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09/03/2007 - 10h09

Multinacionais americanas lucram mais no Brasil

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FERNANDO CANZIAN
da Folha de S.Paulo

Após vários anos de apreensão e amargando resultados insatisfatórios, as maiores empresas norte-americanas operando no Brasil estão otimistas.

Coincidindo com a viagem ao país do presidente dos EUA, George W. Bush, a maioria delas prevê crescimento 'forte' em seus negócios em 2007.

Esperam ainda 'moderada' expansão do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e 'forte' crescimento em 2008 e 2009.

Das 500 maiores empresas americanas listadas pela revista 'Fortune', 193 (37%) têm negócios no Brasil. Pesquisa realizada entre elas e obtida pela Folha mostra que 57% esperam 'forte crescimento' em seus negócios neste ano.

A elevada carga tributária e os problemas regulatórios continuam no topo das preocupações das companhias. Mas os resultados dos balanços mostram avanços significativos em relação aos últimos anos.

A pesquisa, do Conselho Empresarial Brasil-EUA da Câmara de Comércio dos EUA, sediado em Washington, é a terceira do tipo. Nas anteriores, o otimismo era bem menor.

8 anos no vermelho

O resultado no Brasil da General Motors, uma das maiores companhias do mundo, é um exemplo de mudança. Pela primeira vez em em oito anos, a GM deu lucro no país no ano passado e espera fechar novamente no azul em 2007.

Os investimentos mais recentes são R$ 500 milhões na fábrica de São Caetano do Sul (SP) e US$ 240 milhões em Gravataí (RS). Nos planos da empresa, novo aporte de US$ 1 bilhão para a produção de veículos a partir de 2009.

'Tivemos muitas dificuldades até 2005, mas um 2006 excepcional, com expectativa de vendas (70% financiadas em até 70 parcelas fixas) batendo recordes daqui em diante', diz José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM --empresa há 82 anos no país.

Outra gigante americana, a Coca-Cola, registra 11 trimestres de crescimento contínuo no país. Ao longo desse período, no pior trimestre a empresa cresceu 7%. No melhor, 15%.

Nos últimos meses, a Coca-Cola engoliu uma série de concorrentes e lançou novos produtos, com investimentos de R$ 3,5 bilhões acumulados nos últimos cinco anos.

'A estabilidade no crescimento brasileiro e o aumento da renda, principalmente entre os mais pobres, têm sido fundamentais para esses resultados', afirma Marco Simões, diretor da Coca-Cola.

'O mais significativo é que o resultado dessas empresas está crescendo hoje acima da média do próprio desempenho da economia brasileira', afirma Mark Smith, diretor para Assuntos do Hemisfério Ocidental da Câmara de Comércio dos Estados Unidos.

Carga tributária

No levantamento, 40% das empresas vêem a elevada carga tributária no país como o maior obstáculo; já 15% consideram a falta de marcos regulatórios mais específicos.

O juro alto, tido como vilão do crescimento por muitos empresários brasileiros, é apontado como problema por apenas 6% dos americanos --atrás dos altos custos trabalhistas (9%).

A gigante farmacêutica Merck Sharp & Dohme diz que o 'problema mais sério' em seu negócio é o marco regulatório brasileiro, que provoca 'gargalos' nas áreas de estudos clínicos e manufatura de medicamentos por causa das patentes.

'Além disso, ainda somos um dos únicos setores com o preço controlado no Brasil', afirma João Sanches, diretor da multinacional americana.

Mesmo assim, Sanches diz que a Merck Sharp & Dohme permanece 'cautelosamente otimista' com o país e mantém planos para dobrar o tamanho do negócio no Brasil ao longo dos próximos cinco anos.

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