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15/02/2007
-
09h55
FABIANO MAISONNAVE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Além de confirmar a viagem ao Brasil só na véspera, a comitiva do presidente Evo Morales criou outro constrangimento ao Itamaraty: o governo da Bolívia recusou a oferta de empréstimo de avião brasileiro --foi o oferecido o 'Sucatinha', um 737-- e viajou a Brasília a bordo do Tango 2, um Boeing da Força Aérea da Argentina.
Morales embarcou antes da maior parte da comitiva na madrugada, em um pequeno avião particular, acompanhado do chanceler David Choquehuan ca e do ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas.
Alegando falta de espaço, o governo boliviano excluiu, na última hora, o embaixador brasileiro em La Paz, Frederico Cezar de Araújo.
O embaixador foi orientado a viajar depois, com ministros menos importantes e outros integrantes da comitiva. Araújo só soube que seria uma aeronave argentina pouco antes de embarcar.
O avião argentino não conseguiu descer para reabastecimento em Santa Cruz por causa do mau tempo e foi obrigado a voltar a La Paz, atrasando todo o cronograma da visita.
A Bolívia não dispõe de aeronaves para viagens presidenciais longas. Na maioria das vezes, Morales empresta o avião do aliado Hugo Chávez, como na posse de Rafael Correa, em Quito. Na visita de ministros bolivianos a Brasília, em dezembro, foi emprestado um avião da Força Aérea Brasileira.
Venezuela e Argentina
Membros do governo boliviano disseram à Folha que Morales tem demonstrado proximidade bem maior com Caracas e Buenos Aires, sobretudo em temas energéticos, em detrimento do Brasil. A preferência específica por Néstor Kirchner tem um grande motivo: o preço do gás. Morales tem exigido, até agora sem sucesso, que a Petrobras pague pelo gás o mesmo que a Argentina, US$ 5 o milhão de BTU, contra US$ 4,3 que a empresa brasileira paga. Recentemente, o governo de Morales promulgou resoluções que privilegiam o abastecimento da Argentina, contrariando acordo de venda com o Brasil.
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Morales embarcou antes da maior parte da comitiva na madrugada, em um pequeno avião particular, acompanhado do chanceler David Choquehuan ca e do ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas.
Alegando falta de espaço, o governo boliviano excluiu, na última hora, o embaixador brasileiro em La Paz, Frederico Cezar de Araújo.
O embaixador foi orientado a viajar depois, com ministros menos importantes e outros integrantes da comitiva. Araújo só soube que seria uma aeronave argentina pouco antes de embarcar.
O avião argentino não conseguiu descer para reabastecimento em Santa Cruz por causa do mau tempo e foi obrigado a voltar a La Paz, atrasando todo o cronograma da visita.
A Bolívia não dispõe de aeronaves para viagens presidenciais longas. Na maioria das vezes, Morales empresta o avião do aliado Hugo Chávez, como na posse de Rafael Correa, em Quito. Na visita de ministros bolivianos a Brasília, em dezembro, foi emprestado um avião da Força Aérea Brasileira.
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