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18/01/2007
-
18h19
DENYSE GODOY
da Folha Online
Imobiliárias e construtoras foram as vedetes da Bolsa de Valores de São Paulo em 2006: nove empresas do ramo realizaram ofertas de ações no período e, embora tenham terminado o ano com altas próximas à do Ibovespa, de cerca de 30%, seus papéis proporcionaram ganhos consideráveis para quem acertou comprar e vender no curto prazo. "Foi um fenômeno", diz Regis Abreu, diretor da Mercatto Gestão de Recursos.
Cyrela, Gafisa, Rossi Residencial, Company, Lopes, Brascan, Klabin, São Carlos e Abyara procuraram recursos no mercado de capitais para fazer os investimentos necessários a fim de aproveitar um ambiente favorável ao setor como há muito tempo não se via.
"O ano passado foi particularmente positivo porque cresceu o volume de crédito imobiliário. Além disso, a queda da taxa de juros fez com que os financiamentos ficassem mais acessíveis. E há ainda as iniciativas oficiais, como a política habitacional para a população de baixa renda e a redução do IPI [Imposto sobre Produção Industrial] de material de construção", afirma Maria Antonieta Del Tedesco Lins, consultora da FGV Projetos.
A manutenção dessas condições desenha um bom cenário para o futuro; entretanto, antes atuando predominantemente no Estado de São Paulo e com boa parte dos seus produtos voltados ao cliente de maior poder aquisitivo, as grandes companhias citadas acima precisam amplificar seu foco se quiserem continuar avançando. "Algumas estão buscando parceiros para lançar empreendimentos em outras regiões do país", comenta Maria Antonieta. "Isso é fundamental." Projetos para as classes C e D também começam a fazem parte da estratégia.
Espera-se para 2007 vários outros lançamentos de ações de empresas do segmento de construção civil, como Even e Tecnisa. Já estão em andamento ofertas da Rodobens e da Camargo Corrêa --o período de reserva de ambas vai até o próximo dia 26.
Porém, na opinião do diretor da Mercatto, os papéis de construtoras atualmente negociados na Bovespa estão muito caros e uma boa maneira para aplicar nesse ramo indiretamente é adquirindo ações de empresas que produzem material: aço, cimento, telhas, itens para acabamento. Exemplos de companhias são Eternit, Duratex e Gerdau. Elas prometem se destacar no mercado acionário neste ano. "Porque se beneficiam do crescimento da demanda por imóveis de forma geral, em todos os Estados brasileiros e todas as faixas de renda", explica Abreu. "Elas têm tradição e apresentam resultados consistentes. É melhor optar pelas ações delas do que se aventurar comprando papéis de empresas desconhecidas apenas porque são novidade."
Maria Antonieta concorda que as fabricantes de materiais devem ser as grandes beneficiadas pelo atual fervilhamento do setor de construção civil no país. "Não veremos uma festa, uma explosão, mas os indicadores de faturamento da Abramat [Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção] vêm mostrando melhora. Existe uma desoneração fiscal, mas o segmento também está pressionando o governo para a criação de outras linhas de financiamento específicas", diz. "As famílias que utilizam o crédito formam o grupo de consumidores que chamamos de 'formiguinhas', os quais usam os recursos para reformar a sua casa ou ampliá-la."
É justamente nesse nicho que têm sido observados os maiores aumentos de demanda de material, mas, para que a tendência ascendente perdure, é preciso que a renda da população engorde. "As pessoas precisam ter dinheiro para poder assumir empréstimos", destaca a consultora. O ambiente macroeconômico estável igualmente ajuda --como não teme ser demitido no curto prazo, o trabalhador se sente mais seguro para assumir dívidas.
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Fabricantes de material de construção devem se destacar na Bovespa em 2007
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da Folha Online
Imobiliárias e construtoras foram as vedetes da Bolsa de Valores de São Paulo em 2006: nove empresas do ramo realizaram ofertas de ações no período e, embora tenham terminado o ano com altas próximas à do Ibovespa, de cerca de 30%, seus papéis proporcionaram ganhos consideráveis para quem acertou comprar e vender no curto prazo. "Foi um fenômeno", diz Regis Abreu, diretor da Mercatto Gestão de Recursos.
Cyrela, Gafisa, Rossi Residencial, Company, Lopes, Brascan, Klabin, São Carlos e Abyara procuraram recursos no mercado de capitais para fazer os investimentos necessários a fim de aproveitar um ambiente favorável ao setor como há muito tempo não se via.
"O ano passado foi particularmente positivo porque cresceu o volume de crédito imobiliário. Além disso, a queda da taxa de juros fez com que os financiamentos ficassem mais acessíveis. E há ainda as iniciativas oficiais, como a política habitacional para a população de baixa renda e a redução do IPI [Imposto sobre Produção Industrial] de material de construção", afirma Maria Antonieta Del Tedesco Lins, consultora da FGV Projetos.
A manutenção dessas condições desenha um bom cenário para o futuro; entretanto, antes atuando predominantemente no Estado de São Paulo e com boa parte dos seus produtos voltados ao cliente de maior poder aquisitivo, as grandes companhias citadas acima precisam amplificar seu foco se quiserem continuar avançando. "Algumas estão buscando parceiros para lançar empreendimentos em outras regiões do país", comenta Maria Antonieta. "Isso é fundamental." Projetos para as classes C e D também começam a fazem parte da estratégia.
Espera-se para 2007 vários outros lançamentos de ações de empresas do segmento de construção civil, como Even e Tecnisa. Já estão em andamento ofertas da Rodobens e da Camargo Corrêa --o período de reserva de ambas vai até o próximo dia 26.
Porém, na opinião do diretor da Mercatto, os papéis de construtoras atualmente negociados na Bovespa estão muito caros e uma boa maneira para aplicar nesse ramo indiretamente é adquirindo ações de empresas que produzem material: aço, cimento, telhas, itens para acabamento. Exemplos de companhias são Eternit, Duratex e Gerdau. Elas prometem se destacar no mercado acionário neste ano. "Porque se beneficiam do crescimento da demanda por imóveis de forma geral, em todos os Estados brasileiros e todas as faixas de renda", explica Abreu. "Elas têm tradição e apresentam resultados consistentes. É melhor optar pelas ações delas do que se aventurar comprando papéis de empresas desconhecidas apenas porque são novidade."
Patricia Brunialti |
Maria Antonieta concorda que as fabricantes de materiais devem ser as grandes beneficiadas pelo atual fervilhamento do setor de construção civil no país. "Não veremos uma festa, uma explosão, mas os indicadores de faturamento da Abramat [Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção] vêm mostrando melhora. Existe uma desoneração fiscal, mas o segmento também está pressionando o governo para a criação de outras linhas de financiamento específicas", diz. "As famílias que utilizam o crédito formam o grupo de consumidores que chamamos de 'formiguinhas', os quais usam os recursos para reformar a sua casa ou ampliá-la."
É justamente nesse nicho que têm sido observados os maiores aumentos de demanda de material, mas, para que a tendência ascendente perdure, é preciso que a renda da população engorde. "As pessoas precisam ter dinheiro para poder assumir empréstimos", destaca a consultora. O ambiente macroeconômico estável igualmente ajuda --como não teme ser demitido no curto prazo, o trabalhador se sente mais seguro para assumir dívidas.
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