28/03/2006 - 14h07

Secretário do Tesouro aceita convite do BID e deixa equipe econômica

ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

A equipe do Ministério da Fazenda teve mais uma baixa nesta terça-feira. O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, aceitou convite do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para assumir vice-presidência no organismo internacional. O nome de seu sucessor ainda não foi divulgado.

O pedido de demissão foi apresentado hoje ao novo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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Joaquim Levy, que deixa o Tesouro Nacional para assumir posto no BID

"O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Vieira Ferreira Levy, confirma que aceitou o convite do presidente Luis Alberto Moreno para ocupar a vice presidência de Finanças e Administração do Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID", informou o ministério da Fazenda, em uma nota.

"Em vista desse compromisso, e com a anuência do presidente da República, o secretário pediu sua exoneração ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, como é de conhecimento público, a aceitou", conclui o comunicado.

Na avaliação do secretário, o mercado reagiu de forma natural às mudanças anunciadas na equipe econômica do governo Lula. "Acho que o mercado agiu de forma perfeitamente natural. Ele encontra o seu preço sem dificuldade nenhuma", disse Levy.

Para ele o cancelamento do leilão de títulos públicos hoje foi a melhor opção já que o Tesouro está com caixa, ou seja, não precisa de recursos. O secretário ressaltou que, do ponto de vista fiscal, há tranqüilidade nas contas públicas.

Ele acrescentou que sua saída do Tesouro foi acertada com o ministro Mantega e que a saída do secretário-adjunto do Tesouro, José Antonio Gragnani, irá ocorrer apenas quando seu substituto já tiver sido escolhido. Gragnani deverá se dedicar aos estudos no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).

Levy foi convidado para ir para o BID no final do ano passado. No entanto, a pedido do então ministro Antonio Palocci, ele permaneceu no Tesouro por mais alguns meses.

O secretário gerenciava o "caixa" do governo, ou seja, foi um dos principais responsáveis pela política fiscal do governo Lula.

O nome mais cotado para assumir o posto de secretário do Tesouro é o de Alexandre Tombini, diretor de Assuntos Especiais do Banco Central.

Ontem, já deixou o Ministério da Fazenda Murilo Portugal, ex-secretário-executivo. Seu substituto também não foi anunciado ainda.

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