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31/12/2006
-
09h16
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
O presidente da Petrobras Bolívia, José Fernando de Freitas, disse à Folha que há a disposição de aumentar investimentos no país depois que os novos contratos de exploração e produção asseguraram a rentabilidade dos negócios.
Afirmou, porém, que existe um receio do consumidor brasileiro quanto à garantia do suprimento depois da nacionalização dos ativos da estatal, em maio deste ano.
"Há a percepção de que houve um tremor nessa confiança [do suprimento do gás]", afirmou o executivo, que conduziu todo o processo de negociação com a Bolívia.
Diante das condições atuais, Freitas avalia que dificilmente sairá do papel o projeto de ampliar a capacidade do gasoduto Bolívia-Brasil de 30 milhões de metros cúbicos para 45 milhões de metros cúbicos.
"Acho difícil que tenhamos um acréscimo tão grande de volume [de transporte de gás]. Isso porque houve uma turbulência muito grande. E a palavra final é do consumidor brasileiro, que vai decidir se quer ou não aumentar o volume."
Freitas ressalta ainda que todo "aumento de produção tem de corresponder a um novo mercado" consumidor para o gás boliviano, que ainda não está assegurado.
A Petrobras tem um contrato de fornecimento de gás assinado com a Bolívia que expira em 2019. Nele, existe a previsão de suprimento de até 30 milhões de metros cúbicos/dia.
Na Bolívia, a estatal produz 24 milhões de metros cúbicos com suas sócias Total e Repsol. Exporta para o Brasil 26 milhões de metros cúbicos, dos quais 72% são supridos por produção própria e o restante é comprado de terceiros.
Diante da expansão do consumo no Brasil e da necessidade de abastecer especialmente as termelétricas e afastar um eventual risco de apagão, a Petrobras estudava ampliar a importação de gás boliviano.
Para tal, foi lançado um concurso aberto para ampliar a capacidade do gasoduto, controlado pela Petrobras no lado brasileiro por meio da companhia TBG. Com a nacionalização das reservas de gás e a incerteza que se instalou desde então, o projeto foi engavetado.
Freitas condicionou uma retomada dos projetos de ampliação de produção de gás em solo boliviano à resposta do mercado brasileiro. "Para produzir mais gás, tem de haver um mercado de destino e esse mercado tem de ser avaliado enquanto suas condições comerciais e de preço."
Em nenhum momento, porém, ele descartou novos investimentos da Petrobras na Bolívia. "Depois de fechados os contratos, temos agora condições piores do que existiam antes [da nacionalização], mas mantemos a nossa rentabilidade e a solvência do negócio."
Passada a fase de revisão dos contratos, diz, a Petrobras está "reavaliando suas posições" e estudando a possibilidade de retomar investimentos. "Naquela situação que havia antes, não tinha como investir. Nos termos do decreto [de nacionalização de 1º de maio], era impossível investir", afirmou.
Preço do gás e refinarias
Sobre a questão do preço do gás, Freitas disse que nas últimas reuniões houve um avanço. Embora a Petrobras mantenha sua posição de que não há necessidade de reajuste e a YPFB e o governo boliviano pleiteiem uma correção, passou-se a negociar em outras bases, diz. Uma das alternativas que passaram a ser consideradas é ampliar os volumes importados como contrapartida ao não-reajuste de preços.
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Leia o que já foi publicado sobre as relações da Petrobras com a Bolívia
Nacionalização abalou confiança, diz Petrobras Bolívia
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da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
O presidente da Petrobras Bolívia, José Fernando de Freitas, disse à Folha que há a disposição de aumentar investimentos no país depois que os novos contratos de exploração e produção asseguraram a rentabilidade dos negócios.
Afirmou, porém, que existe um receio do consumidor brasileiro quanto à garantia do suprimento depois da nacionalização dos ativos da estatal, em maio deste ano.
"Há a percepção de que houve um tremor nessa confiança [do suprimento do gás]", afirmou o executivo, que conduziu todo o processo de negociação com a Bolívia.
Diante das condições atuais, Freitas avalia que dificilmente sairá do papel o projeto de ampliar a capacidade do gasoduto Bolívia-Brasil de 30 milhões de metros cúbicos para 45 milhões de metros cúbicos.
"Acho difícil que tenhamos um acréscimo tão grande de volume [de transporte de gás]. Isso porque houve uma turbulência muito grande. E a palavra final é do consumidor brasileiro, que vai decidir se quer ou não aumentar o volume."
Freitas ressalta ainda que todo "aumento de produção tem de corresponder a um novo mercado" consumidor para o gás boliviano, que ainda não está assegurado.
A Petrobras tem um contrato de fornecimento de gás assinado com a Bolívia que expira em 2019. Nele, existe a previsão de suprimento de até 30 milhões de metros cúbicos/dia.
Na Bolívia, a estatal produz 24 milhões de metros cúbicos com suas sócias Total e Repsol. Exporta para o Brasil 26 milhões de metros cúbicos, dos quais 72% são supridos por produção própria e o restante é comprado de terceiros.
Diante da expansão do consumo no Brasil e da necessidade de abastecer especialmente as termelétricas e afastar um eventual risco de apagão, a Petrobras estudava ampliar a importação de gás boliviano.
Para tal, foi lançado um concurso aberto para ampliar a capacidade do gasoduto, controlado pela Petrobras no lado brasileiro por meio da companhia TBG. Com a nacionalização das reservas de gás e a incerteza que se instalou desde então, o projeto foi engavetado.
Freitas condicionou uma retomada dos projetos de ampliação de produção de gás em solo boliviano à resposta do mercado brasileiro. "Para produzir mais gás, tem de haver um mercado de destino e esse mercado tem de ser avaliado enquanto suas condições comerciais e de preço."
Em nenhum momento, porém, ele descartou novos investimentos da Petrobras na Bolívia. "Depois de fechados os contratos, temos agora condições piores do que existiam antes [da nacionalização], mas mantemos a nossa rentabilidade e a solvência do negócio."
Passada a fase de revisão dos contratos, diz, a Petrobras está "reavaliando suas posições" e estudando a possibilidade de retomar investimentos. "Naquela situação que havia antes, não tinha como investir. Nos termos do decreto [de nacionalização de 1º de maio], era impossível investir", afirmou.
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Sobre a questão do preço do gás, Freitas disse que nas últimas reuniões houve um avanço. Embora a Petrobras mantenha sua posição de que não há necessidade de reajuste e a YPFB e o governo boliviano pleiteiem uma correção, passou-se a negociar em outras bases, diz. Uma das alternativas que passaram a ser consideradas é ampliar os volumes importados como contrapartida ao não-reajuste de preços.
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