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14/09/2006 - 10h10

Trabalhador da Volks do Paraná quer contratação de 300

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CLAUDIA ROLLI
da Folha de S.Paulo

Os funcionários da Volkswagen de São José dos Pinhais (PR) querem que a empresa cancele o plano de reestruturação previsto para aquela unidade --que prevê a demissão de 900 dos atuais 3.600 trabalhadores da fábrica-- e contrate ao menos 300 operários.

A reivindicação será feita à Volks se for confirmada informação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) de que a produção do Fox Europa (para exportação) será transferida de São Bernardo do Campo para a unidade do Paraná a partir de julho de 2007.

A Volkswagen não comenta o assunto e informa que o grupo anunciou no dia 3 de maio que redimensionaria suas atividades em três de suas cinco fábricas: Taubaté (SP), São Bernardo e São José dos Pinhais.

Os trabalhadores do ABC decidem hoje em assembléia se aceitam ou não acordo negociado pela empresa e pelo sindicato que prevê a abertura de um PDV (Programa de Demissão Voluntária) para demitir 3.600 de seus 12,4 mil trabalhadores.

O pacote de incentivos varia de 0,3 salário adicional a 1,4 extra por ano trabalho, conforme a data de adesão, e seria feito em 11 etapas, a partir deste mês até dezembro de 2008.

Em Taubaté, acordo feito há cerca de dois meses prevê a saída de 700 operários até 2008, com incentivo de 0,6 salário extra por ano de serviço. Desse total, 160 já foram desligados.

"Não há como produzir mais veículos sem contratar mais funcionários. Ou a Volks aumenta a capacidade instalada ou ajusta seus planos e reduz a produção de outros veículos", diz Jamil Dávila, secretário do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (Força Sindical). A fábrica de São José dos Pinhais, a mais nova e mais moderna do grupo, produz hoje 810 veículos por dia --modelos Fox, CrossFox e Golf.

No Paraná, a previsão é fabricar 31.262 Fox para exportação no próximo ano, segundo informa o sindicalista.

"Se a fábrica transferir a produção de 7.000 carros do modelo Fox para o Paraná, tem de contratar", diz Dávila. "O ritmo de produção está acelerado demais e há insatisfação com as más condições de trabalho. Se houver um pacote no Paraná como o do ABC, 25% dos operários vão aderir."

Hoje, os trabalhadores do Paraná fizeram assembléia para decidir os rumos da campanha salarial e rejeitaram a proposta oferecida pela empresa.

A Volks, segundo informa o sindicato, ofereceu o mesmo reajuste negociado para o setor automotivo --reposição integral da inflação mais 1,3% de aumento real. Representantes da Anfavea (reúne os fabricantes de veículos) negociaram em 2004 esse acordo com sindicalistas do Estado de São Paulo.

"Os trabalhadores da Volks, Renault e Volvo recusaram a proposta do setor patronal. As empresas têm 48 horas para oferecer uma contraproposta, caso contrário terão início as paralisações", afirmou Dávila.

Nas três montadoras, os funcionários pedem 5% de aumento real, além da inflação acumulada nos últimos 12 meses (medida pelo INPC).

Em São Bernardo, a Volkswagen pretendia pagar neste ano, apesar do acordo negociado na Anfavea, reajuste com reposição de 85% da inflação. Segundo o sindicato da categoria no ABC, com a proposta de acordo anunciada na última segunda-feira, a empresa se comprometeu a cumprir o trato e conceder 1,3% de aumento real.
 

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