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06/05/2006
-
09h26
SANDRA BALBI
da Folha de S.Paulo
O grupo Abril assinou ontem um contrato de venda de ações e aumento de capital com o grupo de mídia sul-africano Naspers, no valor de US$ 422 milhões. Por esse contrato, o grupo que edita as revistas "Veja" e "Exame", entre outras publicações, vendeu 30% do seu capital total e 30% do capital votante ao Naspers. O negócio ficou dentro do limite de 30% estabelecido pela legislação brasileira para a participação de capital estrangeiro no setor.
Pelo acordo entre os dois conglomerados, parte dos recursos --US$ 150 milhões (pouco mais de R$ 300 milhões)-- serão usados para abater um pedaço da dívida da Abril, que estaria hoje por volta de R$ 900 milhões. Esse valor corresponde ao aporte de capital que o Naspers está fazendo no grupo brasileiro.
O restante será destinado ao pagamento de ações pertencentes à família Civita, controladora da Abril, e à aquisição dos 13,8% de ações que pertencem aos fundos de investimento americanos administrados pela Capital International. O acordo envolve a holding Abril, integrada pela Abril S.A., editoras Ática e Scipione e a TVA.
O grupo Abril também está solicitando à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) o cancelamento do pedido de abertura de capital, enviado ao órgão no dia 4 do mês passado. A Folha apurou que grupo tinha duas opções: capitalizar-se no mercado e fazer uma emissão de ações ou buscar um sócio no setor de mídia. Como o Naspers se dispôs a comprar o mesmo percentual do capital que seria colocado em Bolsa, em condições melhores, a Abril optou por um parceiro estratégico.
O Naspers é o maior grupo de mídia da África do Sul, com faturamento de US$ 2,2 bilhões. O grupo sul-africano publica mais de 30 revistas e cerca de 25 jornais, dos quais o maior é o "Daily Sun", na África do Sul. Atua em 50 países e tem negócios de internet, TV paga e editora de livros. Segundo Koos Bekker, CEO da Naspers, o grupo sul-africano já conhecia a Abril havia mais de uma década. "A transação está alinhada com a nossa estratégia de investir nas economias em desenvolvimento mais promissoras."
Roberto Civita, CEO e editor do Grupo Abril, disse que a associação com o Naspers "contribuirá para acelerar o crescimento e a diversificação da Abril nos próximos anos". A Abril é um dos maiores grupos de comunicação da América Latina, com receita líquida de R$ 2,3 bilhões em 2005. O Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação e juros) sobre a receita líquida foi de 21,9%.
O acordo é resultado de quatro meses de negociações. Nas últimas três semanas, representantes dos dois grupos e seus assessores ficaram trancados em um escritório, em São Paulo, detalhando o contrato de compra da participação acionária. O Naspers foi assessorado pelo Citigroup e, a Abril, pelo JP Morgan.
Os dois grupos firmaram uma acordo de acionistas que prevê uma participação minoritária dos sul-africanos no Conselho de Administração da Abril, mas sem influência na gestão do negócio e na parte editorial da Abril. A família Civita permanece no controle do grupo e do conteúdo editorial.
O acordo estabelece que qualquer decisão com relação à divida da Abril terá de ser tomada em comum acordo entre os sócios.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o grupo Abril
Grupo da África do Sul compra 30% da Abril
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da Folha de S.Paulo
O grupo Abril assinou ontem um contrato de venda de ações e aumento de capital com o grupo de mídia sul-africano Naspers, no valor de US$ 422 milhões. Por esse contrato, o grupo que edita as revistas "Veja" e "Exame", entre outras publicações, vendeu 30% do seu capital total e 30% do capital votante ao Naspers. O negócio ficou dentro do limite de 30% estabelecido pela legislação brasileira para a participação de capital estrangeiro no setor.
Pelo acordo entre os dois conglomerados, parte dos recursos --US$ 150 milhões (pouco mais de R$ 300 milhões)-- serão usados para abater um pedaço da dívida da Abril, que estaria hoje por volta de R$ 900 milhões. Esse valor corresponde ao aporte de capital que o Naspers está fazendo no grupo brasileiro.
O restante será destinado ao pagamento de ações pertencentes à família Civita, controladora da Abril, e à aquisição dos 13,8% de ações que pertencem aos fundos de investimento americanos administrados pela Capital International. O acordo envolve a holding Abril, integrada pela Abril S.A., editoras Ática e Scipione e a TVA.
O grupo Abril também está solicitando à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) o cancelamento do pedido de abertura de capital, enviado ao órgão no dia 4 do mês passado. A Folha apurou que grupo tinha duas opções: capitalizar-se no mercado e fazer uma emissão de ações ou buscar um sócio no setor de mídia. Como o Naspers se dispôs a comprar o mesmo percentual do capital que seria colocado em Bolsa, em condições melhores, a Abril optou por um parceiro estratégico.
O Naspers é o maior grupo de mídia da África do Sul, com faturamento de US$ 2,2 bilhões. O grupo sul-africano publica mais de 30 revistas e cerca de 25 jornais, dos quais o maior é o "Daily Sun", na África do Sul. Atua em 50 países e tem negócios de internet, TV paga e editora de livros. Segundo Koos Bekker, CEO da Naspers, o grupo sul-africano já conhecia a Abril havia mais de uma década. "A transação está alinhada com a nossa estratégia de investir nas economias em desenvolvimento mais promissoras."
Roberto Civita, CEO e editor do Grupo Abril, disse que a associação com o Naspers "contribuirá para acelerar o crescimento e a diversificação da Abril nos próximos anos". A Abril é um dos maiores grupos de comunicação da América Latina, com receita líquida de R$ 2,3 bilhões em 2005. O Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação e juros) sobre a receita líquida foi de 21,9%.
O acordo é resultado de quatro meses de negociações. Nas últimas três semanas, representantes dos dois grupos e seus assessores ficaram trancados em um escritório, em São Paulo, detalhando o contrato de compra da participação acionária. O Naspers foi assessorado pelo Citigroup e, a Abril, pelo JP Morgan.
Os dois grupos firmaram uma acordo de acionistas que prevê uma participação minoritária dos sul-africanos no Conselho de Administração da Abril, mas sem influência na gestão do negócio e na parte editorial da Abril. A família Civita permanece no controle do grupo e do conteúdo editorial.
O acordo estabelece que qualquer decisão com relação à divida da Abril terá de ser tomada em comum acordo entre os sócios.
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