Publicidade
Publicidade
13/06/2006
-
15h25
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu hoje a autonomia da autoridade monetária como fator para o sucesso no regime de metas de inflação. A declaração ocorre um dia após o presidente do PT, Ricardo Berzoini, que disse ontem que isso está descartado em um possível segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"É importante que se dê autonomia e que se cumpra a meta de inflação estabelecida pela Conselho Monetário Nacional", disse Meirelles.
No entanto, ele não quis polemizar diretamente com Berzoini. Para Meirelles, o BC já tem hoje autonomia operacional, e é essa que ele defende. Segundo ele, a discussão que se tem hoje é sobre a independência da autoridade monetária e "isso é uma discussão política".
Meirelles participou hoje de uma audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal para tirar dúvidas dos senadores sobre a tomada de decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) --sete dos oito diretores também estava presentes.
A sessão, que durou cerca de quatro horas, terminou com mais diretores do Banco Central do que parlamentares. No final, Eduardo Suplicy (PT-SP) presidia a sessão, que era acompanhada apenas por Gilberto Mestrinho (PMDB-AM).
Os senadores questionaram o fato de o Copom não divulgar os votos dos diretores e a escolha de se fazer reuniões fechadas, sem a divulgação das discussões. Meirelles explicou que esse já é um modelo adotado por outros países. Segundo ele, apenas sete de 47 países que adotam metas de inflação fazem algum tipo de divulgação sobre o conteúdo dos encontros.
Meirelles aproveitou ainda para dizer que a meta de inflação no Brasil, assim como a margem de tolerância, é relativamente alta se comparada com outros países. A meta de inflação é de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), com margem de dois pontos para cima ou para baixo.
"Se nós olharmos o número de 6,5%, que é o teto, vamos ver que é a o maior de todos os países", disse.
Em estudo feito pelo BC, esse teto é o mais alto entre as 16 economias analisadas, entre ela a Turquia, Reino Unido, México, Canadá e Peru.
No entanto, ele não disse se irá defender uma meta de inflação mais baixa na reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), que irá ocorrer no final de junho e definir a meta para 2008.
Assim como já afirmaram outros membro da equipe econômica do governo Lula, Meirelles aproveitou para reafirmar os efeitos positivos do controle da inflação sobre a renda dos trabalhadores, mas avisou que o BC está atendo a movimentos que possam comprometer esse controle.
"O Banco Central e os diretores estão prontos para agir quando for necessário para cumprir a meta de inflação enquanto estivermos no cargo."
Câmbio
Mais uma vez, ele defendeu o regime de câmbio flutuante e disse que não há metas de câmbio "explícitas ou implícitas".
Sobre as compras de dólares para recomposição das reservas, ele disse que isso será feito no momento adequado, sempre observando as condições de liquidez e volatilidade do mercado.
Meirelles disse ainda que não só a taxa de juros elevados afeta o câmbio, mas também o fluxo de dólares para o país por conta das exportações.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre autonomia do Banco Central
Meirelles defende autonomia do BC para o sucesso das metas de inflação
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu hoje a autonomia da autoridade monetária como fator para o sucesso no regime de metas de inflação. A declaração ocorre um dia após o presidente do PT, Ricardo Berzoini, que disse ontem que isso está descartado em um possível segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"É importante que se dê autonomia e que se cumpra a meta de inflação estabelecida pela Conselho Monetário Nacional", disse Meirelles.
No entanto, ele não quis polemizar diretamente com Berzoini. Para Meirelles, o BC já tem hoje autonomia operacional, e é essa que ele defende. Segundo ele, a discussão que se tem hoje é sobre a independência da autoridade monetária e "isso é uma discussão política".
Meirelles participou hoje de uma audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal para tirar dúvidas dos senadores sobre a tomada de decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) --sete dos oito diretores também estava presentes.
A sessão, que durou cerca de quatro horas, terminou com mais diretores do Banco Central do que parlamentares. No final, Eduardo Suplicy (PT-SP) presidia a sessão, que era acompanhada apenas por Gilberto Mestrinho (PMDB-AM).
Os senadores questionaram o fato de o Copom não divulgar os votos dos diretores e a escolha de se fazer reuniões fechadas, sem a divulgação das discussões. Meirelles explicou que esse já é um modelo adotado por outros países. Segundo ele, apenas sete de 47 países que adotam metas de inflação fazem algum tipo de divulgação sobre o conteúdo dos encontros.
Meirelles aproveitou ainda para dizer que a meta de inflação no Brasil, assim como a margem de tolerância, é relativamente alta se comparada com outros países. A meta de inflação é de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), com margem de dois pontos para cima ou para baixo.
"Se nós olharmos o número de 6,5%, que é o teto, vamos ver que é a o maior de todos os países", disse.
Em estudo feito pelo BC, esse teto é o mais alto entre as 16 economias analisadas, entre ela a Turquia, Reino Unido, México, Canadá e Peru.
No entanto, ele não disse se irá defender uma meta de inflação mais baixa na reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), que irá ocorrer no final de junho e definir a meta para 2008.
Assim como já afirmaram outros membro da equipe econômica do governo Lula, Meirelles aproveitou para reafirmar os efeitos positivos do controle da inflação sobre a renda dos trabalhadores, mas avisou que o BC está atendo a movimentos que possam comprometer esse controle.
"O Banco Central e os diretores estão prontos para agir quando for necessário para cumprir a meta de inflação enquanto estivermos no cargo."
Câmbio
Mais uma vez, ele defendeu o regime de câmbio flutuante e disse que não há metas de câmbio "explícitas ou implícitas".
Sobre as compras de dólares para recomposição das reservas, ele disse que isso será feito no momento adequado, sempre observando as condições de liquidez e volatilidade do mercado.
Meirelles disse ainda que não só a taxa de juros elevados afeta o câmbio, mas também o fluxo de dólares para o país por conta das exportações.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice