.
A desvalorização do real - com o dólar subindo 2,62% às 12h40, cotado a R$ 2,22, os DIs acalmando-se (o DI 8 de janeiro chegou a 15,28% e agora opera na mínima de 15,09%) são indícios que o mercado se acomoda.
Passada a reunião do Federal Reserve e o anúncio do comunicado sobre o futuro dos juros dos Estados Unidos, o mercado também deverá se acalmar nos próximos dias - a menos que a estréia de Beb Bernanke à frente do Fed traga surpresas.
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