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04/05/2006
-
09h56
FÁTIMA FERNANDES
da Folha de S.Paulo
A expectativa de que o preço do gás possa subir no Brasil devido à decisão do governo boliviano de nacionalizar as operações de petróleo e gás levou taxistas de São Paulo a suspender a conversão dos veículos para uso de gás.
"Há dois dias as conversões estão paradas. Não adianta gastar R$ 3.000, no mínimo, para usar gás como combustível, quando nem o presidente Lula sabe o que vai acontecer com o preço do gás no Brasil daqui para a frente", afirma Natalício Bezerra da Silva, presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo.
Esse sindicato representa cerca de 35 mil taxistas na capital paulista, dos quais cerca de 12 mil utilizam gás. "Recebemos no sindicato centenas de ligações de taxistas querendo saber sobre o preço do gás", afirma.
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) informa que a frota de carros a gás era de 1,118 milhão de veículos até março deste ano. Os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo concentram cerca de 65% desses veículos. A expectativa da Associação Brasileira do Gás Natural Veicular (ABGNV) é que esse número esteja próximo de 1,25 milhão de veículos e que chegue a 1,3 milhão de veículos até o final deste semestre.
Antonio Teixeira Mendes, coordenador-técnico da associação, informa que a decisão do governo boliviano criou uma expectativa nos consumidores de gás. "Pode dar, sim, uma parada agora na conversão de veículos para uso de gás, mas a tendência é isso se normalizar até o final deste mês."
Mendes informa que as oficinas do país --cerca de 800 estão autorizadas a fazer a conversão-- têm capacidade para converter cerca de 23 mil veículos por mês. Quem opta pelo investimento de R$ 3.000 para usar gás como combustível, diz ele, considera que vai amortizar esse investimento com a economia que fará na compra do gás, que custa menos que a gasolina e que o álcool.
O IBP informa que o preço médio do metro cúbico do gás era de R$ 1,26 no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período, o litro da gasolina custava R$ 2,58 e o do álcool, R$ 2,00. Com um litro de gasolina e um metro cúbico de gás, um carro popular roda cerca de 15 quilômetros, segundo informa Ricardo Aurimma, presidente da Adetax, associação que reúne as empresas de táxis de frota do município de São Paulo.
"Parece que o governo boliviano quer aumentar o imposto sobre o gás, mas não se sabe se isso terá impacto no preço no Brasil. O fato é que, se o preço do gás chegar próximo ao do álcool, não é mais vantajoso ter carro a gás."
O coordenador técnico da ABGNV considera remota essa possibilidade. "A Comgas [distribuidora de gás na região metropolitana de São Paulo] possui contratos de longo prazo, com preços fixos, com a Petrobras. Isso não muda de uma hora para a outra", afirma Mendes. "O que pode acontecer é a Petrobras ter de pagar mais pelo gás que vem da Bolívia e absorver esse custo."
Mendes informa que o gás extraído na Bolívia custa um décimo do preço que é comercializado no Brasil. "Se a Petrobras paga, por exemplo, R$ 0,10 pelo metro cúbico do gás, esse gás é vendido a R$ 1,00. Isso quer dizer que a Petrobras tem muita margem para absorver aumentos de preços", diz.
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A expectativa de que o preço do gás possa subir no Brasil devido à decisão do governo boliviano de nacionalizar as operações de petróleo e gás levou taxistas de São Paulo a suspender a conversão dos veículos para uso de gás.
"Há dois dias as conversões estão paradas. Não adianta gastar R$ 3.000, no mínimo, para usar gás como combustível, quando nem o presidente Lula sabe o que vai acontecer com o preço do gás no Brasil daqui para a frente", afirma Natalício Bezerra da Silva, presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo.
Esse sindicato representa cerca de 35 mil taxistas na capital paulista, dos quais cerca de 12 mil utilizam gás. "Recebemos no sindicato centenas de ligações de taxistas querendo saber sobre o preço do gás", afirma.
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) informa que a frota de carros a gás era de 1,118 milhão de veículos até março deste ano. Os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo concentram cerca de 65% desses veículos. A expectativa da Associação Brasileira do Gás Natural Veicular (ABGNV) é que esse número esteja próximo de 1,25 milhão de veículos e que chegue a 1,3 milhão de veículos até o final deste semestre.
Antonio Teixeira Mendes, coordenador-técnico da associação, informa que a decisão do governo boliviano criou uma expectativa nos consumidores de gás. "Pode dar, sim, uma parada agora na conversão de veículos para uso de gás, mas a tendência é isso se normalizar até o final deste mês."
Mendes informa que as oficinas do país --cerca de 800 estão autorizadas a fazer a conversão-- têm capacidade para converter cerca de 23 mil veículos por mês. Quem opta pelo investimento de R$ 3.000 para usar gás como combustível, diz ele, considera que vai amortizar esse investimento com a economia que fará na compra do gás, que custa menos que a gasolina e que o álcool.
O IBP informa que o preço médio do metro cúbico do gás era de R$ 1,26 no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período, o litro da gasolina custava R$ 2,58 e o do álcool, R$ 2,00. Com um litro de gasolina e um metro cúbico de gás, um carro popular roda cerca de 15 quilômetros, segundo informa Ricardo Aurimma, presidente da Adetax, associação que reúne as empresas de táxis de frota do município de São Paulo.
"Parece que o governo boliviano quer aumentar o imposto sobre o gás, mas não se sabe se isso terá impacto no preço no Brasil. O fato é que, se o preço do gás chegar próximo ao do álcool, não é mais vantajoso ter carro a gás."
O coordenador técnico da ABGNV considera remota essa possibilidade. "A Comgas [distribuidora de gás na região metropolitana de São Paulo] possui contratos de longo prazo, com preços fixos, com a Petrobras. Isso não muda de uma hora para a outra", afirma Mendes. "O que pode acontecer é a Petrobras ter de pagar mais pelo gás que vem da Bolívia e absorver esse custo."
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