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07/04/2006
-
09h45
MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo
Para continuar a voar para os destinos que opera hoje, a Varig anunciou ontem que estuda passar a operar conjuntamente, em uma parcela de seus vôos, com a OceanAir, do empresário Germán Efromovich.
O acordo ainda está em fase de negociação, mas a expectativa é que seja assinado nas próximas 24 horas. A idéia, a princípio, é que os passageiros Varig voem em aviões da OceanAir. O contrário não deve ocorrer.
Segundo a Folha apurou, em troca, a companhia do boliviano naturalizado brasileiro pagaria os leasings das aeronaves da aérea --as parcelas não vêm sendo pagas, e arrendadores já avaliavam a possibilidade de pedir seus aviões de volta. A Varig divulga mais detalhes sobre a operação hoje.
De acordo com a assessoria de imprensa da companhia aérea, o acordo será realizado para impedir que a Varig, por problemas financeiros, deixe de voar para todos os seus destinos atuais. A aérea admite, entretanto, que deve haver redução de freqüências para certos destinos.
Uma informação que circulava ontem em Brasília era que Efromovich teria se oferecido para tocar a operação da Varig por 120 dias.
Para viabilizar isso, o empresário teria proposto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) investir US$ 80 milhões na aérea --próprios ou do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o que, nesse último caso, seria o chamado "empréstimo-ponte".
Em troca, receberia os hangares da falida Transbrasil e 10% dos slots (espaços nos aeroportos e horários) da Varig no futuro.
Essa versão foi negada pela assessoria de imprensa da Varig, que confirmou apenas que OceanAir e Varig estudam realizar operações conjuntas.
Na avaliação dos envolvidos no processo de reestruturação da aérea, um acordo operacional permitiria à Varig continuar voando pelo menos pelos próximos meses.
Para o governo, também seria uma solução desejável: em um ano eleitoral, a última coisa que o presidente Lula quer é ver aquela que já foi a maior companhia aérea do país fechar as portas, deixando 11 mil desempregados e um considerável tumulto inicial, como passageiros no exterior sem conseguir voltar ao Brasil.
No caso da OceanAir, a grande vantagem seria obter mais espaço nos aeroportos, o que há tempos vem tentando obter. Para oferecer, a companhia tem sua credibilidade financeira, que a permitiria obter crédito no mercado.
A operação conjunta que está sendo estudada, e que prevê que só os passageiros Varig voem em aviões da OceanAir, e não o contrário, seria um pouco menor que a que a Varig tinha com a TAM --na época, representava cerca de 70% de todos os vôos.
Em janeiro deste ano, com dez polêmicos Fokker-100 como passaporte, a até então regional OceanAir anunciou que pretendia chegar à cobertura nacional em 2006.
Afirmou também que queria ampliar sua participação doméstica de 0,3% para algo entre 6% e 8% no final deste ano. No mês passado, estava com 0,6%. Talvez a crise da Varig permita que chegue a esse objetivo com uma rapidez muito maior.
No ano passado, Efromovich foi um dos que apareceram como interessados em comprar a companhia aérea. Quem também ensaia uma volta para o caso Varig é o empresário Nelson Tanure, inimigo de Efromovich nos negócios.
Segundo a Folha apurou, ele atualmente avalia se fará ou não novamente proposta pela Varig. Como foi fortemente atacado quando fez sua proposta pela aérea em 2005, avalia que está desgastado e que fará movimentos muito cuidadosos.
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da Folha de S.Paulo
Para continuar a voar para os destinos que opera hoje, a Varig anunciou ontem que estuda passar a operar conjuntamente, em uma parcela de seus vôos, com a OceanAir, do empresário Germán Efromovich.
O acordo ainda está em fase de negociação, mas a expectativa é que seja assinado nas próximas 24 horas. A idéia, a princípio, é que os passageiros Varig voem em aviões da OceanAir. O contrário não deve ocorrer.
Segundo a Folha apurou, em troca, a companhia do boliviano naturalizado brasileiro pagaria os leasings das aeronaves da aérea --as parcelas não vêm sendo pagas, e arrendadores já avaliavam a possibilidade de pedir seus aviões de volta. A Varig divulga mais detalhes sobre a operação hoje.
De acordo com a assessoria de imprensa da companhia aérea, o acordo será realizado para impedir que a Varig, por problemas financeiros, deixe de voar para todos os seus destinos atuais. A aérea admite, entretanto, que deve haver redução de freqüências para certos destinos.
Uma informação que circulava ontem em Brasília era que Efromovich teria se oferecido para tocar a operação da Varig por 120 dias.
Para viabilizar isso, o empresário teria proposto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) investir US$ 80 milhões na aérea --próprios ou do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o que, nesse último caso, seria o chamado "empréstimo-ponte".
Em troca, receberia os hangares da falida Transbrasil e 10% dos slots (espaços nos aeroportos e horários) da Varig no futuro.
Essa versão foi negada pela assessoria de imprensa da Varig, que confirmou apenas que OceanAir e Varig estudam realizar operações conjuntas.
Na avaliação dos envolvidos no processo de reestruturação da aérea, um acordo operacional permitiria à Varig continuar voando pelo menos pelos próximos meses.
Para o governo, também seria uma solução desejável: em um ano eleitoral, a última coisa que o presidente Lula quer é ver aquela que já foi a maior companhia aérea do país fechar as portas, deixando 11 mil desempregados e um considerável tumulto inicial, como passageiros no exterior sem conseguir voltar ao Brasil.
No caso da OceanAir, a grande vantagem seria obter mais espaço nos aeroportos, o que há tempos vem tentando obter. Para oferecer, a companhia tem sua credibilidade financeira, que a permitiria obter crédito no mercado.
A operação conjunta que está sendo estudada, e que prevê que só os passageiros Varig voem em aviões da OceanAir, e não o contrário, seria um pouco menor que a que a Varig tinha com a TAM --na época, representava cerca de 70% de todos os vôos.
Em janeiro deste ano, com dez polêmicos Fokker-100 como passaporte, a até então regional OceanAir anunciou que pretendia chegar à cobertura nacional em 2006.
Afirmou também que queria ampliar sua participação doméstica de 0,3% para algo entre 6% e 8% no final deste ano. No mês passado, estava com 0,6%. Talvez a crise da Varig permita que chegue a esse objetivo com uma rapidez muito maior.
No ano passado, Efromovich foi um dos que apareceram como interessados em comprar a companhia aérea. Quem também ensaia uma volta para o caso Varig é o empresário Nelson Tanure, inimigo de Efromovich nos negócios.
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