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08/06/2006 - 11h05

Entenda a crise da Varig e o modelo de venda da empresa

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da Folha Online

Com dívidas estimadas em R$ 7,9 bilhões, a Varig enfrenta há anos dificuldades que, segundo especialistas, são reflexo das perdas geradas pelo congelamento das tarifas aéreas nas décadas de 80 e 90 combinadas com a má administração da companhia.

No começo do governo Lula, o Planalto tentou promover uma fusão entre a Varig e a TAM numa tentativa de reduzir os custos operacionais do setor, que ainda sofria os reflexos da crise deflagrada pelos ataques terroristas de 2001.

O projeto não deu certo e as empresas desfizeram a união. O prejuízo maior ficou com a Varig, que continuou a perder mercado para a TAM.

A entrada em operação da Gol, em 2001, também contribuiu para o encolhimento da Varig. Com tarifas mais competitivas, a Gol conseguiu rapidamente tirar da Varig o posto de segunda maior empresa em tráfego nacional.

Sem conseguir arcar com compromissos assumidos com credores, a empresa passou a enfrentar a ameaça de ter a falência decretada pela Justiça, mas ganhou sobrevida com o pedido, em 17 de junho do ano passado, de recuperação judicial, processo que substituiu a concordata na nova Lei de Falências.

A Varig foi a primeira grande empresa do país a se beneficiar do processo de recuperação judicial, já que a Nova Lei de Falências foi aprovada no dia 9 de junho de 2005.

Esse instrumento de recuperação protegeu a Varig de ações movidas por credores, ajudou a empresa a continuar voando e a iniciar um processo de reestruturação, que incluiu a venda de subsidiárias, como a VarigLog (de transporte de cargas) e a VEM (de manutenção de aeronaves).

Em abril, os credores da companhia aprovaram a criação do Fundo de Investimento e Participação Controlador (FIP Controle) e a indicação do Banco Brascan como gestor do fundo. Aprovam também a escolha da Consultoria Alvarez & Marsal para conduzir o plano de reestruturação da companhia. Varig pediu mais prazo aos credores para pagar as dívidas, por meio do Plano de Emergência elaborado pela consultoria, com a finalidade de sustentar o fluxo de caixa da empresa no curto prazo, até julho/agosto, quando os FIPs estariam, de fato, funcionando.

Naquele mesmo mês a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) determinou a intervenção e liquidação do Aerus, fundo de previdência dos funcionários da Varig.

Depois de um período de muita turbulência e várias tentativas de realização de assembléia, os credores da Varig aprovaram, em 9 de maio último, dois modelos de venda da companhia: inteira --operação nacional e internacional, denominada Varig Operações-- ou separada --somente operações domésticas, chamada de Varig Regional. Os preços mínimos foram fixados, respectivamente, em US$ 860 milhões e US$ 700 milhões. Nos dois modelos de venda estão excluídas as dívidas da companhia, estimadas em R$ 8 bilhões.

O plano aprovado em assembléia do dia 9 de maio previa a venda da Varig em até 60 dias e a entrada de recursos para a manutenção do seu fluxo de caixa neste período por meio de um empréstimo-ponte, que seria feito por um investidor interessado na companhia junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Três grupos se credenciaram no BNDES para conseguir o financiamento e repassá-lo à companhia aérea, porém nenhum deles foi aprovado pelo banco. Sem recursos, a saída foi a antecipação do leilão de venda da Varig para do dia 9 de julho para o dia 5 de junho, determinada pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que cuida do processo da empresa.

No dia 2 de junho, entretanto, a pedido dos investidores, a Justiça adiou o leilão para o dia 8 do mesmo mês. O objetivo foi dar mais tempo para que os interessados pudessem avaliar as informações financeiras sobre a Varig.

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