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30/03/2006
-
09h17
FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo
O turbulento início de semana levou os investidores estrangeiros a enxugar suas apostas favoráveis à apreciação do real. Ou seja, diminuiu a confiança estrangeira na continuidade do processo de valorização da moeda brasileira diante do dólar.
Ao cenário externo mais arisco somou-se a crise que derrubou Antonio Palocci Filho do comando do Ministério da Fazenda. Em seu lugar, assumiu o ex-titular do Planejamento Guido Mantega, recebido com cautela pelos investidores em um primeiro momento.
Analistas e investidores não prevêem um período marcado por profundas turbulências nos próximos meses --como em 2002, quando o dólar bateu em R$ 4,00. Mas ficou mais difícil de o real seguir em alta, jogando o dólar para baixo dos R$ 2,10, como muitos projetavam no começo deste mês.
Ontem, o dólar fechou a R$ 2,214-- alta de 0,23%.
O encolhimento das posições vendidas em dólar dos estrangeiros na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) ilustra a nova expectativa desse segmento de investidores em relação ao futuro do real.
De US$ 10,13 bilhões na sexta-feira passada, essas posições caíram para US$ 8,29 bilhões anteontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), nível de novembro passado --quando a valorização do real se acelerou.
No começo de março, quando muitos analistas esperavam que o dólar caísse abaixo de R$ 2,10, as posições vendidas líquidas dos estrangeiros chegaram ao topo: US$ 13,76 bilhões.
A queda das posições vendidas em dólar é sinal de que os investidores estão mais confiantes na apreciação da moeda norte norte-americana. E vice-versa.
Roberto Padovani, economista da consultoria Tendências, afirma que há pouco tempo "a discussão era sobre o dólar oscilando entre R$ 2,00 e R$ 2,20. Agora, esse intervalo mudou para R$ 2,20 e R$ 2,30".
Padovani diz que "o fato de o prêmio de risco ter subido nos últimos dias mostra que diminuiu um pouco o apetite por Brasil". De 216 pontos no começo do mês, o risco-país brasileiro chegou ao fim dos negócios de ontem marcando 235 pontos.
Menor tensão
Mas a manutenção de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central ajudou a diminuir a tensão dos investidores ontem.
A Bolsa de Valores de São Paulo operou em alta durante todo o pregão de ontem e encerrou a jornada na pontuação máxima do dia, registrando uma valorização de 2,21%. Anteontem, a Bolsa paulista havia caído 2,55%.
"No âmbito doméstico, especificamente, os sinais de permanência da diretoria do BC podem acalmar os ânimos", previa em relatório, emitido na manhã de ontem, o departamento econômico do Bradesco.
Preocupações externas
Além da crise que provocou mudanças no Ministério da Fazenda, o cenário externo menos favorável também tem tido importante peso no desempenho mais fraco do mercado doméstico.
Enquanto os investidores temerem os riscos de possíveis elevações consistentes nas taxas de juros dos principais países desenvolvidos, os ativos de emergentes, como o Brasil, tendem a sofrer bruscas oscilações.
"Mas estamos longe de entrarmos em uma crise. A liquidez internacional ainda é favorável, e os fundamentos econômicos do Brasil melhoraram muito", afirma Padovani.
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Leia o que já foi publicado sobre a valorização do real
Investidor estrangeiro reduz aposta na valorização do real
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da Folha de S.Paulo
O turbulento início de semana levou os investidores estrangeiros a enxugar suas apostas favoráveis à apreciação do real. Ou seja, diminuiu a confiança estrangeira na continuidade do processo de valorização da moeda brasileira diante do dólar.
Ao cenário externo mais arisco somou-se a crise que derrubou Antonio Palocci Filho do comando do Ministério da Fazenda. Em seu lugar, assumiu o ex-titular do Planejamento Guido Mantega, recebido com cautela pelos investidores em um primeiro momento.
Analistas e investidores não prevêem um período marcado por profundas turbulências nos próximos meses --como em 2002, quando o dólar bateu em R$ 4,00. Mas ficou mais difícil de o real seguir em alta, jogando o dólar para baixo dos R$ 2,10, como muitos projetavam no começo deste mês.
Ontem, o dólar fechou a R$ 2,214-- alta de 0,23%.
O encolhimento das posições vendidas em dólar dos estrangeiros na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) ilustra a nova expectativa desse segmento de investidores em relação ao futuro do real.
De US$ 10,13 bilhões na sexta-feira passada, essas posições caíram para US$ 8,29 bilhões anteontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), nível de novembro passado --quando a valorização do real se acelerou.
No começo de março, quando muitos analistas esperavam que o dólar caísse abaixo de R$ 2,10, as posições vendidas líquidas dos estrangeiros chegaram ao topo: US$ 13,76 bilhões.
A queda das posições vendidas em dólar é sinal de que os investidores estão mais confiantes na apreciação da moeda norte norte-americana. E vice-versa.
Roberto Padovani, economista da consultoria Tendências, afirma que há pouco tempo "a discussão era sobre o dólar oscilando entre R$ 2,00 e R$ 2,20. Agora, esse intervalo mudou para R$ 2,20 e R$ 2,30".
Padovani diz que "o fato de o prêmio de risco ter subido nos últimos dias mostra que diminuiu um pouco o apetite por Brasil". De 216 pontos no começo do mês, o risco-país brasileiro chegou ao fim dos negócios de ontem marcando 235 pontos.
Menor tensão
Mas a manutenção de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central ajudou a diminuir a tensão dos investidores ontem.
A Bolsa de Valores de São Paulo operou em alta durante todo o pregão de ontem e encerrou a jornada na pontuação máxima do dia, registrando uma valorização de 2,21%. Anteontem, a Bolsa paulista havia caído 2,55%.
"No âmbito doméstico, especificamente, os sinais de permanência da diretoria do BC podem acalmar os ânimos", previa em relatório, emitido na manhã de ontem, o departamento econômico do Bradesco.
Preocupações externas
Além da crise que provocou mudanças no Ministério da Fazenda, o cenário externo menos favorável também tem tido importante peso no desempenho mais fraco do mercado doméstico.
Enquanto os investidores temerem os riscos de possíveis elevações consistentes nas taxas de juros dos principais países desenvolvidos, os ativos de emergentes, como o Brasil, tendem a sofrer bruscas oscilações.
"Mas estamos longe de entrarmos em uma crise. A liquidez internacional ainda é favorável, e os fundamentos econômicos do Brasil melhoraram muito", afirma Padovani.
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