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30/10/2006 - 09h07

BNDES empresta menos para as micro e pequenas

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PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro

Apesar dos esforços para atingir firmas de menor porte, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não teve êxito nessa empreitada: as aprovações de financiamentos para micro e pequenas empresas caíram 18,7% de janeiro a setembro deste ano. Totalizaram R$ 4,856 bilhões --menos do que os R$ 5,969 bilhões em igual período de 2005.

Já o crédito aprovado às grandes empresas subiu 46,9%, passando de R$ 25,674 bilhões para R$ 37,713 bilhões, segundo levantamento do BNDES obtido pela Folha. Entre as companhias de médio porte, houve queda de 7% --de R$ 3,269 bilhões para R$ 3,042 bilhões, variação que o BNDES considera relativamente estável.

Sobre a queda nas aprovações de financiamentos às pequenas e empresas, o BNDES argumenta, por meio de sua assessoria de imprensa, que a crise da agricultura afetou o desempenho. É que o setor se constitui tradicionalmente de firmas de pequeno porte, diz o banco estatal.

No caso das grandes, o volume de crédito aprovado foi inflado por grandes operações concluídas até setembro, diz o BNDES. Entre elas, o banco destaca o apoio à expansão de uma fábrica da Kabin no Paraná --R$ 1,740 bilhões, um dos maiores da história do banco.

Brasil Telecom

Aprovado em outubro, o financiamento à Brasil Telecom (de R$ 2,1 bilhões) não entrou na contabilização. Quando uma operação recebe o aval da diretoria do banco, nem todos os recursos ainda foram desembolsados, sendo liberados de acordo com a evolução dos projetos.

Os dados revelam que o banco apoiou prioritariamente neste ano setores que tradicionalmente já são clientes da instituição: siderurgia, papel e celulose e petroquímica e automotivo --ou seja, indústrias de base.

Os financiamentos aprovados à metalurgia e siderurgia aumentaram 95%, para R$ 4,254 bilhões. Nesse setor, o destaque foi a linha de crédito pré-aprovada para a Usiminas de R$ 900 milhões (pela qual a empresa recebe o apoio a vários projetos num prazo determinado) e o crédito para expansão da CST-Arcelor (R$ 720 milhões).

No ramo de papel e celulose, destaca-se, além da Klabin, o crédito à Bahia Pulp --R$ 450 milhões. Os financiamentos aprovados para o setor subiram 393%, alcançando R$ 3,070 bilhões nos nove primeiros meses do ano.

Montadoras

Outro destaque foi o crescimento do apoio ao setor de material de transporte, que inclui as montadoras. A expansão foi de 96%. Os empréstimos aprovados somaram R$ 11,289 bilhões.

O BNDES diz que cresceu especialmente o financiamento às exportações de montadoras --e não o apoio a projetos de expansão de unidades fabris--, o que explica a maior parte do incremento do ramo de material de transporte. Também ressalta o aumento do crédito para a compra de vagões.

No caso da petroquímica, o maior financiamento aprovado foi para a PQU (Petroquímica União) --R$ 432 milhões. As aprovações somaram R$ 3,423 bilhões, com expansão de 165% ante os nove primeiros meses de 2005.

Indústria

Para a indústria como um todo, o valor das aprovações cresceu 67% de janeiro a setembro --de R$ 16,8 bilhões em 2005 para R$ 28,2 bilhões neste ano.

Sob impacto da atividade de energia elétrica, o setor de infra-estrutura teve a queda de 19% --de R$ 13,2 bilhões de janeiro a setembro de 2005 para R$ 10,6 bilhões no mesmo período deste ano.

O BNDES afirma que no caso da energia elétrica subiu o número de operações aprovadas, apesar da queda do valor a ser financiado. É que receberam apoio mais PCHs (Pequenas Centrais Elétricas), cujos investimentos são menores. Até o final do ano, diz a instituição, o quadro deve se reverter. Nesta semana, foram aprovados cinco novos financiamentos para três empresas de transmissão, uma PCHs e uma distribuidora, que totalizaram R$ 1,2 bilhão.

Até setembro, outro destaque negativo em infra-estrutura era a telefonia, com queda de 99% no valor dos financiamentos --apenas R$ 10,4 milhões aprovados. Com a operação da Brasil Telecom, porém, a situação se inverte e os financiamento vão superar os de 2005, prevê o BNDES.

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