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08/09/2006
-
17h11
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O advogado Santiago Berríos, 68, nomeado pelo presidente boliviano, Evo Morales, como superintendente interino de Hidrocarbonetos da Bolívia no dia 28 de agosto, renunciou nesta sexta-feira.
Berríos ficou 11 dias no cargo. Ele afirmou que vinha sofrendo pressões para ratificar no cargo uma funcionária ligada ao MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Morales. Ele tentou ainda exonerar cinco funcionários por "falta de méritos profissionais" para os cargos --de nível médio-- que ocupavam, segundo a agência de notícias France Presse.
O comunicado da demissão foi levado ao conhecimento do presidente na noite desta quinta-feira (7), mas o desligamento foi efetivado hoje.
Berríos substituiu o chefe da superintendência, Víctor Hugo Sáinz, demitido --e, além dele, o vice-ministro de Exploração e Produção, Julio Gómez-- pela denúncia de corrupção contra Jorge Alvarado, ex-presidente da YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos).
Alvarado foi responsabilizado, após auditoria do governo, por um contrato de venda de 2.000 barris de petróleo com a empresa Iberoamerica, que repassaria o produto à brasileira Univen.
Morales, no entanto, defendeu Alvarado, chamando-o de "incorruptível". Ele foi o primeiro membro do alto escalão do atual governo boliviano a deixar o cargo.
Nacionalização
O processo de nacionalização das reservas de hidrocarbonetos na Bolívia, decretado por Morales no dia 1º de maio deste ano, tem enfrentado outros revezes.
O Senado da Bolívia aprovou no mês passado uma moção de censura ao ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, por dificultar as negociações do reajuste do preço do gás natural a ser exportado ao Brasil. Pela Constituição boliviana, Rada teria de renunciar, mas Morales o ratificou no cargo.
As negociações entre a Petrobras e o governo boliviano, por sua vez, encontram-se paralisadas. O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, veio ao Brasil para se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo é desbloquear o processo.
20 anos
Sáinz havia dito, poucos dias antes de ser demitido, que a nacionalização é um processo que deve levar até 20 anos. "O processo de nacionalização vai levar 10, 15, 20 anos e quem disser que vamos industrializar [o setor de hidrocarbonetos] em dois anos não sabe o que está falando. Está criando falsas expectativas, não sei por quais motivos", disse.
Pelo decreto, as petrolíferas estrangeiras em atuação no país tem 180 dias (a partir de 1º de maio) para regularizarem se adaptarem às novas condições de exploração e comercialização.
"A Petrobras havia oferecido investimentos de US$ 4,5 bilhões, mas como não especificavam os prazos, põe-se assim em tudo uma máscara. Essa quantia se pode investir em 10 ou 15 anos, não em um ano", disse. "Há que se ler nas entrelinhas."
Com agências internacionais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a nacionalização na Bolívia
Superintendente de Hidrocarbonetos na Bolívia renuncia após 11 dias
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da Folha Online
O advogado Santiago Berríos, 68, nomeado pelo presidente boliviano, Evo Morales, como superintendente interino de Hidrocarbonetos da Bolívia no dia 28 de agosto, renunciou nesta sexta-feira.
Berríos ficou 11 dias no cargo. Ele afirmou que vinha sofrendo pressões para ratificar no cargo uma funcionária ligada ao MAS (Movimento ao Socialismo), partido de Morales. Ele tentou ainda exonerar cinco funcionários por "falta de méritos profissionais" para os cargos --de nível médio-- que ocupavam, segundo a agência de notícias France Presse.
O comunicado da demissão foi levado ao conhecimento do presidente na noite desta quinta-feira (7), mas o desligamento foi efetivado hoje.
Berríos substituiu o chefe da superintendência, Víctor Hugo Sáinz, demitido --e, além dele, o vice-ministro de Exploração e Produção, Julio Gómez-- pela denúncia de corrupção contra Jorge Alvarado, ex-presidente da YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos).
Alvarado foi responsabilizado, após auditoria do governo, por um contrato de venda de 2.000 barris de petróleo com a empresa Iberoamerica, que repassaria o produto à brasileira Univen.
Morales, no entanto, defendeu Alvarado, chamando-o de "incorruptível". Ele foi o primeiro membro do alto escalão do atual governo boliviano a deixar o cargo.
Nacionalização
O processo de nacionalização das reservas de hidrocarbonetos na Bolívia, decretado por Morales no dia 1º de maio deste ano, tem enfrentado outros revezes.
O Senado da Bolívia aprovou no mês passado uma moção de censura ao ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, por dificultar as negociações do reajuste do preço do gás natural a ser exportado ao Brasil. Pela Constituição boliviana, Rada teria de renunciar, mas Morales o ratificou no cargo.
As negociações entre a Petrobras e o governo boliviano, por sua vez, encontram-se paralisadas. O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, veio ao Brasil para se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo é desbloquear o processo.
20 anos
Sáinz havia dito, poucos dias antes de ser demitido, que a nacionalização é um processo que deve levar até 20 anos. "O processo de nacionalização vai levar 10, 15, 20 anos e quem disser que vamos industrializar [o setor de hidrocarbonetos] em dois anos não sabe o que está falando. Está criando falsas expectativas, não sei por quais motivos", disse.
Pelo decreto, as petrolíferas estrangeiras em atuação no país tem 180 dias (a partir de 1º de maio) para regularizarem se adaptarem às novas condições de exploração e comercialização.
"A Petrobras havia oferecido investimentos de US$ 4,5 bilhões, mas como não especificavam os prazos, põe-se assim em tudo uma máscara. Essa quantia se pode investir em 10 ou 15 anos, não em um ano", disse. "Há que se ler nas entrelinhas."
Com agências internacionais
Especial
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