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05/07/2006
-
11h33
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O fundador e ex-presidente da Enron, empresa que foi protagonista de um dos maiores escândalos corporativos da história dos EUA, Kenneth Lay, morreu nesta quarta-feira em Aspen (Colorado), aos 64.
Em um comunicado, a porta-voz da família de Lay, Kelly Kimberly, disse que maiores detalhes sobre a morte do ex-executivo da Enron só serão divulgados depois que os parentes tiverem recebido a notícia.
"Os Lay têm uma família muito grande com quem precisam se comunicar e, em respeito à família, iremos divulgar mais detalhes posteriormente", diz a nota.
Em maio deste ano, Lay foi julgado culpado de dez acusações de fraude bancária, incluindo uma de declarações falsas que pesava contra ele em um caso separado, relacionado a suas finanças pessoais. Em um outro julgamento, o juiz distrital da corte de Houston (Texas), Sim Lake, considerou Lay culpado em quatro acusações de fraude e declarações falsas.
O pronunciamento da sentença de Lay estava previsto para a segunda quinzena de outubro.
A Enron, gigante americana do setor de energia, pediu concordata em dezembro de 2001, após ter sido alvo de uma série denúncias de fraudes contábeis e fiscais. Com uma dívida de US$ 13 bilhões, o grupo arrastou consigo a Arthur Andersen, que fazia a sua auditoria.
Segundo investigadores federais, a Enron criara parcerias com empresas e bancos que permitiram manipular o balanço financeiro e esconder débitos de até US$ 25 bilhões.
O lucro e os contratos da Enron foram inflados artificialmente. A investigação indicou que ex-executivos, contadores, instituições financeiras e escritórios de advocacia foram responsáveis direta ou indiretamente pelo colapso da empresa.
O governo americano abriu dezenas de investigações criminais contra executivos da Enron e da Andersen. Além disso, pessoas lesadas pela Enron também moveram processos.
Lay renunciou ao cargo de presidente da empresa pouco antes desta quebrar. Ele transformou a Enron na sétima maior empresa de capital aberto dos EUA, mas a revelação de uma série de parcerias e esquemas fraudulentos na base das finanças da empresa levou a seu colapso.
Além de Lay, o ex-executivo-chefe da Enron, Jeffrey Skilling, também foi condenado em maio pelo escândalo que quebrou a empresa. Skilling foi julgado culpado em 20 acusações de conspiração, fraude, prestação de declarações de resultados falsos e por vazar de informações privilegiadas.
Durante seu julgamento, sustentou, com Skilling, durante todo o tempo, que não houve nada de errado nos registrou da Enron --a empresa teria sido derrubada pela publicidade negativa, que abalou a confiança dos investidores.
Ele nasceu na cidade de Tyrone, no Estado do Missouri (centro-norte dos EUA). Seu pai tinha uma loja e vendia fogões até se tornar pastor. Lay ajudava no orçamento doméstico quando jovem entregando jornais e cortando grama.
Freqüentou a Universidade do Missouri e trabalhou na Humble Oil & Refining (predecessora da Exxon Mobil). Serviu na Marinha dos EUA e foi subsecretário do Departamento do Interior. Foi executivo da Florida Gas, da Transco Energy em Houston (Texas), e depois chegou a executivo-chefe da Houston Natural Gas (HNG). Em 1985, levou a HNG a fundir-se à InterNorth (Estado do Nebraska, centro-norte dos EUA) para formar a Enron.
Lay se tornou presidente e executivo-chefe da empresa que formou no ano seguinte.
Com agências internacionais
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da Folha Online
O fundador e ex-presidente da Enron, empresa que foi protagonista de um dos maiores escândalos corporativos da história dos EUA, Kenneth Lay, morreu nesta quarta-feira em Aspen (Colorado), aos 64.
Richard Carson/Reuters |
Kenneth Lay, fundador e ex-presidente da Enron |
"Os Lay têm uma família muito grande com quem precisam se comunicar e, em respeito à família, iremos divulgar mais detalhes posteriormente", diz a nota.
Em maio deste ano, Lay foi julgado culpado de dez acusações de fraude bancária, incluindo uma de declarações falsas que pesava contra ele em um caso separado, relacionado a suas finanças pessoais. Em um outro julgamento, o juiz distrital da corte de Houston (Texas), Sim Lake, considerou Lay culpado em quatro acusações de fraude e declarações falsas.
O pronunciamento da sentença de Lay estava previsto para a segunda quinzena de outubro.
A Enron, gigante americana do setor de energia, pediu concordata em dezembro de 2001, após ter sido alvo de uma série denúncias de fraudes contábeis e fiscais. Com uma dívida de US$ 13 bilhões, o grupo arrastou consigo a Arthur Andersen, que fazia a sua auditoria.
Segundo investigadores federais, a Enron criara parcerias com empresas e bancos que permitiram manipular o balanço financeiro e esconder débitos de até US$ 25 bilhões.
O lucro e os contratos da Enron foram inflados artificialmente. A investigação indicou que ex-executivos, contadores, instituições financeiras e escritórios de advocacia foram responsáveis direta ou indiretamente pelo colapso da empresa.
O governo americano abriu dezenas de investigações criminais contra executivos da Enron e da Andersen. Além disso, pessoas lesadas pela Enron também moveram processos.
Lay renunciou ao cargo de presidente da empresa pouco antes desta quebrar. Ele transformou a Enron na sétima maior empresa de capital aberto dos EUA, mas a revelação de uma série de parcerias e esquemas fraudulentos na base das finanças da empresa levou a seu colapso.
Além de Lay, o ex-executivo-chefe da Enron, Jeffrey Skilling, também foi condenado em maio pelo escândalo que quebrou a empresa. Skilling foi julgado culpado em 20 acusações de conspiração, fraude, prestação de declarações de resultados falsos e por vazar de informações privilegiadas.
Durante seu julgamento, sustentou, com Skilling, durante todo o tempo, que não houve nada de errado nos registrou da Enron --a empresa teria sido derrubada pela publicidade negativa, que abalou a confiança dos investidores.
Ele nasceu na cidade de Tyrone, no Estado do Missouri (centro-norte dos EUA). Seu pai tinha uma loja e vendia fogões até se tornar pastor. Lay ajudava no orçamento doméstico quando jovem entregando jornais e cortando grama.
Freqüentou a Universidade do Missouri e trabalhou na Humble Oil & Refining (predecessora da Exxon Mobil). Serviu na Marinha dos EUA e foi subsecretário do Departamento do Interior. Foi executivo da Florida Gas, da Transco Energy em Houston (Texas), e depois chegou a executivo-chefe da Houston Natural Gas (HNG). Em 1985, levou a HNG a fundir-se à InterNorth (Estado do Nebraska, centro-norte dos EUA) para formar a Enron.
Lay se tornou presidente e executivo-chefe da empresa que formou no ano seguinte.
Com agências internacionais
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