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11/12/2006 - 09h29

BIS vê "pouso suave" da economia dos EUA

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MARCELO BILLI
da Folha de S.Paulo

O comportamento dos preços de títulos e ações no mercado global mostra que há relativo consenso entre os investidores de que os EUA não entrarão em recessão em 2007 e que a economia global, apesar de crescer menos, deverá sair-se bem, mesmo com uma desaceleração norte-americana.

As conclusões são do relatório trimestral do BIS (Banco de Compensações Internacionais), divulgado ontem.

"Os mercados parecem estar otimistas a respeito da economia global e do provável pouso suave da economia americana", diz o relatório do BIS, uma espécie de banco central internacional, ou "banco central dos bancos centrais", como costumam dizer os economistas.

O comportamento de preços de títulos públicos e privados, de ações e derivativos, bem como dos empréstimos bancários até novembro, diz o BIS, não mostra preocupação em relação ao futuro das taxas de juros internacionais nem com a possibilidade de um baque da economia mundial, liderado pela desaceleração da economia norte-americana.

Ritmo menor

Nos Estados Unidos, ressalta o relatório, ainda há alguma incerteza sobre como a retração do mercado imobiliário irá afetar a economia do país e que tipo de desaceleração ela irá causar. A desaceleração é realmente um consenso. O BIS, por exemplo, nota em seu relatório que as projeções para o crescimento do próximo ano caíram nos últimos meses, mas que elas "estão relativamente longe do que caracteriza recessão".

A evolução de preços de ativos pode ser um dos indicadores de que investidores esperam por crise ou mudanças mais fortes no cenário macroeconômico. Os juros sugeridos, por exemplo, pelos negócios no mercado futuro sinalizam expectativas de apertos ou redução da taxa de juros no futuro e, portanto, mostram se o que se espera é um cenário de maior ou menor crescimento.

Volatilidade

Segundo o relatório, os preços dos papéis de risco aumentaram nos últimos meses, o que mostra que não há receio, pelo menos até agora, de turbulências em 2007. Mesmo no mundo emergente, lembram os técnicos do banco, onde a volatilidade de preços de ativos costuma ser maior, não tem havido muitos problemas.

Pelo contrário, os ativos do mundo emergente registraram, até meados de novembro, a mais baixa volatilidade dos últimos anos --ou seja, os preços não oscilaram fortemente nem houve muitos momentos de nervosismo, situação que não é muito corriqueira no mundo em desenvolvimento. Os níveis de volatilidade, afirma o banco, "indicam um grande grau de confiança entre os investidores a respeito da evolução da política monetária e dos fundamentos econômicos".

Fundos de investimento que estavam desfazendo suas posições em economias em desenvolvimento, ou seja, tirando dinheiro desses mercados, voltaram a investir, "outro sinal da confiança nas perspectivas dos mercados emergentes", segundo o relatório.

Fundos dedicados ao mundo emergente --ou seja, a negociar dívida de governos ou ações de empresas que atuam nesses países-- passaram a comprar mais ativos do que vender.

Em meados do ano, havia iniciado um movimento inverso. O BIS ressalva que o volume de investimentos --não divulgados pela instituição-- está longe de voltar aos níveis recordes do início do ano. "Mesmo assim, apenas o fato de eles terem ficado positivos representa uma mudança significativa."

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