Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
22/01/2007 - 09h33

Para mercado, Selic cai menos em 2007

Publicidade

FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo

Com a ratificação das expectativas do mercado e a realização de um novo corte na taxa básica da economia nesta semana, sobrará um estreito espaço para os juros brasileiros caírem no resto do ano.

Pesquisa feita pelo Banco Central junto a cem instituições financeiras mostra a projeção de que a taxa Selic estará em 11,75% anuais em dezembro de 2007.

Hoje a taxa básica Selic está em 13,25% anuais. Investidores e analistas se dividem quanto à expectativa de que a taxa cairá 0,25 ponto (para 13%) ou 0,50 ponto (para 12,75%) na reunião desta semana. Confirmada uma ou outra opção pelos representantes do Copom (Comitê de Política Monetária), restará apenas 1 ponto (ou 1,25 ponto) para a taxa Selic cair até dezembro.

Em 2006, a Selic caiu quase 5 pontos percentuais, indo de 18% para 13,25%.

O Copom se reúne entre amanhã e quarta-feira para definir a nova taxa básica de juros, que ficará em vigor até o dia 7 de março.

Maurício Molan, economista-sênior do Santander Banespa, afirma que o Copom "deve começar a desacelerar o ritmo de redução da taxa básica, de 0,50 ponto para 0,25 ponto por reunião".

"Mas não será uma decisão fácil. Afinal, as projeções do mercado e as próprias estimativas do BC são de que o IPCA deve encerrar o ano abaixo da meta, mesmo com a Selic migrando para baixo de 12% no final de 2007", diz o economista.

Para os fundos de renda fixa, o processo de corte da taxa básica da economia tem sido ruim. Essas aplicações carregam em suas carteiras títulos públicos e privados que pagam juros. Assim, têm visto sua rentabilidade recuar.

Em 1996, os fundos de renda fixa deram retorno médio de 20,18%. No ano passado, o ganho médio foi de 14,96%. Para este ano, caso as projeções para a taxa básica se confirmem, o retorno ficará em torno dos 12,2%.

Em 2003, com as pressões inflacionárias que obrigaram o governo a elevar a taxa Selic, os fundos de renda fixa deram rentabilidade anual de cerca de 24,27%.

Walter Machado de Barros, presidente do Ibef SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo), trabalha com a perspectiva de que a Selic será reduzida em 0,25 ponto na primeira reunião do Copom no ano. Para o fim de 2007, a projeção dele é a de que a taxa básica estará em 11,75% anuais.

"O Copom argumenta que é necessário reduzir a dosagem porque as próximas decisões terão impacto concentrado em 2007, num cenário de menor distância entre os juros correntes e os de mercado", afirma. "Porém, ainda é grande a defasagem entre a redução da taxa Selic e os seus efeitos na rede bancária", diz Barros.

Para Hugo Penteado, economista-chefe do ABN Amro Asset Management, o Copom deve reduzir a taxa em 0,50 ponto percentual. O economista afirma que "há um espaço inédito para redução de juros, sem pressão cambial à vista e graças ao sucesso dos últimos anos da política monetária em quebrar a inércia inflacionária na formação de expectativas dos agentes".

Como os analistas e os investidores estão divididos em suas apostas, qualquer uma das duas opções --redução da Selic para 13% ou 12,75%-- a ser escolhida pelo Copom não deve chegar a ter uma repercussão muito pesada no mercado financeiro.

Mas, se o Copom decidir surpreender --o que é muito pouco provável, dado o perfil conservador da autoridade monetária-- e cortar a taxa de forma mais agressiva, os pregões de sexta-feira sofrerão ajustes importantes.

Na quinta-feira, as Bolsas estarão fechadas em São Paulo devido ao feriado de aniversário da cidade.

Reflexos negativos

Os consideráveis saques sofridos pelos fundos de renda fixa e DI em 2006 mostram que o investidor está atento à queda dos juros e ao seu reflexo na rentabilidade das aplicações.

Juntos, os fundos de renda fixa e DI (que também acompanham a oscilação dos juros) tiveram captação líquida negativa de cerca de R$ 23 bilhões no ano passado. A captação líquida é a diferença entre as aplicações e os resgates.

Mas, mesmo com as perdas de recursos, a renda fixa encerrou 2006 com patrimônio líquido de R$ 319 bilhões --o que representa 35% de toda a indústria de fundos--, sendo a maior categoria do mercado.

Leia mais
  • Lula anuncia hoje pacote para acelerar o crescimento
  • Veja as medidas que podem entrar no pacote econômico
  • Lula transforma lançamento de pacote em evento político
  • Medidas de Mantega e Dilma consolidam o fim da era Palocci
  • Lula limita controle de despesas do PAC
  • Pacote não garante crescimento maior ao Brasil

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a taxa Selic
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página