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05/12/2006
-
14h56
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio de Janeiro
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revisou para baixo a projeção de crescimento da economia neste ano. Para o instituto, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve fechar o ano com uma expansão de 2,8%.
Na última projeção, o Ipea (órgão vinculado ao Ministério do Planejamento) previa uma expansão de 3,3%. Para 2007, o instituto manteve a estimativa de crescimento do PIB em 3,6%.
Segundo Paulo Levy, diretor do Ipea, um crescimento de 5% no próximo ano, que tem sido encampado pelo governo, não é viável porque as empresas continuam sem horizontes de investimento de longo prazo, além de enfrentar excessiva carga tributária e gargalos e infra-estrutura.
'A nossa visão é de que se o investimento acelerar de maneira consistente é possível atingir essa taxa de 5% de uma maneira sustentável, sem esbarrar em limites de capacidade no curto prazo, possivelmente até o início da próxima década', afirmou.
Segundo Levy, no próximo ano a demanda deve permanecer aquecida, com o aumento do consumo privado e o incremento dos investimentos. Isto se deve à redução da taxa básica de juros, o aumento da massa salarial, entre outros fatores. O Ipea prevê que os investimentos saltem de 6,0% para 7,4% e o consumo privado, de 4,2% para 5,2%.
'O fator crítico para acelerar o crescimento do PIB é criar as condições para o crescimento da oferta, criar os estímulos para que as empresas possam produzir mais e aumentar ainda mais o investimento que, apesar de estar crescendo, ainda se mostra insuficiente para sustentar taxas de crescimento mais elevadas das que a gente tem nos últimos anos', afirmou.
Levy disse que as informações sobre desoneração de investimentos estudadas pelo governo ainda são escassas, mas afirmou que o incremento da construção civil foi contabilizado nas projeções.
'O fato é que o investimento permaneceu em níveis bastante deprimidos por um período muito longo e, por isso, não é razoável imaginar que se consiga expandir rapidamente a capacidade produtiva, dado que se está partindo de níveis de investimento razoavelmente baixos.'
Revisão
Para a revisão da projeção de crescimento para este ano, o setor industrial foi o que sofreu a maior redução em suas previsões de crescimento, passando de 4,2% para 3,2%. A agropecuária, por outro lado, subiu de 2,3% para 3%. O setor de serviços apresentou uma leve revisão de 2,4% para 2,3%.
A balança comercial deve terminar o ano com saldo de US$ 44,3 bilhões. As exportações devem somar US$ 137,1 bilhões, ante US$ 136 bilhões. Já as importações devem somar US$ 92,8 bilhões.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve fechar o ano em 3,1%, segundo o Ipea. Em 2007, o índice deve ficar em 4,3%.
A taxa Selic deve encerrar o último trimestre de 2006 em 13,6%. No ano, a taxa deve ficar em 15,3% --em setembro, a previsão era de 15,4%.
Segundo o Ipea, a taxa média de crescimento do Brasil nos últimos quatro anos, incluindo 2006, vai repetir a que havia sido registrada entre 1995 e 2000, de 2,6% ao ano. O instituto ressalta que o país não conseguiu obter, em nenhum dos dois períodos, uma taxa de crescimento acima de 3% por dois anos consecutivos.
'Esse fato é decepcionante, especialmente quando se leva em conta o contexto dos últimos anos, em que a economia mundial tem apresentado um crescimento maior ainda que nos 'anos dourados' da década de 60', diz o boletim do Ipea.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Ipea
Ipea reduz projeção de crescimento do PIB para 2,8%
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da Folha Online, no Rio de Janeiro
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revisou para baixo a projeção de crescimento da economia neste ano. Para o instituto, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve fechar o ano com uma expansão de 2,8%.
Na última projeção, o Ipea (órgão vinculado ao Ministério do Planejamento) previa uma expansão de 3,3%. Para 2007, o instituto manteve a estimativa de crescimento do PIB em 3,6%.
Segundo Paulo Levy, diretor do Ipea, um crescimento de 5% no próximo ano, que tem sido encampado pelo governo, não é viável porque as empresas continuam sem horizontes de investimento de longo prazo, além de enfrentar excessiva carga tributária e gargalos e infra-estrutura.
'A nossa visão é de que se o investimento acelerar de maneira consistente é possível atingir essa taxa de 5% de uma maneira sustentável, sem esbarrar em limites de capacidade no curto prazo, possivelmente até o início da próxima década', afirmou.
Segundo Levy, no próximo ano a demanda deve permanecer aquecida, com o aumento do consumo privado e o incremento dos investimentos. Isto se deve à redução da taxa básica de juros, o aumento da massa salarial, entre outros fatores. O Ipea prevê que os investimentos saltem de 6,0% para 7,4% e o consumo privado, de 4,2% para 5,2%.
'O fator crítico para acelerar o crescimento do PIB é criar as condições para o crescimento da oferta, criar os estímulos para que as empresas possam produzir mais e aumentar ainda mais o investimento que, apesar de estar crescendo, ainda se mostra insuficiente para sustentar taxas de crescimento mais elevadas das que a gente tem nos últimos anos', afirmou.
Levy disse que as informações sobre desoneração de investimentos estudadas pelo governo ainda são escassas, mas afirmou que o incremento da construção civil foi contabilizado nas projeções.
'O fato é que o investimento permaneceu em níveis bastante deprimidos por um período muito longo e, por isso, não é razoável imaginar que se consiga expandir rapidamente a capacidade produtiva, dado que se está partindo de níveis de investimento razoavelmente baixos.'
Revisão
Para a revisão da projeção de crescimento para este ano, o setor industrial foi o que sofreu a maior redução em suas previsões de crescimento, passando de 4,2% para 3,2%. A agropecuária, por outro lado, subiu de 2,3% para 3%. O setor de serviços apresentou uma leve revisão de 2,4% para 2,3%.
A balança comercial deve terminar o ano com saldo de US$ 44,3 bilhões. As exportações devem somar US$ 137,1 bilhões, ante US$ 136 bilhões. Já as importações devem somar US$ 92,8 bilhões.
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve fechar o ano em 3,1%, segundo o Ipea. Em 2007, o índice deve ficar em 4,3%.
A taxa Selic deve encerrar o último trimestre de 2006 em 13,6%. No ano, a taxa deve ficar em 15,3% --em setembro, a previsão era de 15,4%.
Segundo o Ipea, a taxa média de crescimento do Brasil nos últimos quatro anos, incluindo 2006, vai repetir a que havia sido registrada entre 1995 e 2000, de 2,6% ao ano. O instituto ressalta que o país não conseguiu obter, em nenhum dos dois períodos, uma taxa de crescimento acima de 3% por dois anos consecutivos.
'Esse fato é decepcionante, especialmente quando se leva em conta o contexto dos últimos anos, em que a economia mundial tem apresentado um crescimento maior ainda que nos 'anos dourados' da década de 60', diz o boletim do Ipea.
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