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02/10/2006
-
15h13
da Folha Online
Representantes dos governos do Uruguai e dos EUA abriram negociações nesta segunda-feira sobre a possibilidade de assinarem um acordo comercial.
O representante do USTr (espécie de Ministério do Comércio Exterior dos EUA) para as Américas, Everett Eissenstat, está à frente da missão americana que foi ao Uruguai. No lado uruguaio, a equipe de negociação é chefiada pelo ministro da Economia, Daniel Astori.
Astori disse hoje que o Uruguai não descarta a possibilidade de travar um acordo de livre-comércio com os EUA (apesar das dificuldades impostas a tal movimento pelas regras do Mercosul). Depois do encontro no Uruguai, outro deve acontecer nos EUA. As áreas de bens, serviços, propriedade intelectual e compras governamentais estão na pauta.
No ano passado, o Uruguai exportou US$ 767 milhões para os EUA, enquanto as importações no período foram de US$ 259 milhões, segundo dados do governo uruguaio.
No mês passado, o governo brasileiro deu sinal verde para que Paraguai e Uruguai façam acordos comerciais com os EUA, mas sem violar o Mercosul. "O Paraguai e o Uruguai podem fazer acordos que não lesem o coração do Mercosul, que é a TEC [Tarifa Externa Comum]", disse à época o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
As regras do Mercosul não permitem negociar áreas de livre comércio separadamente: os membros do Mercosul não podem oferecer acesso a produtos americanos que estão cobertos pela TEC (Tarifa Externa Comum), uma vez que esses produtos poderiam entrar em outros países do bloco sem pagar impostos.
O Brasil não concorda em incluir no acordo normas para propriedade intelectual, por julgar que limitaria a liberdade do Brasil para adotar políticas públicas, em especial na área de saúde, o que dificulta a negociação os americanos.
Resistência em casa.
No Uruguai, o presidente do país, Tabaré Vázquez, também enfrenta resistência dentro da coligação de partidos de esquerda que compõem seu governo de ceder a soberania do país em troca do acordo com os EUA.
O governo, no entanto, argumentar a favor do acordo alegando que mais comércio com os EUA irá fomentar o crescimento de longo prazo.
No mês passado, cerca de mil pessoas fizeram um protesto em frente ao Ministério da Economia e de outros prédios do governo contra aberturas comerciais aos EUA.
O ex-presidente uruguaio Jorge Batlle, no entanto, lamentou que o país não parta em busca de um acordo de livre-comércio nesse momento. "Estamos negando a nós mesmos acesso a um mercado do tamanho e da abrangência dos EUA", disse, segundo a agência de notícias Associated Press.
Com agências internacionais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Mercosul
Uruguai e EUA abrem negociações comerciais
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Representantes dos governos do Uruguai e dos EUA abriram negociações nesta segunda-feira sobre a possibilidade de assinarem um acordo comercial.
O representante do USTr (espécie de Ministério do Comércio Exterior dos EUA) para as Américas, Everett Eissenstat, está à frente da missão americana que foi ao Uruguai. No lado uruguaio, a equipe de negociação é chefiada pelo ministro da Economia, Daniel Astori.
Astori disse hoje que o Uruguai não descarta a possibilidade de travar um acordo de livre-comércio com os EUA (apesar das dificuldades impostas a tal movimento pelas regras do Mercosul). Depois do encontro no Uruguai, outro deve acontecer nos EUA. As áreas de bens, serviços, propriedade intelectual e compras governamentais estão na pauta.
No ano passado, o Uruguai exportou US$ 767 milhões para os EUA, enquanto as importações no período foram de US$ 259 milhões, segundo dados do governo uruguaio.
No mês passado, o governo brasileiro deu sinal verde para que Paraguai e Uruguai façam acordos comerciais com os EUA, mas sem violar o Mercosul. "O Paraguai e o Uruguai podem fazer acordos que não lesem o coração do Mercosul, que é a TEC [Tarifa Externa Comum]", disse à época o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
As regras do Mercosul não permitem negociar áreas de livre comércio separadamente: os membros do Mercosul não podem oferecer acesso a produtos americanos que estão cobertos pela TEC (Tarifa Externa Comum), uma vez que esses produtos poderiam entrar em outros países do bloco sem pagar impostos.
O Brasil não concorda em incluir no acordo normas para propriedade intelectual, por julgar que limitaria a liberdade do Brasil para adotar políticas públicas, em especial na área de saúde, o que dificulta a negociação os americanos.
Resistência em casa.
No Uruguai, o presidente do país, Tabaré Vázquez, também enfrenta resistência dentro da coligação de partidos de esquerda que compõem seu governo de ceder a soberania do país em troca do acordo com os EUA.
O governo, no entanto, argumentar a favor do acordo alegando que mais comércio com os EUA irá fomentar o crescimento de longo prazo.
No mês passado, cerca de mil pessoas fizeram um protesto em frente ao Ministério da Economia e de outros prédios do governo contra aberturas comerciais aos EUA.
O ex-presidente uruguaio Jorge Batlle, no entanto, lamentou que o país não parta em busca de um acordo de livre-comércio nesse momento. "Estamos negando a nós mesmos acesso a um mercado do tamanho e da abrangência dos EUA", disse, segundo a agência de notícias Associated Press.
Com agências internacionais
Especial
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