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25/12/2006 - 10h21

Aplicações em fundos estão perto de R$ 1 tri

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FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo

Nunca houve tanto dinheiro aplicado em fundos de investimento no Brasil. O mercado de fundos chega ao fim de 2006 comemorando um patrimônio líquido superior a R$ 900 bilhões --patamar inédito.

A categoria de multimercados foi o grande destaque do ano. A continuidade da queda nas taxas de juros estimulou os investidores a trocar de aplicação, aceitando correr um pouco mais de risco em troca de retornos melhores.

Dados apresentados pela Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) mostraram que os fundos multimercados registram captação líquida (diferença entre resgates e aplicações) de R$ 50,51 bilhões no ano, até o último dia 14 deste mês.

A indústria de fundos como um todo teve captação de cerca de R$ 70 bilhões em 2006.

"Acredito na continuidade de crescimento dos fundos de investimento no próximo ano", afirma Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset Management.

Os multimercados são fundos que têm a particularidade de poder investir em diferentes segmentos do mercado, como títulos públicos e privados que pagam juros, ações e câmbio. Dessa forma, elevam as chances de obter rentabilidades acima do CDI.

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um tipo de aplicação negociada entre os bancos. A taxa média praticada por esse título serve de referência para os juros pagos pelos fundos de investimento, especialmente os de renda fixa.

Os fundos de ações também se destacaram. No segmento, os investidores mais aplicaram do que sacaram o montante de R$ 8,47 bilhões em 2006.

Na outra ponta, as aplicações mais tradicionais --os fundos DI e de renda fixa, que acompanham o sobe-e-desce dos juros-- chegaram ao fim do ano com perdas de recursos.

"Quem estava acostumado a aplicar apenas em DI e renda fixa teve de começar a rever essa posição. Mesmo o investidor pessoa física está tomando consciência de que a rentabilidade dessas aplicações começa a ficar baixa", afirma Maia.

Juntos, os fundos DI e de renda fixa chegaram a meados de dezembro com captação líquida anual negativa de R$ 14 bilhões.

Como a taxa básica de juros da economia (a Selic) está em meio a um processo de queda, a perspectiva para essas aplicações não é das mais atraentes.

Rentabilidades menores

A taxa Selic começou 2006 em 18%. Atualmente está em 13,25% anuais. Nos períodos de baixa da Selic, a tendência é os fundos que pagam juros darem rentabilidades menores.

No ano, os fundos de renda fixa darão rentabilidade média de 15,3%. Os fundos DI devem render cerca de 14,9%.

Até o dia 14, os fundos de ações atrelados ao índice Ibovespa tinham valorização anual acumulada de 29%. Os multimercados com renda variável alavancados --a maior categoria do segmento-- tinham rentabilidade de 20% no período.

Além de pagarem menos, os fundos DI e de renda fixa ainda são punidos com taxas de administração e com o pagamento de Imposto de Renda. E isso fez com que alguns desses fundos passassem a pagar taxas reais (descontados os custos de administração e IR) inferiores à rentabilidade da caderneta de poupança.

A preocupação com a possibilidade de os fundos perderem depósitos para a caderneta de poupança fez com que surgissem discussões sobre possíveis mudanças no cálculo da TR (Taxa Referencial, que corrige a poupança).

"A discussão sobre a remuneração dos fundos DI se aproximando do retorno da poupança constitui apenas uma ponta do iceberg. A indústria deverá passar por uma completa transformação, que já começou, e que inclui a migração progressiva do investidor para produtos mais agressivos, a queda das taxas de administração e a maior pulverização do volume total administrado", avalia Alexandre Póvoa, diretor responsável pela Modal Asset Management.

Concorrência crescente

O crescimento do mercado neste ano fez com que a Anbid criasse um novo tipo: os fundos de "long and short".

Esse novo tipo de fundo a aparecer na catalogação da Anbid soma patrimônio líquido expressivo, de R$ 5,2 bilhões.

Os "long and short" carregam riscos mais elevados que os fundos de renda fixa, mas podem dar rentabilidades mais interessantes. Esse tipo de aplicação realiza operações ligadas ao mercado de renda variável, utilizando-se de posições "compradas" e "vendidas" --"long and short", em inglês.

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