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22/08/2006 - 11h11

Lucro da indústria quase triplicou durante governo Lula

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IVONE PORTES
da Folha Online

As empresas do setor não-financeiro lucraram bem mais durante os três anos e meio do governo Luiz Inácio Lula da Silva do que no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Levantamento da consultoria Economática revela que o lucro de 180 empresas de diversos setores (excluídos os bancos) no segundo mandato de FHC chegou a R$ 71,582 bilhões, contra R$ 213,973 bilhões na gestão Lula. Ou seja, houve um crescimento de R$ 142,4 bilhões ou de 198,9%. O estudo foi feito somente com empresas de capital aberto, ou seja, que têm ações negociadas na Bolsa de Valores.

Segundo a Economática, a alta das commodities --como o minério de ferro e o petróleo no mercado internacional-- e a queda do dólar impulsionaram os resultados de empresas não-financeiras.

"Um dos principais motivos do crescimento da lucratividade das empresas não-financeiras se foca inicialmente no perfil da cotação da moeda americana nos dois períodos analisados. No segundo mandato de FHC o dólar teve uma valorização de 192,3% o que acabou destruindo o lucro das empresas devido ao alto nível de endividamento em moeda estrangeira que elas detêm", avalia a Economática.

Já durante o governo Lula o dólar teve uma desvalorização de 38,7% até 30 de junho de 2006, permitindo que as empresas obtivessem ganhos financeiros devido à redução das suas dívidas atreladas à moeda estrangeira.

Setores

Excluindo a Petrobras do cálculo, no segundo mandato de FHC as 179 empresas não-financeiras analisadas acumularam lucro de R$ 29,2 bilhões, contra R$ 136,5 bilhões da gestão Lula, o que mostra um avanço de 366%.

Já o setor bancário no segundo mandato do governo FHC obteve lucro de R$ 31,9 bilhões. No governo Lula os ganhos do setor aumentaram 80%, para R$ 57,6 bilhões.

De acordo com os cálculos da consultoria, outros setores da economia real também apresentam diferenças significativas os dois períodos analisados. É o caso, por exemplo, do setor de energia elétrica, que no segundo mandato de Fernando Henrique apresentou um prejuízo de R$ 17,8 bilhões e nos três anos e meio do governo Lula lucrou R$ 14,7 bilhões.

Vale lembrar que a crise energética, que levou ao apagão em 2001, prejudicou o desempenho do setor elétrico.

O setor de siderurgia é outro destaque, já que elevou o lucro em 441% entre o segundo mandato de FHC e a gestão Lula, de R$ 5,279 bilhões para R$ 28,554 bilhões.

Tiveram queda nos lucros entre os anos FHC e Lula apenas três setores: eletroeletrônicos (de R$ 246 milhões para R$ 96 milhões), minerais não-metálicos (de R$ 299 milhões para R$ 124 milhões) e veículos e peças (de R$ 4,950 bilhões para R$ 4,187 bilhões).

Veja abaixo o balanço divulgado pela Economática dividido entre os principais setores com suas comparações entre o segundo mandato de FHC e os três anos e meio de Lula (todos os valores foram ajustados pelo IPCA):

Petrobras - Lucro de R$ 42,285 bilhões sob FHC e de R$ R$ 77,439 bilhões sob Lula.
Energia elétrica - Prejuízo de R$ 17,847 bilhões sob FHC e lucro de R$ 14,753 bi com Lula.
Bancos - Lucro de R$ 31,937 bi com FHC e R$ 57,637 bi sob Lula.
Siderurgia e Metalurgia - Lucro de R$ 5,279 bi com FHC e de R$ 28,554 bi com Lula.
Mineração - Ganho de R$ 12,514 bi com FHC e R$ 29,195 bi com Lula.
Papel e Celulose - Lucro de R$ 3,909 bi com FHC e R$ 10,954 bi com Lula.
Química - Lucro de R$ 2,375 bi com FHC e R$ 8,122 bi com Lula.
Transporte - Prejuízo de R$ 2,353 bi com FHC e lucro de R$ 2,059 bi com Lula
Telecomunicações - Ganho de R$ 9,469 bi com FHC e de R$ 13,777 bi com Lula.
Alimentos e bebidas - Lucro de R$ 4,683 bi com FHC e de R$ 8,203 bi com Lula.
Veículos e peças - Lucro de R$ 4,950 bi com FHC e de R$ 4,187 bi com Lula.

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