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26/04/2006 - 10h10

Capacitação começa a focar tecnologia

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JULIANA GARÇON
da Folha de S.Paulo

As empresas e entidades investem cada vez mais em qualificação especializada nos projetos de capacitação profissional voltados para jovens carentes. O recém-criado projeto HackerTeen, por exemplo, treina alunos para trabalhar em segurança de redes com o sistema aberto Linux.

Daniel Kfouri/F.Imagem
Jovens do HackerTeen aprendem segurança de redes
Jovens do HackerTeen aprendem segurança de redes
Incrustado na comunidade do Real Parque e Jardim Panorama, uma região de baixa renda da zona sul da capital paulista, o programa atende a 48 jovens com idade entre 17 e 25 anos.

"Já apareceram oportunidades de trabalho, mas eu não quis pegar para não atrapalhar o curso. Quando terminar, em novembro, conseguirei um emprego melhor", conta Paula Graciela Cerqueira dos Santos Almeida, 19, que estuda o Linux há oito meses, quando começou a primeira turma.

O curso foi desenvolvido em 2004 por uma empresa especializada em serviços e treinamento baseados em softwares livres, a 4Linux, como um programa com mensalidades de R$ 250 para os níveis básicos.

Empenhada em levar o treinamento a jovens carentes, conta Eliane Feliz, diretora de responsabilidade social, a companhia procurou no ano passado o Instituto IBI, ligado ao Banco IBI, braço financeiro das lojas C&A, para patrocinar o projeto.

A idéia foi adiante graças à parceria entre o IBI e o Projeto Casulo, organização não-governamental fundada pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), que cede o espaço para as aulas.

"Temos de olhar as exigências de mercado. Há demanda para tecnologia", diz Fernanda Bombardi, coordenadora de desenvolvimento institucional ICE.

Os programas de capacitação para o mercado de trabalho mais tradicionais formam profissionais de menor qualificação. Os que envolvem inclusão digital e aprendizado de tecnologia são relativamente novos e delineiam uma nova corrente na busca pela empregabilidade.

"Tradicionalmente, as entidades se focam na formação para o trabalho. Mas os cursos investiam em profissões "pobres". A partir dos anos 90, isso começou a mudar: as novas organizações não-governamentais e fundações privadas estão percebendo que precisam investir no desenvolvimento pessoal da pessoas e que há profissões mais modernas, que o mercado pode absorver melhor", diz a socióloga Ana Maria Wilheim, diretora da consultoria de investimento social Cara de Brasil.

"Agora há uma tendência de formação em tecnologia."

Computação gráfica

Nessa nova corrente, o Instituto Criar de TV e Cinema, por sua vez, desde o fim de 2004 ensina a seus alunos computação gráfica, produção e edição, figurino, entre outras atividades da produção audiovisual.

Depois do treinamento, os jovens vão estagiar nos parceiros do projeto, como produtora de audiovisual Mixer, que abrigou como estagiários dez participantes do projeto e, depois de dez meses, contratou todos.

"Eles estavam bem preparados e mostraram grande interesse e dedicação. Aproveitaram a oportunidade e atuaram com profissionalismo", avalia Maraisa Stanicia, coordenadora de comunicação.

"Para capacitar jovens para o mercado de trabalho, antes de mais nada é preciso conhecer o grau de escolaridade dos beneficiados", comenta Renata Filippi, sócia-diretora da consultoria de RH Mariaca.

A rede hoteleira Marriott Brasil, por exemplo, seleciona para seu programa de capacitação --que forma camareiras, garçons e outros profissionais de hotelaria-- jovens que têm o segundo grau completo. A seleção é feita por uma organização parceira, a Youth Carrer Initiative.

"Também é preciso pensar qual tipo de ajuda será dada: conhecimentos técnicos ou preparação para entrevistas, por exemplo", frisa Renata Filippi.

A própria Mariaca ensina, num treinamento de dois dias, jovens carentes a identificar suas habilidades, fazer currículo e procurar emprego.

Especial
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