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26/04/2006
-
09h59
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio
O empresário Eike Batista oficializou ontem a saída de sua empresa, a EBX, da Bolívia. A desistência do projeto de instalação de uma usina siderúrgica na fronteira com o Brasil acarretará um prejuízo de, ao menos, US$ 20 milhões à EBX, segundo Batista.
Instalada na Bolívia durante o governo que precedeu o do nacionalista Evo Morales, a siderúrgica da EBX já consumiu investimentos de US$ 60 milhões em dois dos quatro alto-fornos previstos.
Inviabilizada a permanência na Bolívia, a EBX negocia a instalação da usina no Brasil (Amapá ou Mato Grosso) ou no Paraguai.
Eike se diz perseguido pelo governo boliviano em razão de se associar à família Monasterio, adversária política "número um" do presidente Evo Morales.
Pela Constituição boliviana, empresas estrangeiras não podem se instalar numa faixa de até 50 km da fronteira. Para driblar tal restrição, os empresários usam como prática contrato de parceria com empresários locais, arrendando áreas. Foi o que Batista fez com a família Monasterio.
Dado o tratamento dispensado pelo governo de Morales, a EBX cancelou também o projeto de construção de uma usina termelétrica na Bolívia e outra no lado brasileiro da fronteira, que demandariam investimentos de US$ 120 milhões. Nesse caso, o grupo perderá US$ 6 milhões, investidos num gasoduto.
Não é possível, afirma Batista, confiar no fornecimento de gás com o atual cenário político-institucional da Bolívia.
O empresário brasileiro reclama ainda da falta de diálogo e do tratamento dispensado a ele por integrantes do primeiro escalão do governo da Bolívia.
"Fui tratado como um ladrão! Nunca fui recebido assim em lugar nenhum. Eles foram de uma grosseria, de uma agressividade", disse Batista, ao relatar uma reunião que teve cinco ministros da Bolívia.
Eike Batista afirmou que, ao final da reunião, chegou a pensar que seria preso por causa da reação negativa dos ministros. "O que está acontecendo é algo surrealista. Um sonho mau", disse.
Anteontem, o presidente Evo Morales declarou, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, que a EBX não poderia se manter no país por descumprir a lei. Afirmou ainda que a Bolívia não quer "usurpadores" e empresários como aqueles que exploraram os recursos naturais do país por "500 anos".
A usina é localizada na cidade boliviana de Porto Quijaro e seu projeto previa a instalação de quatro alto-fornos para a produção de ferro-gusa (matéria-prima do aço) que estariam operando até o final do ano.
Numa segunda fase, seriam investidos mais US$ 180 milhões para a construção de uma aciaria, iniciando a produção de aço. "O que colocaria a Bolívia no cenário mundial de aço", disse Batista.
Na fase montagem da usina, estão trabalhando na Bolívia 900 pessoas em Porto Quijaro. "Mas já estamos desmobilizando."
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a EBX
Eike desiste de usina na Bolívia e deve perder US$ 20 mi
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da Folha de S.Paulo, no Rio
O empresário Eike Batista oficializou ontem a saída de sua empresa, a EBX, da Bolívia. A desistência do projeto de instalação de uma usina siderúrgica na fronteira com o Brasil acarretará um prejuízo de, ao menos, US$ 20 milhões à EBX, segundo Batista.
Instalada na Bolívia durante o governo que precedeu o do nacionalista Evo Morales, a siderúrgica da EBX já consumiu investimentos de US$ 60 milhões em dois dos quatro alto-fornos previstos.
Inviabilizada a permanência na Bolívia, a EBX negocia a instalação da usina no Brasil (Amapá ou Mato Grosso) ou no Paraguai.
Eike se diz perseguido pelo governo boliviano em razão de se associar à família Monasterio, adversária política "número um" do presidente Evo Morales.
Pela Constituição boliviana, empresas estrangeiras não podem se instalar numa faixa de até 50 km da fronteira. Para driblar tal restrição, os empresários usam como prática contrato de parceria com empresários locais, arrendando áreas. Foi o que Batista fez com a família Monasterio.
Dado o tratamento dispensado pelo governo de Morales, a EBX cancelou também o projeto de construção de uma usina termelétrica na Bolívia e outra no lado brasileiro da fronteira, que demandariam investimentos de US$ 120 milhões. Nesse caso, o grupo perderá US$ 6 milhões, investidos num gasoduto.
Não é possível, afirma Batista, confiar no fornecimento de gás com o atual cenário político-institucional da Bolívia.
O empresário brasileiro reclama ainda da falta de diálogo e do tratamento dispensado a ele por integrantes do primeiro escalão do governo da Bolívia.
"Fui tratado como um ladrão! Nunca fui recebido assim em lugar nenhum. Eles foram de uma grosseria, de uma agressividade", disse Batista, ao relatar uma reunião que teve cinco ministros da Bolívia.
Eike Batista afirmou que, ao final da reunião, chegou a pensar que seria preso por causa da reação negativa dos ministros. "O que está acontecendo é algo surrealista. Um sonho mau", disse.
Anteontem, o presidente Evo Morales declarou, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, que a EBX não poderia se manter no país por descumprir a lei. Afirmou ainda que a Bolívia não quer "usurpadores" e empresários como aqueles que exploraram os recursos naturais do país por "500 anos".
A usina é localizada na cidade boliviana de Porto Quijaro e seu projeto previa a instalação de quatro alto-fornos para a produção de ferro-gusa (matéria-prima do aço) que estariam operando até o final do ano.
Numa segunda fase, seriam investidos mais US$ 180 milhões para a construção de uma aciaria, iniciando a produção de aço. "O que colocaria a Bolívia no cenário mundial de aço", disse Batista.
Na fase montagem da usina, estão trabalhando na Bolívia 900 pessoas em Porto Quijaro. "Mas já estamos desmobilizando."
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