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09/08/2006 - 18h03

Risco-país cai para menor nível histórico; dólar recua e Bovespa tem queda

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DENYSE GODOY
da Folha Online

O risco Brasil caiu 2,8% nesta quarta-feira e atingiu os 208 pontos --menor nível desde que começou a ser medido pelo banco J.P. Morgan, em abril de 1994.

O risco, que serve como indicador do nível de segurança de se investir no país, avalia os títulos de dívida externa: quando ele está em 208 pontos, como hoje, significa que os bônus brasileiros oferecem uma taxa de retorno 2,08 pontos percentuais acima das pagas pelos treasuries (títulos do Tesouro norte-americano), que são os mais seguros do mundo.

"A queda do risco-país registrada hoje demonstra um aumento da demanda pelos títulos brasileiros. Ou seja, os investidores estrangeiros estão reavaliando sua estratégia e, aos poucos, voltando a comprar os nossos ativos", explica Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating. "Se o cenário externo não piorar e os preços do petróleo não subirem muito mais, o risco pode até tentar romper a barreira dos 200 pontos."

Em maio, quando o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) elevou pela 16ª vez consecutiva a taxa de juros dos Estados Unidos, para 5% ao ano, os grandes investidores estrangeiros debandaram dos mercados emergentes em busca de maior segurança para suas aplicações. O risco Brasil chegou a 289 pontos em 24 de maio, no auge da crise. Em junho, os juros voltaram a ser elevados em 0,25 ponto percentual, mas a maior parte da fuga já tinha se dado.

"Ontem, o Fed decidiu manter a taxa em 5,25% e dissipou uma parcela das dúvidas que o mercado financeiro tinha sobre o rumo dos juros, daí os recursos estarem retornando, mas com cautela, porque algumas incertezas permanecem no ar. Pode haver novas altas, porque a instituição manifestou em comunicado preocupação com as pressões inflacionárias", diz Agostini.

Nota-se a parcimônia dos investidores pelo comportamento da Bovespa hoje: tendo subido até os 38.086 pontos pela manhã, a Bolsa fechou em baixa de 0,91%, aos 37.255 pontos, com giro de R$ 2,449 bilhões.

O dólar comercial teve desvalorização de 0,45%, vendido a R$ 2,168, mesmo com o leilão de compra de divisas realizado pelo Banco Central, com corte a R$ 2,1695. O paralelo caiu 0,82%, para R$ 2,40, e o turismo teve queda de 0,43%, a R$ 2,27.

Grau de investimento?

A melhora do risco Brasil não significa, porém, que o chamado grau de investimento --concedido pelas agências de classificação de risco, significa que o país é seguro para investimentos-- vai chegar logo. "O risco-país mede a saúde financeira de curto prazo", afirma Agostini. "O rating soberano [de cuja escala os níveis mais elevados significam grau de investimento] trata de questões estruturais: a capacidade de o país honrar suas dívidas, as condições das contas públicas, a inflação, os juros, o crescimento da economia."

Na opinião dele, o grau de investimento só deve ser conquistado pelo Brasil em 2008 e 2009. "E com a seguinte condição: de que haja uma reforma profunda e significativa da Previdência Social, que tem um rombo crescente e vai comprometer as contas públicas", frisa o economista.

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