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31/05/2006
-
18h38
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online
Como já era esperado, as incertezas nos mercados financeiros fizeram com que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduzisse a taxa básica de juros da economia em apenas meio ponto percentual, para 15,25% ao ano. A magnitude do corte é menor que os três anteriores (0,75 ponto).
A instabilidade que tomou conta dos mercados financeiros desde a última semana colaborou para essa decisão. Além disso, na ata da última reunião, realizada em abril, o comitê já havia alertado que agiria com maior "parcimônia".
Antes do anúncio do Copom, foi divulgada a ata da reunião do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), que no último dia 10 aumentou de 4,75% ao ano para 5% ano a taxa de juros nos EUA --a 16ª elevação consecutiva. O motivo da espera era saber se esse processo de ajuste terá prosseguimento. De acordo com o documento do Fed, ainda há incerteza sobre a necessidade de um maior aperto monetário.
Isso porque os mercados emergentes, como o do Brasil, são afetados quando os juros dos EUA sobem. Os grandes investidores preferem investir em títulos do tesouro norte-americano --considerados mais seguros.
Menor taxa em 5 anos
Apesar do corte menor na reunião de hoje, essa é a menor Selic em mais de cinco anos e também é a menor taxa nesse formato. A taxa de 15,25% foi praticada pela última vez na reunião de fevereiro de 2001.
Desde o início do processo de redução dos juros, a Selic já caiu 4,5 pontos percentuais desde setembro do ano passado. Ao todo, foram oito cortes.
Daqui para frente, o que irá determinar a continuidade desse processo é o comportamento da inflação. E a cotação do dólar tem influência sobre isso, já que os preços dos produtos, principalmente no atacado, são influenciados pela cotação da moeda norte-americana.
A meta de inflação oficial é de 4,5% de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) --com uma margem de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo.
No último levantamento feito pela autoridade monetária, o mercado financeiro esperava uma inflação de 4,32%.
O crescimento de 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre do ano também foi levado em conta na decisão de hoje --o melhor desempenho desde o terceiro trimestre de 2004. Isso porque um crescimento acima do esperado pode provocar pressão nos preços internos.
Consumidor
O efeito dessa redução para o consumidor será pequeno, já que a diferença entre a taxa Selic e a taxa cobrada das pessoas físicas é muito grande.
Segundo cálculos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), a taxa média das operações de crédito ao consumidor passará de 7,48% ao mês para 7,44% ao mês, ou de 137,65% ao ano para 136,59% ao ano. No entanto, Miguel José Ribeiro de Oliveira, economista da Anefac, acredita em uma queda maior em alguns bancos.
Apesar do efeito pequeno para o consumidor, a entidade vê como positiva a rentabilidade dos títulos públicos, já que aumenta a chance dos bancos destinarem parte dos recursos aplicados em títulos para operações de crédito. Com maior volume, há uma pressão para a redução das taxas de juros ao consumidor final.
Em nota, o Copom informou que "dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, iniciada na reunião em setembro de 2005, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa selic para 15,25% ao ano, sem viés, e acompanharam a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua politica monetária".
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da Folha Online
Como já era esperado, as incertezas nos mercados financeiros fizeram com que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduzisse a taxa básica de juros da economia em apenas meio ponto percentual, para 15,25% ao ano. A magnitude do corte é menor que os três anteriores (0,75 ponto).
A instabilidade que tomou conta dos mercados financeiros desde a última semana colaborou para essa decisão. Além disso, na ata da última reunião, realizada em abril, o comitê já havia alertado que agiria com maior "parcimônia".
Antes do anúncio do Copom, foi divulgada a ata da reunião do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano), que no último dia 10 aumentou de 4,75% ao ano para 5% ano a taxa de juros nos EUA --a 16ª elevação consecutiva. O motivo da espera era saber se esse processo de ajuste terá prosseguimento. De acordo com o documento do Fed, ainda há incerteza sobre a necessidade de um maior aperto monetário.
Isso porque os mercados emergentes, como o do Brasil, são afetados quando os juros dos EUA sobem. Os grandes investidores preferem investir em títulos do tesouro norte-americano --considerados mais seguros.
Menor taxa em 5 anos
Apesar do corte menor na reunião de hoje, essa é a menor Selic em mais de cinco anos e também é a menor taxa nesse formato. A taxa de 15,25% foi praticada pela última vez na reunião de fevereiro de 2001.
Desde o início do processo de redução dos juros, a Selic já caiu 4,5 pontos percentuais desde setembro do ano passado. Ao todo, foram oito cortes.
Daqui para frente, o que irá determinar a continuidade desse processo é o comportamento da inflação. E a cotação do dólar tem influência sobre isso, já que os preços dos produtos, principalmente no atacado, são influenciados pela cotação da moeda norte-americana.
A meta de inflação oficial é de 4,5% de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) --com uma margem de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo.
No último levantamento feito pela autoridade monetária, o mercado financeiro esperava uma inflação de 4,32%.
O crescimento de 1,4% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre do ano também foi levado em conta na decisão de hoje --o melhor desempenho desde o terceiro trimestre de 2004. Isso porque um crescimento acima do esperado pode provocar pressão nos preços internos.
Consumidor
O efeito dessa redução para o consumidor será pequeno, já que a diferença entre a taxa Selic e a taxa cobrada das pessoas físicas é muito grande.
Segundo cálculos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), a taxa média das operações de crédito ao consumidor passará de 7,48% ao mês para 7,44% ao mês, ou de 137,65% ao ano para 136,59% ao ano. No entanto, Miguel José Ribeiro de Oliveira, economista da Anefac, acredita em uma queda maior em alguns bancos.
Apesar do efeito pequeno para o consumidor, a entidade vê como positiva a rentabilidade dos títulos públicos, já que aumenta a chance dos bancos destinarem parte dos recursos aplicados em títulos para operações de crédito. Com maior volume, há uma pressão para a redução das taxas de juros ao consumidor final.
Em nota, o Copom informou que "dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, iniciada na reunião em setembro de 2005, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa selic para 15,25% ao ano, sem viés, e acompanharam a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua politica monetária".
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