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27/10/2006 - 19h03

Desiludidos com Covas, banespianos relacionam Alckmin a privatização

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DENYSE GODOY
da Folha Online

Ainda desiludidos com o ex-governador paulista Mário Covas (1994-2001) pela privatização do Banespa, funcionários da instituição financeira antigos e na ativa desconfiam da promessa do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, de não privatizar as maiores empresas estatais.

Em novembro de 1994, na sua campanha pelo governo do Estado de São Paulo, Covas mandou uma carta a todos os funcionários do Banespa, então um banco público, pedindo o seu voto.

"O Banco do Estado de São Paulo sempre foi motivo de orgulho para a família paulista. Nem seria preciso recordar seu importante papel no desenvolvimento do nosso Estado, onde contribuiu decisivamente para o financiamento da agricultura, de estradas, metrô, salas de aula e, principalmente, na viabilização do saneamento básico em centenas de municípios", dizia o tucano no documento.

Covas comprometeu-se, na ocasião, a "resgatar a grandeza e a tradição do Banespa" e a capitalizá-lo para que voltasse a ser a principal fonte de recursos para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Estado, "recuperando a sua competência e eficiência no mercado financeiro, prestando serviços de qualidade para todos os seus clientes e para a população".

Diante dos temores de que o Banespa fosse privatizado, segundo os boatos que circulavam, os funcionários do banco entenderam a carta como uma garantia de que isso não iria acontecer. "Assim, não só os banespianos votaram em Covas como também seus amigos e familiares, a seu pedido", lembra Camilo Fernandes, diretor do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região. Ele também trabalhava no Banespa na época. "Acreditávamos que ele ia cumprir a promessa, mas não foi o que aconteceu."

O assunto voltou à tona porque a questão da privatização de empresas públicas se transformou, nas últimas semanas, em uma das mais discutidas da campanha para a Presidência da República.

Enquanto Alckmin --vice de Covas no governo de São Paulo de 1994 a 2001-- bate na tecla da corrupção na atual administração federal, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que pleiteia a reeleição, contra-ataca com a tática do medo, afirmando que Alckmin pretende privatizar a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.
Alan Marques/Folha Imagem
Alckmin diz que não vai vender estatais
Alckmin diz que não vai vender estatais

Diante do terrorismo promovido pelos petistas, Alckmin repete que não tem intenção de vender as estatais. Ele chegou a mandar uma carta para o PDT na primeira quinzena deste mês na qual se compromete em manter a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Empresa de Correios e Telégrafos "sob controle estatal".

"Mas como podemos acreditar nisso agora? Quem nos garante que o PSDB não vai agir da mesma forma?", pergunta o sindicalista. A assessoria de imprensa de Alckmin não comentou o tema.

Logo no início de 1995, o plano de privatizar o Banespa voltou a ser discutido. "Pode-se concluir, daí, que a idéia vem de bem antes. Já havia a intenção e uma preparação", comenta Fernandes, lembrando que o sindicato, então, utilizou-se de todas as medidas jurídicas para tentar bloquear o leilão, o que funcionou por seis anos. A venda saiu, finalmente, em 2000. E, no ano seguinte, Covas morreu, sendo substituído por Alckmin, que reelegeu-se governador de São Paulo em 2002.

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