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24/07/2006
-
09h31
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Cálculos sobre o nível de consumo da população mostram que a farra dos produtos eletrônicos nem chegou perto de se repetir no comércio em geral. Em 2006, está sendo pífio o crescimento dos domicílios que incorporaram à lista de compras mercadorias que estavam fora da cesta em 2005.
Quem não "engordou" a lista tampouco aumentou a quantidade comprada. É no mercado interno que os economistas focam as análises, por ser uma das promessas de bom desempenho em 2006.
O volume médio de mercadorias adquiridas pelos brasileiros no comércio de alimentos, bebidas e produtos de higiene e beleza subiu 1% até maio --a estimativa é que o resultado tenha se mantido no fechamento do semestre.
A conta é feita considerando o ano móvel --os últimos 12 meses em relação aos 12 meses anteriores. Os dados fazem parte do último levantamento da LatinPanel, empresa do grupo Ibope, com base em pesquisa semanal em 6.000 domicílios no país.
Estudo realizado pela consultoria ACNielsen em mais de 800 lojas em sete regiões do país mostra que tiveram expansão abaixo da média (em volume vendido) as cestas de bazar (cama, mesa e banho, brinquedos) e de mercearia doce (bolachas, doces, cereais matinais).
Também foram afetadas as vendas de mercearia salgada (pães, margarina, maioneses, sopas), os itens de higiene e beleza e as bebidas alcoólicas (com exceção das cervejas).
O melhor desempenho foi o dos perecíveis industrializados, cujas vendas cresceram 9,1% em volume neste ano, até abril, o que ajudou a pressionar para cima a média de todas as categorias --são oito analisadas pela ACNielsen. Ao descontar o peso dessa cesta (que inclui produtos congelados e semiprontos), a alta diminui de 3,5% no ano para 2,3%.
Pelo levantamento da LatinPanel, foi verificado ainda crescimento tímido no índice de penetração desses produtos (não-duráveis) nas residências.
Mais lares
Para o ano móvel de maio de 2005 a abril de 2006, essa alta foi só de um ponto percentual --ou seja, se um produto era comprado por 10% das casas, passou a ser adquirido por 11% delas, um dos piores desempenhos nas análises recentes da LatinPanel.
No entanto é preciso ressaltar um dado: como a quantidade de domicílios novos no país subiu no período, mais lares incorporaram essas mercadorias à lista de compras. O total de residências cresceu à média de 2,5% de 1996 a 2000 --último dado oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
"Não dá para esperar explosão nem queda vertiginosa para o segundo semestre", diz Maria Andrea Murati, gerente de atendimento da LatinPanel. "Na primeira metade do ano, tivemos um movimento de quase estabilidade no consumo para essas categorias, sem destaques importantes."
Saindo desse mercado de bens de "vida curta", como alimentos e bebidas, os últimos dados sobre o desempenho de calçados e roupas tampouco mostram o mesmo vigor dos eletrônicos, que crescem a taxas de dois dígitos.
Especialistas em varejo acreditam que ganhos salariais obtidos pelos trabalhadores serão destinados neste ano para a redução do forte endividamento ocorrido em 2005 --ano de recordes de liberação de crédito para a população.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o consumo da população
Fora produtos eletrônicos, consumo não deslancha em 2006
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da Folha de S.Paulo
Cálculos sobre o nível de consumo da população mostram que a farra dos produtos eletrônicos nem chegou perto de se repetir no comércio em geral. Em 2006, está sendo pífio o crescimento dos domicílios que incorporaram à lista de compras mercadorias que estavam fora da cesta em 2005.
Quem não "engordou" a lista tampouco aumentou a quantidade comprada. É no mercado interno que os economistas focam as análises, por ser uma das promessas de bom desempenho em 2006.
O volume médio de mercadorias adquiridas pelos brasileiros no comércio de alimentos, bebidas e produtos de higiene e beleza subiu 1% até maio --a estimativa é que o resultado tenha se mantido no fechamento do semestre.
A conta é feita considerando o ano móvel --os últimos 12 meses em relação aos 12 meses anteriores. Os dados fazem parte do último levantamento da LatinPanel, empresa do grupo Ibope, com base em pesquisa semanal em 6.000 domicílios no país.
Estudo realizado pela consultoria ACNielsen em mais de 800 lojas em sete regiões do país mostra que tiveram expansão abaixo da média (em volume vendido) as cestas de bazar (cama, mesa e banho, brinquedos) e de mercearia doce (bolachas, doces, cereais matinais).
Também foram afetadas as vendas de mercearia salgada (pães, margarina, maioneses, sopas), os itens de higiene e beleza e as bebidas alcoólicas (com exceção das cervejas).
O melhor desempenho foi o dos perecíveis industrializados, cujas vendas cresceram 9,1% em volume neste ano, até abril, o que ajudou a pressionar para cima a média de todas as categorias --são oito analisadas pela ACNielsen. Ao descontar o peso dessa cesta (que inclui produtos congelados e semiprontos), a alta diminui de 3,5% no ano para 2,3%.
Pelo levantamento da LatinPanel, foi verificado ainda crescimento tímido no índice de penetração desses produtos (não-duráveis) nas residências.
Mais lares
Para o ano móvel de maio de 2005 a abril de 2006, essa alta foi só de um ponto percentual --ou seja, se um produto era comprado por 10% das casas, passou a ser adquirido por 11% delas, um dos piores desempenhos nas análises recentes da LatinPanel.
No entanto é preciso ressaltar um dado: como a quantidade de domicílios novos no país subiu no período, mais lares incorporaram essas mercadorias à lista de compras. O total de residências cresceu à média de 2,5% de 1996 a 2000 --último dado oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
"Não dá para esperar explosão nem queda vertiginosa para o segundo semestre", diz Maria Andrea Murati, gerente de atendimento da LatinPanel. "Na primeira metade do ano, tivemos um movimento de quase estabilidade no consumo para essas categorias, sem destaques importantes."
Saindo desse mercado de bens de "vida curta", como alimentos e bebidas, os últimos dados sobre o desempenho de calçados e roupas tampouco mostram o mesmo vigor dos eletrônicos, que crescem a taxas de dois dígitos.
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