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16/03/2007 - 10h42

Argentina cresce quase o triplo do Brasil

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BRUNO LIMA
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

A economia da Argentina cresceu 8,5% em 2006, segundo dados da evolução do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados ontem pelo Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos), órgão que corresponde ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Brasil cresceu 2,9% em 2006.

O número é exatamente o estimado pela ministra da Economia, Felisa Miceli, em dezembro do ano passado, mas veio acompanhado de outra cifra que foi comemorada pelo presidente Néstor Kirchner.

A relação investimento/PIB alcançou o nível mais alto da série, iniciada em 1993 --foi de 21,7%, se considerado o cálculo do PIB a preços constantes. O investimento bruto fixo interno cresceu 18,7% no ano passado na comparação com 2005.

Em pleno ano eleitoral, esse desempenho é, para o governo, uma resposta aos críticos que dizem que, com o alto grau de intervenção estatal, as empresas estão deixando de investir.

Joydeep Mukherji, diretor de qualificações soberanas da Standard & Poor's para a América Latina, porém, explica que o que mudou, com o clima de incerteza econômica, foi a maneira de investir. "O setor privado investe sobretudo em projetos de curto prazo [três a quatro anos] ou em setores como o imobiliário. Eles não investem muito em energia nem em setores que dependem muito do governo. Mas, embora haja falta de confiança, que afeta setores chaves da economia, o cenário geral é muito bom."

Segundo ele, se for alterado o contexto internacional favorável, a Argentina poderá ter sérios problemas com a falta de investimentos de longo prazo.

Segundo os economistas, para continuar com ritmo de crescimento de 5%, o ideal é a Argentina manter a relação entre investimento e PIB em 25%.

Para 2007, os economistas projetam expansão de cerca de 7% para o país vizinho, o segundo com maior intercâmbio comercial com o Brasil (perde para os EUA). Em dezembro, Miceli também adiantou que, neste ano, o PIB argentino já tinha garantido incremento de 4%.

"A expectativa é que neste ano o crescimento se produza a taxas mais normais, embora elevadas na comparação histórica", afirma o economista Mariano Lamothe, da consultoria abeceb.com, que trabalha com a projeção de 7,3%. "O consumo continuará impulsionando fortemente o crescimento, e não há nada que indique que ele vá decair, sobretudo por se tratar de ano eleitoral."

O próprio presidente Kirchner já assumiu que a expansão argentina está baseada no consumo. Em 2006, o consumo privado subiu 9,9%, enquanto o público cresceu 21,8%.

Brasil

Na semana passada, em visita à Argentina, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou a diferença entre o ritmo de crescimento da Argentina e o do Brasil. "É claro que gostaríamos de ter crescimento de 8%, 9%, mas as trajetórias são diferentes. O Brasil não tem condições de crescer a 8%. Uma taxa de crescimento de 5% sustentável por vários anos é mais satisfatória que uma taxa maior que não possa ser sustentada."

A Argentina cresce há quatro anos consecutivos à taxa média de 8,9% ao ano. O PIB soma hoje 330,53 bilhões de pesos.

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