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14/09/2006 - 12h13

Governo confirma suspensão de viagem à Bolívia para negociar gás

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O secretário executivo do ministério de Minas e Energia, Nelson Hubner, confirmou hoje que foi suspensa a viagem do ministro Silas Rondeau e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, à Bolívia para negociar os contratos de fornecimento de gás para o Brasil.

A viagem foi suspensa depois que o governo boliviano resolveu rebaixar as duas refinarias da empresa a prestadoras de serviço. A resolução do Ministério dos Hidrocarbonetos também passa o controle das refinarias para a Bolívia sem nenhum pagamento ao Brasil.

Segundo o país vizinho, a Petrobras já teria tido lucros de US$ 320 milhões acima do permitido pela lei com as refinarias, adquiridas em 1999 por US$ 100 milhões --em valores atuais seriam ao menos US$ 180 milhões.

Em nota, a Petrobras negou as acusações, disse que a margem de lucro foi regulamentada por decreto de maio de 2005 e que o ganho médio anual das unidades foi de apenas US$ 14 milhões.

Hubner evitou polemizar sobre a decisão da Bolívia e disse esperar que, ao final, o bom senso prevaleça e os contratos sejam mantidos. Segundo ele, é preciso tratar a situação política interna da Bolívia com 'prudência'.

'No cenário que vive a Bolívia, acaba que sempre se tem, em alguns momentos, soluços nas relações', disse. Ao comentar que o Brasil já enfrentou situações semelhantes com a Bolívia, ele afirmou: 'De vez em quando, há uma posição mais exacerbada, e depois volta uma posição mais racional do debate'.

Questionado se a atitude boliviana inviabiliza definitivamente os investimentos da Petrobras no país, ele respondeu que a estatal é quem faz suas próprias avaliações de investimento. 'Quando julgar que o investimento, seja na Bolívia ou em qualquer outro pais, não traz segurança e retorno adequados, não vai investir', disse.

De acordo com Hubner, o governo ainda está analisando a situação na Bolívia para definir como encaminhar as negociações.

Independentemente de um possível acordo, o secretário reafirmou que a estratégia do governo brasileiro é a de buscar ter uma matriz energética atendida por fontes com produção e reservas nacionais e destacou que a Petrobras já tem, no seu plano estratégico, o objetivo de acelerar a exploração e o desenvolvimento da produção de reservas de gás natural descobertas recentemente, em busca da auto-suficiência.

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