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14/12/2006
-
09h53
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Abilio Diniz, presidente do Conselho de Administração do grupo Pão de Açúcar, a maior rede de varejo do país, não crê numa expansão considerável do consumo em 2007. Diz não entender de que forma isso possa acontecer e acredita ainda que, "em algum momento, o Brasil vai acordar" e o crescimento acontecerá. "Olha, eu dizer: "Pode se preparar porque o consumo vai subir", bom, isso não digo, porque não vai", afirma. "Enquanto o país crescer do jeito que está, 3% ao ano, vai ser difícil", afirmou ele.
Dados recentes mostram que em 2006 houve uma expansão tímida do varejo de alimentos, principalmente, e de roupas.
Ontem, o empresário esteve em encontro com analistas e investidores na sede da empresa, em São Paulo, onde foram apresentadas as perspectivas de expansão da rede.
O grupo pretende chegar aos R$ 25 bilhões de faturamento em 2010 com 700 lojas espalhadas no país --hoje são R$ 16 bilhões em receita e 545 pontos. Para 2007, a empresa quer abrir 30 novas unidades --o Wal-Mart, concorrente da cadeia, prevê inaugurar 28 lojas. Nessa conta do Pão de Açúcar não estão incluídas as aberturas da nova rede do grupo, o Extra Perto. Para essa rede, Hugo Bethlem, diretor-executivo, prevê mais 50 a 60 pontos inaugurados em 2007.
A questão levantada por Abilio Diniz no encontro ontem esbarra num debate atual entre especialistas. Economistas de bancos e institutos de pesquisas crêem em um aumento de 3,6% a 5% no consumo das famílias em 2007. Na avaliação do Ipea, por exemplo, a alta no consumo privado deve bater em 5,2%. A consultoria Gouvêa de Souza prevê subida de 3,8%, e a RC Consultores, de 3,6%.
O PIB, no entanto, deve se expandir menos no próximo ano --até 3,5%, segundo as últimas análises. Nesse cenário, se o consumo subir 5% em 2007, a demanda "atropelaria" o PIB e seria movida a crédito no próximo ano também. O risco inflacionário seria amortecido pela entrada de itens estrangeiros baratos, segundo esses economistas.
"A expansão do consumo privado, principalmente de bens duráveis, reflete diversos fatores, como a ampliação do crédito, a expansão da renda [...] e a transferência do governo às famílias [projetos sociais]", informa o Ipea em seu último boletim, de dezembro.
Mas há um outro grupo de especialistas que não crê num repeteco desse quadro em 2007 e espera um desempenho mais tímido -em linha, portanto, com o discurso de Diniz.
Comércio eletrônico
Ainda ontem, o comando do Pão de Açúcar informou que pretende ampliar investimentos nos sites de venda do grupo. Existe até uma discussão na empresa em torno de uma integração dos sites do Pão de Açúcar e do Extra.
"Começamos mal com o Amélia [o primeiro site do grupo]. Estamos revertendo isso", disse Diniz. A intenção é investir R$ 40 milhões até 2010 nesse negócio.
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da Folha de S.Paulo
Abilio Diniz, presidente do Conselho de Administração do grupo Pão de Açúcar, a maior rede de varejo do país, não crê numa expansão considerável do consumo em 2007. Diz não entender de que forma isso possa acontecer e acredita ainda que, "em algum momento, o Brasil vai acordar" e o crescimento acontecerá. "Olha, eu dizer: "Pode se preparar porque o consumo vai subir", bom, isso não digo, porque não vai", afirma. "Enquanto o país crescer do jeito que está, 3% ao ano, vai ser difícil", afirmou ele.
Dados recentes mostram que em 2006 houve uma expansão tímida do varejo de alimentos, principalmente, e de roupas.
Ontem, o empresário esteve em encontro com analistas e investidores na sede da empresa, em São Paulo, onde foram apresentadas as perspectivas de expansão da rede.
O grupo pretende chegar aos R$ 25 bilhões de faturamento em 2010 com 700 lojas espalhadas no país --hoje são R$ 16 bilhões em receita e 545 pontos. Para 2007, a empresa quer abrir 30 novas unidades --o Wal-Mart, concorrente da cadeia, prevê inaugurar 28 lojas. Nessa conta do Pão de Açúcar não estão incluídas as aberturas da nova rede do grupo, o Extra Perto. Para essa rede, Hugo Bethlem, diretor-executivo, prevê mais 50 a 60 pontos inaugurados em 2007.
A questão levantada por Abilio Diniz no encontro ontem esbarra num debate atual entre especialistas. Economistas de bancos e institutos de pesquisas crêem em um aumento de 3,6% a 5% no consumo das famílias em 2007. Na avaliação do Ipea, por exemplo, a alta no consumo privado deve bater em 5,2%. A consultoria Gouvêa de Souza prevê subida de 3,8%, e a RC Consultores, de 3,6%.
O PIB, no entanto, deve se expandir menos no próximo ano --até 3,5%, segundo as últimas análises. Nesse cenário, se o consumo subir 5% em 2007, a demanda "atropelaria" o PIB e seria movida a crédito no próximo ano também. O risco inflacionário seria amortecido pela entrada de itens estrangeiros baratos, segundo esses economistas.
"A expansão do consumo privado, principalmente de bens duráveis, reflete diversos fatores, como a ampliação do crédito, a expansão da renda [...] e a transferência do governo às famílias [projetos sociais]", informa o Ipea em seu último boletim, de dezembro.
Mas há um outro grupo de especialistas que não crê num repeteco desse quadro em 2007 e espera um desempenho mais tímido -em linha, portanto, com o discurso de Diniz.
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