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01/03/2007
-
13h17
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
A China aumentou substancialmente sua importância na economia mundial nos últimos anos por apresentar o maior índice de crescimento entre as potências econômicas.
Com a recente desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, o mercado continuou a olhar com o otimismo para a economia mundial porque a China ainda mostrava vigor e constantemente anunciava medidas para esfriar sua economia.
Essa expectativa de que a China pudesse "compensar" o desaquecimento dos EUA ajudou a manter elevados nos últimos meses os preços de commodities exportadas pelo Brasil e outros países emergentes contribuindo para as sucessivas quebras de recorde pela Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
Essa percepção começou a mudar nesta semana. Apesar de ainda acreditarem no potencial econômico da China, medidas que possivelmente serão anunciadas pelo país asiático contribuíram para elevar a aversão ao risco nos mercados mundiais, ainda que essas medidas tenham sido apenas o "estopim" para jornadas de realização de lucros (venda de ações muito valorizadas), combinadas com o tradicional "efeito manada" ( investidores em massa buscam sair do mercado antes que as perdas se acentuem, o que deprime os preços dos ativos de forma acelerada).
"As Bolsas mundiais subiram muito nos últimos meses. Parecia que a Bovespa não ia parar de subir, mas nós do mercado sabíamos que não é assim. Uma hora teria que haver um ajuste. É natural", afirma Mário Paiva, analista da corretora Liquidez. Ele ressuscita uma velha expressão para caracterizar o comportamento anterior do mercados, a "exuberância irracional", utilizada pelo então presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, para caracterizar as "bolhas" do mercado acionário americano.
Excesso de liquidez
A preocupação com o crescimento econômico da China e dos EUA explica somente em parte a derrocada das Bolsas mundiais. Parte da forte volatilidade vista nos últimos dias também é provocada por mercados financeiros muito "alavancados".
Analistas chamam a atenção para as operações de "carry-trade", ou carregamento, em bom português. Gestores de fundos de investimentos que tomaram financiamento em moeda japonesa, aproveitando as baixas taxas de juros, aumentam o capital aplicado em ativos financeiros espalhados pelo mundo.
O excesso de dinheiro no mercado, causado com o "pânico" de obter um retorno menor que o desejado resultou nas oscilações bruscas dos pregões da Ásia, Europa e América, ao menor sinal de que algo não vai tão bem nas principais economias do planeta, EUA e China.
As características do mercado financeiro chinês também contribuem para deixar o restante das Bolsas com os nervos à "flor da pele". Analistas reclamam a que a Bolsa ainda guarda características de "caixa preta" e que o governo é a única fonte de informações macroeconômicas do país.
O fato do governo chinês ter somente sinalizado ajustar a regulamentação do mercado de capitais local já despertou suspeitas sobre a praça financeira local e alimenta as especulações sobre correções ainda maiores da Bolsa de Xangai.
A história serve de desculpa para o "desespero" dos investidores. Ontem, o banco americano Merril Lynch divulgou um relatório bastante pessimista sobre as quedas dos mercados mundiais. Lembra que, no passado recente, os papéis dos mercados emergentes já caíram por mais tempo, e que demandaram um período ainda maior para se recuperar.
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A China aumentou substancialmente sua importância na economia mundial nos últimos anos por apresentar o maior índice de crescimento entre as potências econômicas.
Com a recente desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, o mercado continuou a olhar com o otimismo para a economia mundial porque a China ainda mostrava vigor e constantemente anunciava medidas para esfriar sua economia.
Essa expectativa de que a China pudesse "compensar" o desaquecimento dos EUA ajudou a manter elevados nos últimos meses os preços de commodities exportadas pelo Brasil e outros países emergentes contribuindo para as sucessivas quebras de recorde pela Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).
Essa percepção começou a mudar nesta semana. Apesar de ainda acreditarem no potencial econômico da China, medidas que possivelmente serão anunciadas pelo país asiático contribuíram para elevar a aversão ao risco nos mercados mundiais, ainda que essas medidas tenham sido apenas o "estopim" para jornadas de realização de lucros (venda de ações muito valorizadas), combinadas com o tradicional "efeito manada" ( investidores em massa buscam sair do mercado antes que as perdas se acentuem, o que deprime os preços dos ativos de forma acelerada).
"As Bolsas mundiais subiram muito nos últimos meses. Parecia que a Bovespa não ia parar de subir, mas nós do mercado sabíamos que não é assim. Uma hora teria que haver um ajuste. É natural", afirma Mário Paiva, analista da corretora Liquidez. Ele ressuscita uma velha expressão para caracterizar o comportamento anterior do mercados, a "exuberância irracional", utilizada pelo então presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, para caracterizar as "bolhas" do mercado acionário americano.
Excesso de liquidez
A preocupação com o crescimento econômico da China e dos EUA explica somente em parte a derrocada das Bolsas mundiais. Parte da forte volatilidade vista nos últimos dias também é provocada por mercados financeiros muito "alavancados".
Analistas chamam a atenção para as operações de "carry-trade", ou carregamento, em bom português. Gestores de fundos de investimentos que tomaram financiamento em moeda japonesa, aproveitando as baixas taxas de juros, aumentam o capital aplicado em ativos financeiros espalhados pelo mundo.
O excesso de dinheiro no mercado, causado com o "pânico" de obter um retorno menor que o desejado resultou nas oscilações bruscas dos pregões da Ásia, Europa e América, ao menor sinal de que algo não vai tão bem nas principais economias do planeta, EUA e China.
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