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28/12/2006
-
10h13
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Um grupo de funcionários do Banco Central aproveitou a reeleição do presidente Lula para reivindicar mudanças na diretoria do BC. Em carta enviada a Lula, servidores ligados ao PT querem, para o segundo mandato, indicar alguns nomes para o comando da instituição.
De acordo com o documento, as mudanças na diretoria do BC são necessárias porque seria preciso "ter pessoas da confiança do partido no alto escalão do Banco Central". Entre outras atribuições, os diretores do BC participam das reuniões do Copom, onde é definida a taxa básica de juros da economia.
A carta chega até a apontar os cargos desejados: as diretorias de Administração, de Fiscalização ou a de Normas, que, tradicionalmente, são ocupadas por funcionários de carreira do BC.
A carta é assinada por um grupo que se denomina "núcleo de base dos funcionários do BC", que tem entre seus líderes Afonso Magalhães, funcionário da instituição que está cedido ao Ministério do Trabalho, onde trabalha na secretaria de Economia Solidária, comandada pelo petista Paul Singer.
Alguns servidores do BC ouvidos pela Folha se disseram surpresos com o conteúdo da carta e afirmaram que seus signatários não falam em nome dos funcionários da instituição quando pedem a nomeação de pessoas ligadas ao PT para a diretoria. Por meio de sua assessoria de imprensa, o BC informou que não iria se pronunciar sobre o assunto.
Não é de hoje que a formação da diretoria do BC é motivo de reclamações entre petistas. Os primeiros sinais de desconforto surgiram ainda no início do primeiro mandato de Lula, quando o nome de Henrique Meirelles foi anunciado para comandar a instituição --em 2002, Meirelles havia sido eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás.
Nos últimos quatro anos, a condução da política de juros foi alvo de críticas de vários membros do governo, que reclamavam dos obstáculos que a elevada taxa praticada no país oferecia ao crescimento. Apontado como uma das maiores fontes de conservadorismo dentro do BC, o diretor de Política Econômica, Afonso Bevilaqua, é um dos mais cotados para ser substituído.
Especial
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Leia a cobertura completa sobre a preparação do segundo mandato de Lula
Movimento de servidores pede nomes petistas no BC
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Um grupo de funcionários do Banco Central aproveitou a reeleição do presidente Lula para reivindicar mudanças na diretoria do BC. Em carta enviada a Lula, servidores ligados ao PT querem, para o segundo mandato, indicar alguns nomes para o comando da instituição.
De acordo com o documento, as mudanças na diretoria do BC são necessárias porque seria preciso "ter pessoas da confiança do partido no alto escalão do Banco Central". Entre outras atribuições, os diretores do BC participam das reuniões do Copom, onde é definida a taxa básica de juros da economia.
A carta chega até a apontar os cargos desejados: as diretorias de Administração, de Fiscalização ou a de Normas, que, tradicionalmente, são ocupadas por funcionários de carreira do BC.
A carta é assinada por um grupo que se denomina "núcleo de base dos funcionários do BC", que tem entre seus líderes Afonso Magalhães, funcionário da instituição que está cedido ao Ministério do Trabalho, onde trabalha na secretaria de Economia Solidária, comandada pelo petista Paul Singer.
Alguns servidores do BC ouvidos pela Folha se disseram surpresos com o conteúdo da carta e afirmaram que seus signatários não falam em nome dos funcionários da instituição quando pedem a nomeação de pessoas ligadas ao PT para a diretoria. Por meio de sua assessoria de imprensa, o BC informou que não iria se pronunciar sobre o assunto.
Não é de hoje que a formação da diretoria do BC é motivo de reclamações entre petistas. Os primeiros sinais de desconforto surgiram ainda no início do primeiro mandato de Lula, quando o nome de Henrique Meirelles foi anunciado para comandar a instituição --em 2002, Meirelles havia sido eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás.
Nos últimos quatro anos, a condução da política de juros foi alvo de críticas de vários membros do governo, que reclamavam dos obstáculos que a elevada taxa praticada no país oferecia ao crescimento. Apontado como uma das maiores fontes de conservadorismo dentro do BC, o diretor de Política Econômica, Afonso Bevilaqua, é um dos mais cotados para ser substituído.
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