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29/03/2007
-
09h02
da Folha Online, em Brasília e no Rio
A Gol Linhas Aéreas, segunda maior companhia aérea brasileira, anunciou a compra do controle da Varig, empresa mais tradicional do setor, por US$ 320 milhões --o anúncio da compra da companhia por US$ 275 milhões chega a esse patamar com os R$ 100 milhões de debêntures (títulos) já emitidos pela VRG (nova Varig) que a Gol irá honrar.
Segundo a Gol, o pagamento de US$ 275 milhões será feito com 10% de seu caixa (US$ 98 milhões) e com a entrega de cerca de 6,1 milhões de ações preferenciais emitidas, que representam aproximadamente 3% do total de papéis da companhia.
O negócio, considerado o maior da aviação civil brasileira, ainda está sujeito à obtenção das aprovações das autoridades regulatórias, incluindo o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
A compra da nova Varig (que continuará a atuar como marca independente) foi feita por meio de uma empresa chamada GTI S.A, subsidiária da Gol. Desse modo evita-se riscos de contaminação dos passivos bilionários da antiga Varig, que tem dívidas trabalhistas, tributárias e previdenciárias.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) oficiou a Gol por duas vezes nesta semana solicitando informações mais precisas sobre as notícias que vinham sendo divulgadas na imprensa a respeito da aquisição da Nova Varig pela companhia.
O presidente da Gol, Constantino Júnior, se reuniu ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília. Também participaram do encontro a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o ministro Luiz Marinho (Trabalho), a ministra Marta Suplicy (Turismo), o presidente da Infraero (estatal que administra os aeroportos do país), brigadeiro José Carlos Pereira, o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, e o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.
"A previsão da Gol para a Varig é de manter essa empresa como uma empresa independente, reforçando as suas vocações, agregando à Varig a eficiência operacional e administrativa já comprovada pela Gol, permitindo com que essa empresa, a Varig, atinja custos menores, e isso permita a essa empresa também repassá-los aos seus passageiros, incentivando e estimulando assim a demanda por passagens aéreas no Brasil e em vôos internacionais", disse ele.
Segundo Constantino Júnior, as linhas internacionais da Varig serão mantidas, mas o número de destinos serão ampliados, mantendo a empresa com uma operação independente da Gol. "Cada uma com a sua vocação irá tentar atrair os seus clientes através da sua vocação", disse.
Liderança
Ao comprar a Varig, a Gol ainda não tem liderança do mercado, que é da TAM, mas chega mais perto da concorrente e, no futuro, pode brigar pela liderança.
Em fevereiro, a Gol apareceu em segundo lugar na participação de mercado nos vôos internacionais, com 18,94%, atrás apenas da TAM, que tem 61,01%. A Nova Varig estava em terceiro, com 11,82% dos passageiros transportados por companhias aéreas. A BRA tinha 7,89% de participação.
No mercado doméstico, TAM e Gol abocanham juntas 87,59% do segmento. A TAM fica com 47,33% e a Gol, 40,26%. A Nova Varig detém 4,57% das linhas domésticas, à frente da BRA (2,98%) e da OceanAir (2,04%).
Nova e velha Varig
A chamada Nova Varig é a fatia da empresa que foi arrematada em leilão em julho passado e que ficou com as marcas Varig e Rio Sul, além das operações das empresas. Ela tem hoje 17 aviões e voa para 18 destinos domésticos e internacionais.
Já a velha Varig herdou as dívidas estimadas em R$ 7,9 bilhões, cuja previsão de pagamento dos credores é de 20 anos. A empresa ficou com a marca Nordeste, com o direito de operar vôos entre São Paulo e Porto Seguro, mas ainda não tem nenhum avião. Ela é a única que permanece em recuperação judicial.
Colaboraram Clarice Spitz, no Rio, e Patrícia Zimmermann, em Brasília
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Gol compra controle da nova Varig por US$ 320 milhões
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A Gol Linhas Aéreas, segunda maior companhia aérea brasileira, anunciou a compra do controle da Varig, empresa mais tradicional do setor, por US$ 320 milhões --o anúncio da compra da companhia por US$ 275 milhões chega a esse patamar com os R$ 100 milhões de debêntures (títulos) já emitidos pela VRG (nova Varig) que a Gol irá honrar.
Segundo a Gol, o pagamento de US$ 275 milhões será feito com 10% de seu caixa (US$ 98 milhões) e com a entrega de cerca de 6,1 milhões de ações preferenciais emitidas, que representam aproximadamente 3% do total de papéis da companhia.
O negócio, considerado o maior da aviação civil brasileira, ainda está sujeito à obtenção das aprovações das autoridades regulatórias, incluindo o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
A compra da nova Varig (que continuará a atuar como marca independente) foi feita por meio de uma empresa chamada GTI S.A, subsidiária da Gol. Desse modo evita-se riscos de contaminação dos passivos bilionários da antiga Varig, que tem dívidas trabalhistas, tributárias e previdenciárias.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) oficiou a Gol por duas vezes nesta semana solicitando informações mais precisas sobre as notícias que vinham sendo divulgadas na imprensa a respeito da aquisição da Nova Varig pela companhia.
O presidente da Gol, Constantino Júnior, se reuniu ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília. Também participaram do encontro a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o ministro Luiz Marinho (Trabalho), a ministra Marta Suplicy (Turismo), o presidente da Infraero (estatal que administra os aeroportos do país), brigadeiro José Carlos Pereira, o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, e o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.
"A previsão da Gol para a Varig é de manter essa empresa como uma empresa independente, reforçando as suas vocações, agregando à Varig a eficiência operacional e administrativa já comprovada pela Gol, permitindo com que essa empresa, a Varig, atinja custos menores, e isso permita a essa empresa também repassá-los aos seus passageiros, incentivando e estimulando assim a demanda por passagens aéreas no Brasil e em vôos internacionais", disse ele.
Segundo Constantino Júnior, as linhas internacionais da Varig serão mantidas, mas o número de destinos serão ampliados, mantendo a empresa com uma operação independente da Gol. "Cada uma com a sua vocação irá tentar atrair os seus clientes através da sua vocação", disse.
Liderança
Ao comprar a Varig, a Gol ainda não tem liderança do mercado, que é da TAM, mas chega mais perto da concorrente e, no futuro, pode brigar pela liderança.
Em fevereiro, a Gol apareceu em segundo lugar na participação de mercado nos vôos internacionais, com 18,94%, atrás apenas da TAM, que tem 61,01%. A Nova Varig estava em terceiro, com 11,82% dos passageiros transportados por companhias aéreas. A BRA tinha 7,89% de participação.
No mercado doméstico, TAM e Gol abocanham juntas 87,59% do segmento. A TAM fica com 47,33% e a Gol, 40,26%. A Nova Varig detém 4,57% das linhas domésticas, à frente da BRA (2,98%) e da OceanAir (2,04%).
Nova e velha Varig
A chamada Nova Varig é a fatia da empresa que foi arrematada em leilão em julho passado e que ficou com as marcas Varig e Rio Sul, além das operações das empresas. Ela tem hoje 17 aviões e voa para 18 destinos domésticos e internacionais.
Já a velha Varig herdou as dívidas estimadas em R$ 7,9 bilhões, cuja previsão de pagamento dos credores é de 20 anos. A empresa ficou com a marca Nordeste, com o direito de operar vôos entre São Paulo e Porto Seguro, mas ainda não tem nenhum avião. Ela é a única que permanece em recuperação judicial.
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