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11/10/2006
-
09h14
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Varejo e indústria voltam a se desentender às vésperas do período de encomendas para o Natal. A Eletros, entidade que representa o setor eletrônico, diz que os fabricantes vão aumentar o preço dos televisores em 3% a 5%. Não determina datas para isso, porém. O comércio rebate a informação: informa que não há acerto ainda sobre a questão e não é preciso uma corrida às lojas por conta dessa possibilidade.
A Folha apurou que: 1) o aumento pode ocorrer em outubro para o consumidor; 2) são algumas marcas que pressionam por elevação nos preços, mas isso deve "contaminar" todo o mercado. O aumento em negociação até supera essa taxa anunciada pela Eletros e atinge 7% --reajuste escalonado, em outubro e novembro. A última reunião na Eletros, em São Paulo, no mês passado, abordou essa questão. Mas não se chegou a um consenso.
Cada lado da mesa defende a sua posição. As lojas afirmam que estão com estoque de TVs elevado e é preciso desovar parte disso antes de aceitar novas tabelas. Dizem ainda que as indústrias tiveram forte ganho de escala nos últimos anos com a expansão da tecnologia de plasma e LCD, assim como com a maior demanda pelos modelos tradicionais. E isso reduz custo.
Além disso, afirmam que houve retração no valor das matérias-primas nos últimos anos, por conta da menor demanda mundial por cinescópios (tubos de imagem). Isso ajudou a fazer os preços caírem em 2006. De janeiro a setembro, houve queda de 15,26% no preço do televisor, diz a Fipe.
Os comerciantes também não aceitam a teoria, defendida pelas indústrias, de que está ocorrendo uma pressão no valor dos fretes. "O produto sempre veio da Amazônia dentro das mesmas condições de logística e distribuição. Agora isso pesa no bolso?", afirma um diretor que acompanha o caso.
A indústria se defende e diz o oposto. Bate na tecla de que várias marcas de cinéscópios reduziram a produção mundial em 2006 porque perceberam que o mercado de TV com tubo não é mais tão lucrativo como no passado. Com isso, falta o insumo e o preço na Ásia sobe. Afirma ainda que, como a produção de televisores caiu a partir de julho --com o final da Copa do Mundo--, o custo de produção aumentou. Isso ocorre porque a ociosidade das fábricas é custo para o fabricante. E essa conta começa a ficar pesada. Detalhe: a indústria planeja vender 10 milhões de TVs neste ano. É recorde histórico.
Uma questão fica: como a indústria fala em aumento de preços com a atual sobra de televisores no mercado, passada a Copa? Uma das explicações está no desempenho do setor em setembro. Houve aumento na demanda e o varejo está um pouco menos estocado hoje.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre aparelhos de TV
Varejo e indústria travam "guerra das TVs" e preço do aparelho pode aumentar
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da Folha de S.Paulo
Varejo e indústria voltam a se desentender às vésperas do período de encomendas para o Natal. A Eletros, entidade que representa o setor eletrônico, diz que os fabricantes vão aumentar o preço dos televisores em 3% a 5%. Não determina datas para isso, porém. O comércio rebate a informação: informa que não há acerto ainda sobre a questão e não é preciso uma corrida às lojas por conta dessa possibilidade.
A Folha apurou que: 1) o aumento pode ocorrer em outubro para o consumidor; 2) são algumas marcas que pressionam por elevação nos preços, mas isso deve "contaminar" todo o mercado. O aumento em negociação até supera essa taxa anunciada pela Eletros e atinge 7% --reajuste escalonado, em outubro e novembro. A última reunião na Eletros, em São Paulo, no mês passado, abordou essa questão. Mas não se chegou a um consenso.
Cada lado da mesa defende a sua posição. As lojas afirmam que estão com estoque de TVs elevado e é preciso desovar parte disso antes de aceitar novas tabelas. Dizem ainda que as indústrias tiveram forte ganho de escala nos últimos anos com a expansão da tecnologia de plasma e LCD, assim como com a maior demanda pelos modelos tradicionais. E isso reduz custo.
Além disso, afirmam que houve retração no valor das matérias-primas nos últimos anos, por conta da menor demanda mundial por cinescópios (tubos de imagem). Isso ajudou a fazer os preços caírem em 2006. De janeiro a setembro, houve queda de 15,26% no preço do televisor, diz a Fipe.
Os comerciantes também não aceitam a teoria, defendida pelas indústrias, de que está ocorrendo uma pressão no valor dos fretes. "O produto sempre veio da Amazônia dentro das mesmas condições de logística e distribuição. Agora isso pesa no bolso?", afirma um diretor que acompanha o caso.
A indústria se defende e diz o oposto. Bate na tecla de que várias marcas de cinéscópios reduziram a produção mundial em 2006 porque perceberam que o mercado de TV com tubo não é mais tão lucrativo como no passado. Com isso, falta o insumo e o preço na Ásia sobe. Afirma ainda que, como a produção de televisores caiu a partir de julho --com o final da Copa do Mundo--, o custo de produção aumentou. Isso ocorre porque a ociosidade das fábricas é custo para o fabricante. E essa conta começa a ficar pesada. Detalhe: a indústria planeja vender 10 milhões de TVs neste ano. É recorde histórico.
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