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27/06/2006
-
09h46
SHEILA D'AMORIM
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A suspensão dos embargos à importação de carne brasileira por causa do surto de febre aftosa descoberto no ano passado tem exigido uma atuação mais política do que técnica do governo.
Interesses comerciais por trás das restrições ao produto do Brasil dificultam o fim do bloqueio ao produto do Brasil. O ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) afirma que tem feito a sua parte, mas enfatiza que "questões comerciais" estão fora da alçada do governo.
Oito meses após a descoberta de focos da doença no Brasil, 58 países ainda mantêm o embargo à importação de carne brasileira. O governo só conseguiu reverter parcialmente a restrição ao produto imposta por três países.
"Há essa questão comercial. Nosso papel é eliminar os fatores causais para evitar qualquer pretexto. Agora, questão comercial não nos cabe", diz Rodrigues.
Ele acaba de voltar de uma viagem à Rússia, onde foi pedir a liberação para comercialização da carne do Brasil, sobretudo a carne suína de Santa Catarina, Estado que não foi afetado pelo surto de aftosa.
Neste mês, Rodrigues e o diretor de saúde animal do ministério, Jorge Caetano, estiveram em Moscou e em São Petersburgo discutindo o assunto.
Rodrigues disse que ressaltou a importância daquele mercado para os produtores de suínos de Santa Catarina.
No início de abril, o governo russo liberou as importações de alguns tipos de carne, mas apenas do Rio Grande do Sul, onde não foi registrado nenhum foco de aftosa, e manteve o bloqueio aos demais Estados.
A viagem foi a segunda etapa das negociações com os russos. Técnicos do ministério enviaram anteriormente às autoridades daquele país um "extenso relatório respondendo a todas as perguntas da área de defesa sanitária russa".
O registro de casos de aftosa no Paraná levou a Rússia a suspender a compra da carne de Santa Catarina também. A restrição, no entanto, atingiu todos os tipos de carne e não somente a bovina.
"Isso [o embargo à carne suína] está levando os produtores ao desastre." Para o ministro da Agricultura, por trás da preocupação com as ações tomadas pelo governo brasileiro para debelar a doença há questões muito menos técnicas e mais políticas.
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A suspensão dos embargos à importação de carne brasileira por causa do surto de febre aftosa descoberto no ano passado tem exigido uma atuação mais política do que técnica do governo.
Interesses comerciais por trás das restrições ao produto do Brasil dificultam o fim do bloqueio ao produto do Brasil. O ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) afirma que tem feito a sua parte, mas enfatiza que "questões comerciais" estão fora da alçada do governo.
Oito meses após a descoberta de focos da doença no Brasil, 58 países ainda mantêm o embargo à importação de carne brasileira. O governo só conseguiu reverter parcialmente a restrição ao produto imposta por três países.
"Há essa questão comercial. Nosso papel é eliminar os fatores causais para evitar qualquer pretexto. Agora, questão comercial não nos cabe", diz Rodrigues.
Ele acaba de voltar de uma viagem à Rússia, onde foi pedir a liberação para comercialização da carne do Brasil, sobretudo a carne suína de Santa Catarina, Estado que não foi afetado pelo surto de aftosa.
Neste mês, Rodrigues e o diretor de saúde animal do ministério, Jorge Caetano, estiveram em Moscou e em São Petersburgo discutindo o assunto.
Rodrigues disse que ressaltou a importância daquele mercado para os produtores de suínos de Santa Catarina.
No início de abril, o governo russo liberou as importações de alguns tipos de carne, mas apenas do Rio Grande do Sul, onde não foi registrado nenhum foco de aftosa, e manteve o bloqueio aos demais Estados.
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