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07/05/2006 - 10h05

PT diz que Brasil deve pagar mais por gás boliviano

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da Ansa

O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é favorável ao aumento do preço do gás boliviano, por considerar que o Brasil paga um valor abaixo dos preços internacionais, segundo Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do partido e membro do diretório. "Os preços que pagamos pelo gás boliviano são baixos e devem subir", diz Pomar à agência Ansa.

Segundo ele, "no curto prazo não deve haver alteração no preço do gás e a inflação não sofrerá nenhum impacto politicamente relevante. Mas, no médio prazo, algo deve mudar, porque os preços que pagamos pelo gás da Bolívia são baixos e devem subir". Caso isso aconteça, o presidente Lula já disse que a estatal assumirá todos os custos e o reajuste não será repassado aos consumidores brasileiros.

A decisão do presidente boliviano Evo Morales de nacionalizar as reservas de hidrocarbonetos de seu país, anunciada na última segunda-feira (1º), gerou uma grande dúvida sobre como o governo brasileiro iria agir, já que a Petrobras é o maior investidor estrangeiro na Bolívia e também o maior comprador do gás do país.

Com um dos importantes cargos no PT, Pomar declarou que em um ano eleitoral no qual Lula ainda não decidiu se apresentará ou não sua candidatura à reeleição, "há grandes interesses envolvidos na discussão sobre o gás boliviano".

"Mais da metade do gás natural consumido no Brasil vem da Bolívia, assim como 75% da produção do gás boliviano são exportados para nós, sendo apenas 10% para consumo doméstico", afirma Pomar, ao afirmar que os "interesses são mútuos" e serão levados em consideração durante a negociação entre os dois países.

O petista defendeu a postura de Lula, criticando o governo de Fernando Henrique Cardoso pelos contratos entre a Petrobras e a Bolívia, que obrigam o Brasil a comprar gás apenas daquele país.

"Precisamos levar em consideração, também, outros elementos. Por exemplo, a dependência gerada em relação ao gás boliviano, o fato de que o Brasil pagou durante anos por um gás que nunca consumiu e as denúncias de que as petrolíferas devem pagar mais de US$ 500 milhões em impostos ao estado boliviano", diz.

Caso EBX

Para Pomar, o governo de Morales agiu corretamente quando expulsou a siderúrgica EBX, propriedade do brasileiro Eike Batista, próximo à fronteira boliviana-brasileira. "Esse senhor instalou quatro fornos sem licença ambiental, apoiou movimentos separatistas em Santa Cruz de la Sierra contra Morales e agora quer dar uma de pobre empresário ameaçado pelo governo boliviano", afirma.

O secretário disse ainda que é preciso entender "quem está por trás" dessa crise. "Primeiro há uma guerra mundial pelo acesso a fontes de energia, como o petróleo e o gás. E outra, tudo o que os EUA não querem ver é que os governos de esquerda ou simplesmente nacionalistas controlem suas riquezas nacionais", diz.

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