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26/12/2006 - 09h10

"Forasteiros" mudam setor turístico no Ceará

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

A paisagem de boa parte do litoral cearense está prestes a mudar. No lugar das praias desertas, com dunas naturais e vilarejos de pescadores simples, serão construídos hotéis e resorts de luxo, com residenciais e até campos de golfe, a maioria deles feita por estrangeiros para estrangeiros.

Só em uma planilha da Secretaria de Turismo do Estado, existe a previsão de R$ 2,7 bilhões em investimentos privados para esse tipo de construção. Alguns já começaram neste ano e outros estão previstos para 2007.

Os maiores investidores são portugueses, responsáveis por dez empreendimentos (entre 13) no valor de R$ 1,9 bilhão. Em seguida, vêm os espanhóis.

A fórmula que explica o atual interesse dos ibéricos pelo litoral cearense é simples: vôos diretos, combinados com uma forte propaganda feita pelo governo no exterior, que mostra vantagens climáticas, de localização e financeiras.

Entre essas vantagens, segundo Alexandre Cabral, responsável na Secretaria de Turismo pela área de atração de investimentos, está o fato de o litoral cearense ter sol o ano todo, períodos de estiagem que coincidem com as férias de estrangeiros, belas paisagens naturais e baixos custos.

Na opinião dele, não foram construídos mais resorts no passado por causa de uma política pública que priorizava a indústria e a agricultura como geradoras de emprego e renda.

"Isso não mudou muito, ainda prevalece o modelo de investimentos industriais, mas já começa a crescer a visão de que o turismo é nossa vocação e traz renda ao Estado", disse. O turismo já representa mais de 12% no PIB (Produto Interno Bruto) cearense.

Ao contrário do que acontece com a indústria, não são dados incentivos fiscais para a atração de investimentos turísticos. O papel do Estado é na implantação de infra-estrutura para dar acesso aos novos hotéis e resorts. Para os próximos quatro anos, serão US$ 100 milhões para esse fim, aplicados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). A perspectiva é que sejam criados, com o lançamento de todos os projetos turísticos, 100 mil empregos diretos e indiretos.

Luxo

Hoje, fora de Fortaleza, não há opções de alto padrão para hospedagem no litoral cearense. Os novos investimentos não pretendem só mudar essa situação mas também inserir o Estado em outro mercado, o de "segunda residência".

Segundo Cabral, os investidores descobriram que poderão vender casas a preço internacional, mas com custos de construção local. "O retorno do investimento será de 40% a 50% em um ano", disse.

A construção de dois campos de golfe nos próximos dois anos (não há nenhum hoje no Ceará e só cem no país) também tem como objetivo atrair turistas.

Para Cabral, porém, para ampliar o número de visitantes, são necessárias várias mudanças, como a desburocratização da concessão de vistos.

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