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21/12/2006
-
15h13
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O CMN (Conselho Monetário Nacional) cedeu hoje a pressões de bancos e Estados e decidiu adiar a entrada em vigor da conta-salário.
Esse instrumento permite que trabalhadores transfiram dinheiro do banco em que sua empresa deposita o salário para outra instituição financeira automaticamente e sem nenhum custo.
O governo anunciou a medida com a expectativa de que a maior facilidade para trocar de banco estimulasse a competição entre as instituições financeiras. Seria, portanto, uma forma de pressionar os bancos a baixar tarifas e "spreads" (ganho bruto com operações de crédito).
Hoje, entretanto, o CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu que a conta-salário, que deveria entrar em vigor em 1º de janeiro, só começará a existir em 2 de abril para os trabalhadores da iniciativa privada.
No caso de empresas que já possuíam em 5 de setembro contratos com bancos para o pagamento dos funcionários, o prazo será ainda mais longo: a instituição só será obrigada a abrir uma conta-salário para esses trabalhadores a partir de 1º de janeiro de 2009.
A decisão beneficia diretamente os bancos, que pressionavam o governo com a afirmação de que não tiveram tempo de adaptar seus sistemas à mudança --apesar de a medida ter sido anunciada há cerca de três meses.
Além disso, o CMN também excluiu os servidores públicos estaduais e municipais da conta-salário. Esses servidores só terão garantido o direito de abrir esse tipo de conta a partir de 2012. Até lá, Estados e municípios poderão continuar a arrecadar recursos com o leilão de suas folhas de pagamento entre as instituições financeiras.
A decisão do CMN atende a pleitos de governadores eleitos como José Serra (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG) e Jaques Wagner (PT-BA), que afirmavam que não podiam abrir mão dessa receita.
No entanto, para poder usar desse prazo extra, o contrato do leilão terá que garantir aos servidores isenção de tarifa para a transferência dos créditos, isenção nos saques, fornecer talonário de cheques sem cobrar tarifa e não cobrar pelo cartão de movimentação.
Também foi esclarecido hoje que os beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não terão direito a conta salário.
"Está fora. O INSS já prevê a portabilidade. O pensionista pode receber em outro banco. A opção é feita diretamente no INSS", disse Alexandre Tombini, diretor de Normas do Banco Central.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre conta-salário
Pressionado por bancos e Estados, governo adia conta-salário
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da Folha Online, em Brasília
O CMN (Conselho Monetário Nacional) cedeu hoje a pressões de bancos e Estados e decidiu adiar a entrada em vigor da conta-salário.
Esse instrumento permite que trabalhadores transfiram dinheiro do banco em que sua empresa deposita o salário para outra instituição financeira automaticamente e sem nenhum custo.
O governo anunciou a medida com a expectativa de que a maior facilidade para trocar de banco estimulasse a competição entre as instituições financeiras. Seria, portanto, uma forma de pressionar os bancos a baixar tarifas e "spreads" (ganho bruto com operações de crédito).
Hoje, entretanto, o CMN (Conselho Monetário Nacional) decidiu que a conta-salário, que deveria entrar em vigor em 1º de janeiro, só começará a existir em 2 de abril para os trabalhadores da iniciativa privada.
No caso de empresas que já possuíam em 5 de setembro contratos com bancos para o pagamento dos funcionários, o prazo será ainda mais longo: a instituição só será obrigada a abrir uma conta-salário para esses trabalhadores a partir de 1º de janeiro de 2009.
A decisão beneficia diretamente os bancos, que pressionavam o governo com a afirmação de que não tiveram tempo de adaptar seus sistemas à mudança --apesar de a medida ter sido anunciada há cerca de três meses.
Além disso, o CMN também excluiu os servidores públicos estaduais e municipais da conta-salário. Esses servidores só terão garantido o direito de abrir esse tipo de conta a partir de 2012. Até lá, Estados e municípios poderão continuar a arrecadar recursos com o leilão de suas folhas de pagamento entre as instituições financeiras.
A decisão do CMN atende a pleitos de governadores eleitos como José Serra (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG) e Jaques Wagner (PT-BA), que afirmavam que não podiam abrir mão dessa receita.
No entanto, para poder usar desse prazo extra, o contrato do leilão terá que garantir aos servidores isenção de tarifa para a transferência dos créditos, isenção nos saques, fornecer talonário de cheques sem cobrar tarifa e não cobrar pelo cartão de movimentação.
Também foi esclarecido hoje que os beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não terão direito a conta salário.
"Está fora. O INSS já prevê a portabilidade. O pensionista pode receber em outro banco. A opção é feita diretamente no INSS", disse Alexandre Tombini, diretor de Normas do Banco Central.
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