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28/02/2007 - 12h28

Reservas internacionais do BC superam US$ 100 bilhões pela 1ª vez

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

O apetite mais agressivo do Banco Central por moeda estrangeira desde o início do ano fez com que as reservas internacionais chegassem na casa dos US$ 100 bilhões. Se por um lado esses recursos melhoram a percepção de risco por parte dos investidores estrangeiros, há também um custo financeiro para manter essa quantidade de dólares no país.

O BC informou hoje que as reservas totalizaram ontem US$ 100,36 bilhões, um acréscimo de US$ 14,521 bilhões apenas neste ano. Esse volume melhora a percepção do risco Brasil, já que mostra a capacidade do país de honrar sua dívida em momentos de turbulência econômica internacional.

E ao que tudo indica esse acumulo de moeda estrangeira irá continuar, segundo indicou ontem o presidente do BC, Henrique Meirelles. 'A acumulação de reservas é importante para o Brasil e deve continuar.'

Desde janeiro de 2004, a autoridade monetária iniciou o programa de recomposição das reservas, que é baseado em três pontos: não adicionar volatilidade, não pressionar a taxa de câmbio e ser feita com condições favoráveis do mercado.

Embora em prática há mais de dois anos, foi nos últimos meses que BC elevou o volume de recursos adquiridos no mercado de câmbio. Essa estratégia foi adotada para conter a valorização do real frente ao dólar, motivo constante de reclamação dos exportadores --em tese, quanto maior essa valorização, mais caro fica o produto brasileiro no exterior, o que torna mais difícil sua venda.

No mês passado, as compras somaram US$ 4,832 bilhões, o maior volume para um único mês desde o início do programa. Fevereiro irá registrar novo recorde, já que a variação das reservas foi de US$ 9,274 bilhões no período.

No primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram comprados US$ 62,692 bilhões de dólares. Neste período, as reservas passaram de US$ 35,866 bilhões em dezembro de 2002 para US$ 85,839 bilhões em dezembro do ano passado. Em outubro de 2006, elas chegaram ao patamar mais elevado da história.

O recordo anterior do estoque de moeda estrangeira no país era de abril de 1998, ainda no primeiro mandato de FHC. As reservas chegaram a US$ 74,656 bilhões. No entanto, no mês seguinte, Brasil e outros países emergentes sofreram uma forte fuga de capitais por conta da crise na Rússia. Essa saída prosseguiu até que, em janeiro de 1999, foi adotado o regime de câmbio flutuante, em vigência até hoje.

Críticas

O real está valorizado frente ao dólar porque o fluxo de moeda estrangeira para o país é grande devido ao crescimento das exportações nos últimos anos. No entanto, não é só o comércio exterior que colabora para essa apreciação. Há também dólares dos investidores estrangeiros que aplicam no Brasil em busca das altas taxas de retorno oferecidas pelos títulos da dívida interna, que oferecem uma remuneração em torno da taxa Selic, hoje em 13% ao ano. Já a remuneração média das reservas está em 5% ao ano.

Ou seja, para financiar a compra de moeda estrangeira o Brasil emite títulos da dívida interna e paga aos investidores que adquiriram esses papéis uma taxa de remuneração mais elevada do que aquela que irá remunerar as reservas internacionais.

Para Meirelles, essa diferença entre as taxas deve ser encarada como um 'seguro' que contribui para a redução do custo global que o país tem para se financiar (interna e externamente). 'O risco de se trabalhar com reservas baixa é o nível de insolvência aumentar muito', disse.

Ele lembrou que as reservas do Brasil hoje equivalem a 10% do PIB e comparou com o caso de outros países emergentes, como o Chile, onde o estoque de moeda estrangeira chega a 15%.

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