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24/09/2006
-
09h30
da Folha de S.Paulo
Curitiba é o epicentro da maior investigação sobre doleiros já realizada no Brasil. A apuração é conduzida pela Força Tarefa CC5, um grupo de policiais federais e procuradores que se vale de um contêiner de documentos enviados por promotores dos Estados Unidos para tentar jogar luz num negócio que se caracteriza pelo sigilo entre as partes e pela ausência de documentos.
Curitiba abriga a central de investigações por causa das remessas ilegais para os EUA feitas pela agência do Banestado (Banco do Estado do Paraná) de Foz do Iguaçu entre 1996 e 2002. A CPI do Banestado estimou que o banco tenha remetido cerca de R$ 150 bilhões nesse período. A agência usava contas CC5 (que deveria ser restrita a estrangeiros) para fazer as remessas para os EUA --daí o nome da força-tarefa.
Os réus em processos que tiveram origem na força-tarefa remeteram US$ 20 bilhões de 1996 a 2003.
Estima-se que o mercado paralelo de dólar movimente US$ 63 bilhões por ano no país. A Polícia Federal tem especial interesse nesse setor por ele girar dinheiro sem origem declarada, seja ele gerado por corrupção, tráfico de drogas ou caixa dois de empresas.
O IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) aponta que as empresas são atualmente os principais clientes dos doleiros. O comércio exterior explicaria por que empresas tornaram-se clientes preferenciais dos doleiros, segundo o IBPT. Para exportar ou importar produtos e pagar menos impostos, parte dos pagamentos é feita no exterior. Quem cuida de fazer essas remessas sem pagar impostos são os doleiros.
Foi em Curitiba que foi criada a segunda vara da Justiça Federal especializada em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro --a primeira é a de Porto Alegre.
O acúmulo de informações sobre esse mercado levou uma série de doleiros a participar do programa de delação premiada da Força Tarefa CC5.
O objetivo dos policiais e procuradores ao negociar a redução de pena em troca de informações é levar à prisão pessoas famosas, sejam elas empresários, artistas ou políticos.
Eles acreditam que a punição de famosos teria uma função "didática": serviria para desestimular o recurso ao mercado paralelo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o mercado de dólar paralelo
Mercado paralelo é estimado em US$ 63 bi por ano no país
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Curitiba é o epicentro da maior investigação sobre doleiros já realizada no Brasil. A apuração é conduzida pela Força Tarefa CC5, um grupo de policiais federais e procuradores que se vale de um contêiner de documentos enviados por promotores dos Estados Unidos para tentar jogar luz num negócio que se caracteriza pelo sigilo entre as partes e pela ausência de documentos.
Curitiba abriga a central de investigações por causa das remessas ilegais para os EUA feitas pela agência do Banestado (Banco do Estado do Paraná) de Foz do Iguaçu entre 1996 e 2002. A CPI do Banestado estimou que o banco tenha remetido cerca de R$ 150 bilhões nesse período. A agência usava contas CC5 (que deveria ser restrita a estrangeiros) para fazer as remessas para os EUA --daí o nome da força-tarefa.
Os réus em processos que tiveram origem na força-tarefa remeteram US$ 20 bilhões de 1996 a 2003.
Estima-se que o mercado paralelo de dólar movimente US$ 63 bilhões por ano no país. A Polícia Federal tem especial interesse nesse setor por ele girar dinheiro sem origem declarada, seja ele gerado por corrupção, tráfico de drogas ou caixa dois de empresas.
O IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) aponta que as empresas são atualmente os principais clientes dos doleiros. O comércio exterior explicaria por que empresas tornaram-se clientes preferenciais dos doleiros, segundo o IBPT. Para exportar ou importar produtos e pagar menos impostos, parte dos pagamentos é feita no exterior. Quem cuida de fazer essas remessas sem pagar impostos são os doleiros.
Foi em Curitiba que foi criada a segunda vara da Justiça Federal especializada em crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro --a primeira é a de Porto Alegre.
O acúmulo de informações sobre esse mercado levou uma série de doleiros a participar do programa de delação premiada da Força Tarefa CC5.
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