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02/03/2007 - 10h11

Tele egípcia faz oferta pela Brasil Telecom

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JANAÍNA LEITE
da Folha de S.Paulo

A Orascom Telecom --braço do maior conglomerado egípcio-- quer comprar o controle da Brasil Telecom (BrT), tele que é alvo da maior disputa societária da história do país.

A Folha apurou que a Orascom apresentou proposta nesta semana pelas ações em poder dos quatro sócios majoritários da empresa: Citigroup, fundos de pensão, Telecom Italia e Opportunity.

Os egípcios fizeram outra oferta ao Citi e aos fundos: querem as ações que eles possuem na Telemar, maior concessionária de telefonia fixa do Brasil, e na Telemig, que opera telefonia móvel em Minas Gerais.
A BrT é a operadora de telefonia fixa nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul do país. Criada em 1998, com o fim do Sistema Telebrás, a empresa é dona da BrT GSM (telefonia celular) e de três portais de internet: BrTurbo, IG e IBest.

Citigroup, fundos de pensão, Telecom Italia e Opportunity travam uma guerra pelo controle da BrT desde 2001. As acusações vão de má gestão a espionagem ilegal, passando por interferência governamental e CPIs. Uma compra total da empresa encerraria o emaranhado de ações judiciais.
Processos relativos ao caso correm na Justiça brasileira, na americana e na francesa. Fundos e Citi atuam em parceria oficial desde 2005 e têm expectativa de vencer em Nova York. A Telecom Italia, que tinha acordo com o Opportunity até 2006, considera ter boas chances de ganhar em Paris. Em Brasília, a Justiça considerou que a BrT deve ser gerida pelo Opportunity. O grupo de Daniel Dantas, todavia, está impedido de administrar a empresa pelo juiz Lewis Kaplan, de Nova York.

Orascom

A Orascom Telecom é líder em telefonia móvel no Oriente Médio, na África e no Sul da Ásia. Seu controle pertence à família Sawiris, que comprou recentemente a TIM Grécia (terceira maior tele daquele país) e é dona da Wind (terceiro lugar entre as teles italianas). Eles também são donos de hotéis e empreiteiras.

A egípcia Orascom Telecom está presente também na Argélia, na Tunísia, no Paquistão, no Iraque e em Bangladesh (Índia). Em dezembro de 2006, a empresa contava com mais de 50 milhões de clientes.

O faturamento da Orascom nos primeiros nove meses de 2006 atingiu US$ 3,2 bilhões, equivalentes a cerca de R$ 7 bilhões. No período, o Ebitda (lucro antes de impostos, amortizações e depreciações) da companhia foi de US$ 1,4 bilhão ou cerca de R$ 2,9 bilhões.

A BrT, por sua vez, chegou ao fim de 2006 com lucro anual de R$ 470,4 milhões, após prejuízo de R$ 29,6 milhões em 2005. A receita líquida ficou em R$ 10,3 bilhões.

A Folha apurou que a proposta da Orascom pela parte do Citi e dos fundos de pensão na BrT os pegou de surpresa.

Isso porque eles próprios, Citi e fundos, haviam feito, na semana passada, nova oferta pela fatia da Telecom Italia na BrT. O valor do lance, segundo a Folha apurou com executivos europeus ligados à operadora italiana, está próximo de US$ 450 milhões (pouco mais de R$ 950 milhões).

O plano apresentado pelos fundos de pensão e pelo Citi está em estudo e agrada a boa parte dos conselheiros da Telecom Italia.

Esses conselheiros acreditam que o acordo com os fundos encerraria a guerra jurídica entre os sócios da BrT. Essa ala defende que seria visto com bons olhos pelo governo brasileiro o fato de que o negócio favoreceria os fundos de pensão na renegociação de outro acordo -o chamado "put", que prevê a compra das ações do Citi na Brasil Telecom pelos fundos de pensão. A princípio, o "put" vale se não aparecer um comprador conjunto para a parte de ambos na Brasil Telecom.

À época que o contrato foi fechado, em março de 2005, a avaliação era que os fundos de pensão pagariam ao Citi 300% a mais do que os papéis valiam no mercado.

Outro contrato, semelhante, foi fechado entre Telecom Italia e Opportunity. O grupo receberia dos italianos algo em torno de 270% acima da avaliação de mercado sobre suas ações. O documento, assinado em 2005, expirou no ano passado e não foi oficialmente renovado.

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