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04/09/2006 - 15h36

Volks suspende demissões no ABC; funcionários voltam a trabalhar

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KAREN CAMACHO
da Folha Online

Os trabalhadores da Volkswagen da unidade Anchieta (ABC) decidiram nesta segunda-feira suspender a greve geral iniciada na última terça-feira. A decisão, tomada em assembléia com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, só ocorreu porque a direção da empresa decidiu suspender as demissões já comunicadas a 1.800 funcionários por meio de cartas.

Representantes do sindicato e da empresa se reuniram para tentar chegar a um acordo em relação às demissões na manhã de hoje, quando foi fechada a trégua.

A Volks não desistiu de seu plano de reestruturação, que prevê demissões e corte de direitos trabalhistas dos funcionários que permanecerem, mas decidiu abrir negociações com o sindicato e buscar alternativas.

"A Volkswagen reafirma a necessidade de adequação do seu quadro de pessoal em 3.600 pessoas nos próximos anos, porém está aberta para discutir as condições para sua realização", afirmou Nilton Junior, gerente executivo de Relações Trabalhistas da Volks do Brasil por meio de nota.

Segundo a Volks, as negociações vão até o final desta primeira quinzena de setembro. Na terça-feira da próxima semana (12), o sindicato deve realizar nova assembléia com os funcionários de São Bernardo do Campo (SP) para decidir sobre os rumos da categoria.

A greve havia começado na semana passada no mesmo dia em que a montadora distribuiu cartas comunicando 1.800 demissões a partir de 21 de novembro, quando termina o acordo de estabilidade da unidade. A empresa quer demitir 3.600 até 2008. Se não tiver acordo, a Volks ameaça demitir mais de 6.000 e fechar a unidade mais antiga da empresa no país. A Anchieta tem 12.400 funcionários, 8.000 deles na produção.

Por conta da greve na Anchieta, a Volks deu dois dias de folga para as unidades de Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR) e anunciou plano de dar 12 dias de férias coletivas a partir do dia 18. Com a suspensão da greve, não há informação se as férias coletivas serão mantidas. A fábrica de motores de São Carlos (SP) também já começava a ficar com estoques altos.

A empresa não comenta o impacto nas revendas de veículos com a greve ou a capacidade de o estoque garantir o abastecimento do mercado.

O sindicato diz que o estoque suportaria mais uma semana de greve. Hoje afirmou que, apesar da trégua, já pediu para os empregados que não aceitem fazer horas extras neste sábado mesmo que sejam convocados pela Volks.

Manifestação

O sindicato também informou que desmarcou manifestações previstas para a próxima quarta-feira, por decisão dos funcionários.

A idéia era distribuir na próxima quarta cartas de protesto contra as ameaças de demissões em concessionários da marca nas cidades do ABC e em algumas capitais do país. 'O objetivo é dialogar com o consumidor Volkswagen e com a sociedade', disse o vice-presidente do sindicato, Francisco Duarte de Lima.

Crise

Em 3 de maio, a empresa anunciou que operava no vermelho e que faria uma reestruturação para manter investimentos no país. Na ocasião disse que cortaria os custos com produção em 25% e que poderia fechar uma unidade no país, sem informar qual.

Um mês depois a empresa confirmou que pretendia cortar em 4.000 e 6.000 funcionários até 2008. A quedas nas exportações foi o principal motivo apontado para a crise. A empresa estima perder 40% das vendas externas nos próximos dois anos.

Após negociação com o sindicato local, a Volks cortou 160 funcionários da unidade de Taubaté. Também ficou acertado que ela vai demitir mais 140 até dezembro e outros 400 até 2008. A unidade recebeu da empresa a garantia de investimentos e a produção de novo modelo na planta.

Em São Bernardo, a empresa e o sindicato não chegaram a um acordo. Há uma semana, representantes da montadora se reuniram com ministros que pressionaram por um acordo. O BNDES suspendeu a linha de crédito, já aprovada, de R$ 497,1 milhões até que um acordo seja fechado com o sindicato. A empresa ignorou a pressão e iniciou o processo de demissão com os avisos.

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