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25/04/2006 - 09h12

Investidor oferece US$ 1,9 bi pela Varig

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JANAINA LAGE
da Folha de S.Paulo, no Rio

O consultor Jaime Toscano voltou a procurar credores da Varig para tentar comprar a empresa. No ano passado, ele chegou a apresentar proposta à Justiça para adquirir o controle de todas as empresas do grupo, mas ela foi recebida com descrença por não apresentar a origem dos recursos.

Com a piora da situação da companhia aérea, a nova proposta restringe-se à aquisição do controle das três empresas em recuperação judicial --Varig, Rio Sul e Nordeste. A base da oferta é um empréstimo-ponte de US$ 1,9 bilhão, que pode ser parcelado em até seis vezes. No curto prazo, seriam disponibilizados US$ 500 milhões para fluxo de caixa.

Desde que entrou em recuperação judicial, a Varig já recebeu algumas propostas de compra, mas até agora nenhuma foi aprovada. Os credores consideraram a maioria sem fundamento ou com ofertas baixas.

Entre os interessados na Varig já apareceram nomes como os de German Efromovich, dono da Ocean Air, Nelson Tanure, do Jornal do Brasil, e de empresas como a portuguesa TAP e o fundo de investimento americano Matlin Patterson.

Segundo Selma Balbino, presidente do Sindicato dos Aeroviários, o consultor marcou uma reunião para hoje com os sindicatos.

"Vemos a proposta com uma certa reserva porque há seis meses, quando ele nos procurou, pedimos que entregasse a proposta à Justiça e nem assim ele afirmou quem era o investidor. Esperamos que ele diga agora", afirmou.

Segundo o consultor, o projeto consiste na oferta de um empréstimo-ponte, na realização de uma "due dilligence" (processo de avaliação de dados da empresa) e na administração com comitês de co-gestão durante o regime de recuperação judicial.

O consultor diz que os recursos viriam de fundos de investimento europeus. A falta de informações sobre a origem do dinheiro foi o principal entrave à aceitação da proposta anterior.

"Não existe propriamente um único investidor, esses recursos vêm de fundos de investimento. Quem será o dono é uma questão a ser definida com o tempo", disse.

Toscano afirma ser dono de uma consultoria e trabalhar há seis anos na área financeira buscando recursos para empresas em dificuldades.

Em entrevista à Folha por telefone, ele disse que as negociações ainda estão no início. "Procuramos os sindicatos, precisamos que alguém apresente a proposta", disse.

Na primeira fase, seriam verificados ao longo de 30 dias os contratos e estatutos sociais das companhias e a viabilidade de uma emissão de debêntures conversíveis em ações. Elas seriam usadas como garantias dos recursos financiados durante os seis primeiros meses.

"Os recursos serão concedidos pelo período de dez anos e condicionados ao regime de co-gestão total do negócio pelo período de financiamento", informa a proposta apresentada a credores.

Numa segunda fase, o investidor decide se adquire ou não o controle acionário das companhias após o período de "due dilligence". Caso decida assumir o controle, os recursos já concedidos seriam usados para aumentar o capital das companhias.

"Nossa proposta seria um financiamento dentro de um prazo de 180 dias, período necessário para que a Boucinhas & Campos, que faz nossa assessoria, levantasse a situação das empresas", afirmou Toscano.

O contrato incluiria cláusulas para evitar que a falência da Varig fosse solicitada no período ou que a empresa tivesse títulos protestados.

Questionado sobre o valor da oferta, muito superior ao de outros interessados, Toscano afirma que os investidores que representa pensam no desempenho da companhia nos próximos anos.

De acordo com o consultor, a participação dos estrangeiros ficaria dentro do permitido em lei, de 20%. Seria criada uma sociedade anônima com sócios brasileiros responsáveis pela gestão.

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