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11/12/2006
-
09h43
CLÁUDIA TREVISAN
da Folha de S.Paulo
Bancos estrangeiros poderão competir em pé de igualdade com os chineses a partir de hoje, quando termina o prazo de cinco anos para a abertura do setor financeiro da China fixado pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
O que está em jogo é o mercado do país mais populoso do mundo --1,3 bilhão de pessoas--, que registra taxas anuais de crescimento de 9,6% desde 1978. O volume de depósitos atinge a fantástica soma de US$ 4,3 trilhões, ou 170% do PIB, mas são poucas as opções rentáveis de investimentos.
São os titulares desses depósitos que os estrangeiros tentarão conquistar a partir de hoje, quando poderão atuar sem restrições no varejo, com abertura de agência e oferta de serviços em yuans para pessoas físicas e jurídicas. Até agora, eles só podiam ter operações em dólares e restritas a empresas.
Multinacionais como Citibank, HSBC, Bank of American, Goldman Sachs e American Express já deram a largada na corrida, por meio da compra de participações minoritárias em bancos estatais chineses.
Alguns bancos já possuem agências na China e registraram no ano passado lucro total de US$ 446 milhões, pouco mais que o dobro do valor obtido em 2001. Mas o número total de suas agências é de apenas 214, comparado a cerca de 70 mil das instituições chinesas.
Agora, todos pretendem ampliar sua presença no mercado, que tem volume de empréstimos de US$ 2,9 trilhões, o equivalente a 120% do PIB, já considerada a expansão de 10,5% prevista para este ano. No Brasil, a relação é de pouco mais de 30% do PIB.
Apesar do enorme volume de dinheiro nos bancos, o sistema financeiro chinês é pouco sofisticado. O uso de cartões de crédito é incipiente e o financiamento ao consumo, quase inexistente. A afluente e cada vez maior classe média chinesa quer comprar carros, apartamentos e bens de consumo, operações que podem ser intermediadas pelos bancos.
O principal desafio no caminho dos estrangeiros será a concorrência com os gigantescos bancos estatais chineses, que têm ramificações em todo o país e concentram o maior volume de depósitos.
O maior deles, o ICBC (Industrial and Commercial Bank of China), possui ativos de US$ 850 bilhões, 18 mil agências e 355 mil funcionários.
O número de clientes da instituição reflete as proporções do país: 2,5 milhões de empresas e 150 milhões de pessoas físicas, universo equivalente à soma dos habitantes de Colômbia, Argentina, Peru, Equador e Venezuela.
Mas antes de saírem à caça de potenciais clientes, os bancos estrangeiros terão de cumprir as regras estabelecidas pelo governo para sua operação no país --divulgadas apenas no dia 15 de novembro, menos de um mês antes da data de abertura do mercado financeiro.
A principal delas é a exigência de criação de novas empresas na China --e não meras filiais--, com capital mínimo de US$ 125 milhões. Além disso, terão de fazer provisões de US$ 12,5 milhões para cada nova agência que abrirem no país.
Segundo o governo, a regra tem o objetivo de proteger os interesses dos depositantes, que correriam o risco de perder ativos, na hipótese de uma crise global do banco estrangeiro.
O organismo responsável pela regulamentação do setor bancário informou que pelo menos dez bancos estrangeiros já haviam manifestado interesse em criar empresas na China dentro das novas regras.
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Bancos estrangeiros iniciam corrida por US$ 4,3 trilhões na China
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da Folha de S.Paulo
Bancos estrangeiros poderão competir em pé de igualdade com os chineses a partir de hoje, quando termina o prazo de cinco anos para a abertura do setor financeiro da China fixado pela OMC (Organização Mundial do Comércio).
O que está em jogo é o mercado do país mais populoso do mundo --1,3 bilhão de pessoas--, que registra taxas anuais de crescimento de 9,6% desde 1978. O volume de depósitos atinge a fantástica soma de US$ 4,3 trilhões, ou 170% do PIB, mas são poucas as opções rentáveis de investimentos.
São os titulares desses depósitos que os estrangeiros tentarão conquistar a partir de hoje, quando poderão atuar sem restrições no varejo, com abertura de agência e oferta de serviços em yuans para pessoas físicas e jurídicas. Até agora, eles só podiam ter operações em dólares e restritas a empresas.
Multinacionais como Citibank, HSBC, Bank of American, Goldman Sachs e American Express já deram a largada na corrida, por meio da compra de participações minoritárias em bancos estatais chineses.
Alguns bancos já possuem agências na China e registraram no ano passado lucro total de US$ 446 milhões, pouco mais que o dobro do valor obtido em 2001. Mas o número total de suas agências é de apenas 214, comparado a cerca de 70 mil das instituições chinesas.
Agora, todos pretendem ampliar sua presença no mercado, que tem volume de empréstimos de US$ 2,9 trilhões, o equivalente a 120% do PIB, já considerada a expansão de 10,5% prevista para este ano. No Brasil, a relação é de pouco mais de 30% do PIB.
Apesar do enorme volume de dinheiro nos bancos, o sistema financeiro chinês é pouco sofisticado. O uso de cartões de crédito é incipiente e o financiamento ao consumo, quase inexistente. A afluente e cada vez maior classe média chinesa quer comprar carros, apartamentos e bens de consumo, operações que podem ser intermediadas pelos bancos.
O principal desafio no caminho dos estrangeiros será a concorrência com os gigantescos bancos estatais chineses, que têm ramificações em todo o país e concentram o maior volume de depósitos.
O maior deles, o ICBC (Industrial and Commercial Bank of China), possui ativos de US$ 850 bilhões, 18 mil agências e 355 mil funcionários.
O número de clientes da instituição reflete as proporções do país: 2,5 milhões de empresas e 150 milhões de pessoas físicas, universo equivalente à soma dos habitantes de Colômbia, Argentina, Peru, Equador e Venezuela.
Mas antes de saírem à caça de potenciais clientes, os bancos estrangeiros terão de cumprir as regras estabelecidas pelo governo para sua operação no país --divulgadas apenas no dia 15 de novembro, menos de um mês antes da data de abertura do mercado financeiro.
A principal delas é a exigência de criação de novas empresas na China --e não meras filiais--, com capital mínimo de US$ 125 milhões. Além disso, terão de fazer provisões de US$ 12,5 milhões para cada nova agência que abrirem no país.
Segundo o governo, a regra tem o objetivo de proteger os interesses dos depositantes, que correriam o risco de perder ativos, na hipótese de uma crise global do banco estrangeiro.
O organismo responsável pela regulamentação do setor bancário informou que pelo menos dez bancos estrangeiros já haviam manifestado interesse em criar empresas na China dentro das novas regras.
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