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05/02/2007
-
09h27
JANAINA LAGE
da Folha de S.Paulo, no Rio
MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo
As negociações da Varig com a chilena LAN começaram a movimentar o setor de aviação. A possível entrada dos chilenos na disputa para assumir a empresa agitou as demais concorrentes. A Gol é a mais nova interessada em comprar a Varig.
Segundo a Folha apurou, o empresário Constantino de Oliveira, conhecido como Nenê Constantino, confidenciou a amigos que está negociando a compra da Varig. As assessorias da Gol e da Varig não confirmam a informação.
"Não sei de onde surgiu essa história. Estamos sempre abertos a conversas, mas não existe nada de firme. Não vou dizer que eles nunca tiveram interesse. Não temos nada contra, eles são uma supercompanhia, mas pretendemos desenvolver [a negociação] com a LAN. Acho que é a melhor parceira estratégica para a Varig", afirmou Marco Antonio Audi, presidente do conselho de administração da VarigLog, empresa que comprou a Varig.
Na avaliação de Paulo Bittencourt Sampaio, consultor em aviação, a eventual entrada da Gol no capital da Varig resolve um problema político do governo. Se a LAN resolver se tornar acionista, pode esbarrar na limitação de 20% de participação de estrangeiras em companhias de aviação.
"Dessa forma, o governo não precisa rasgar o Código Brasileiro de Aeronáutica. Essa operação garantiria uma empresa nacionalizada, com o nome Varig nas linhas internacionais. Existe hoje uma preocupação fortíssima da TAM e da Gol com a entrada da LAN no Brasil", disse o consultor.
Disputa no continente
Na última quarta-feira, a LAN comunicou ao mercado que ofereceu US$ 17,1 milhões em créditos à Nova Varig que podem ser convertidos em ações. Segundo analistas, a notícia representa o primeiro passo para a venda da companhia e a saída do fundo americano Matlin Patterson do negócio.
O fundo costuma ficar no máximo sete anos na administração de uma companhia. Ele compra empresas em dificuldades por um valor baixo, recupera a companhia e a revende por um preço mais elevado.
A LAN é uma das três maiores empresas de aviação da América do Sul, ao lado de TAM e Gol. Ela tem uma frota de 80 aeronaves de passageiros e nove de cargas. Conta com subsidiárias na Argentina, no Equador e no Peru. Com a entrada na Varig, a LAN ganharia uma vantagem competitiva com acesso ao Brasil, país de maior tráfego no continente.
Outro ponto que desperta a atenção da concorrência é a credibilidade do novo investidor. Com um nome forte, seria mais fácil agilizar aquisição ou leasing de novas aeronaves.
A possível disputa significa uma reviravolta no processo de recuperação de uma companhia que quase faliu no ano passado por absoluta falta de interesse dos concorrentes. A Varig foi vendida em julho passado para a VarigLog, empresa que tem o fundo de investimento americano Matlin Patterson como um dos acionistas.
"O Matlin fez o papel que ninguém queria fazer. Assumiu o risco de herdar dívidas, demitiu e manteve o nome Varig, os "slots" [espaços e horários] em Congonhas e as concessões de linhas intercontinentais. A empresa tem ativos significativos", afirmou Sampaio.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Nova Varig
LAN Chile e Gol podem disputar compra da Varig
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da Folha de S.Paulo, no Rio
MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo
As negociações da Varig com a chilena LAN começaram a movimentar o setor de aviação. A possível entrada dos chilenos na disputa para assumir a empresa agitou as demais concorrentes. A Gol é a mais nova interessada em comprar a Varig.
Segundo a Folha apurou, o empresário Constantino de Oliveira, conhecido como Nenê Constantino, confidenciou a amigos que está negociando a compra da Varig. As assessorias da Gol e da Varig não confirmam a informação.
"Não sei de onde surgiu essa história. Estamos sempre abertos a conversas, mas não existe nada de firme. Não vou dizer que eles nunca tiveram interesse. Não temos nada contra, eles são uma supercompanhia, mas pretendemos desenvolver [a negociação] com a LAN. Acho que é a melhor parceira estratégica para a Varig", afirmou Marco Antonio Audi, presidente do conselho de administração da VarigLog, empresa que comprou a Varig.
Na avaliação de Paulo Bittencourt Sampaio, consultor em aviação, a eventual entrada da Gol no capital da Varig resolve um problema político do governo. Se a LAN resolver se tornar acionista, pode esbarrar na limitação de 20% de participação de estrangeiras em companhias de aviação.
"Dessa forma, o governo não precisa rasgar o Código Brasileiro de Aeronáutica. Essa operação garantiria uma empresa nacionalizada, com o nome Varig nas linhas internacionais. Existe hoje uma preocupação fortíssima da TAM e da Gol com a entrada da LAN no Brasil", disse o consultor.
Disputa no continente
Na última quarta-feira, a LAN comunicou ao mercado que ofereceu US$ 17,1 milhões em créditos à Nova Varig que podem ser convertidos em ações. Segundo analistas, a notícia representa o primeiro passo para a venda da companhia e a saída do fundo americano Matlin Patterson do negócio.
O fundo costuma ficar no máximo sete anos na administração de uma companhia. Ele compra empresas em dificuldades por um valor baixo, recupera a companhia e a revende por um preço mais elevado.
A LAN é uma das três maiores empresas de aviação da América do Sul, ao lado de TAM e Gol. Ela tem uma frota de 80 aeronaves de passageiros e nove de cargas. Conta com subsidiárias na Argentina, no Equador e no Peru. Com a entrada na Varig, a LAN ganharia uma vantagem competitiva com acesso ao Brasil, país de maior tráfego no continente.
Outro ponto que desperta a atenção da concorrência é a credibilidade do novo investidor. Com um nome forte, seria mais fácil agilizar aquisição ou leasing de novas aeronaves.
A possível disputa significa uma reviravolta no processo de recuperação de uma companhia que quase faliu no ano passado por absoluta falta de interesse dos concorrentes. A Varig foi vendida em julho passado para a VarigLog, empresa que tem o fundo de investimento americano Matlin Patterson como um dos acionistas.
"O Matlin fez o papel que ninguém queria fazer. Assumiu o risco de herdar dívidas, demitiu e manteve o nome Varig, os "slots" [espaços e horários] em Congonhas e as concessões de linhas intercontinentais. A empresa tem ativos significativos", afirmou Sampaio.
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